[Review] Princess Waltz – Um intenso e diferente Battle Royale!
Desenvolvedora: Pulltop
Ano de Lançamento: 2006
Duração: 10 a 30 horas
Traduzido: Sim (inglês)
Sinopse:
‘Princess Waltz’ é o nome de um evento mundialmente conhecido no mundo de fantasia de Eldelant, onde 6 princesas participam de uma espécie de Battle Royale e apenas a vencedora terá seu desejo realizado — casar com o príncipe!
O protagonista, Fukamori Arata, que vive uma vida normal no Japão com sua família (mãe e irmã mais velha) e seus amigos, conhece o aluno transferido da sua escola, Chris Northfield, que aparentemente é príncipe de outro país. Mas ao começar a se envolver com ele, Arata descobre que existe muita coisa por trás daquilo, coisas das quais ele nunca imaginaria…
Princess Waltz é exatamente o que a premissa aponta, mas também é totalmente diferente do que a maioria imagina. Isso porque é bem difícil visualizar como a obra é, sem realmente ter experimentado ela, por isso, já de cara aconselho a não descartar a VN.
A história gira em torno dos protagonistas Arata e Chris. O segundo é uma garota, por sinal. Spoiler mínimo, já que é revelado logo no início e é meio óbvio, mas ela se veste como homem por motivos bem sérios da história. Eles tem um par de anéis que dão uma habilidade especial para eles: se fundirem e se tornarem uma das 6 princesas, Iris! (ah… sinto que alguns não vão levar a história a sério, não fechem a página… Acreditem! Continuem lendo!)
O protagonista que não sabe de nada, aprende que agora eles estarão envolvidos em um Battle Royale, onde as lutas acontecem em uma dimensão paralela e existe alguns monstros chamados de Guardeners (guardiões, basicamente) que atacam quem entra lá. Após alguns eventos, a parceria dos dois começa. As primeiras horas até essa parte formam o ‘prólogo’. O que vem a seguir é onde a parte boa da VN reside.
Depois das apresentações das outras 4 princesas (Angela, Liliana (aka Lun Lun ou Best Girl), Suzushiro e Liesel), a história começa a avançar em um ritmo mais acelerado, sem ser corrido, mas sim mais agitado mesmo.
Humor é algo muito pessoal de cada um, mas em muitos momentos a VN era até bem engraçada, funcionava comigo. Esse era um elemento que ajudava a criar um bom balanço na série, pois ajudava a relaxar nas ‘pausas’ entre os momentos mais tensos, e principalmente ajudava a aprofundar e desenvolver os personagens envolvidos na trama.
Cada uma das princesas tem suas qualidades e defeitos próprios que são bem apresentados. Diria que o ponto fraco acaba sendo mesmo a dupla de protagonistas, que pecam bastante em carisma e até certo ponto não fazem parte de quase nenhum dos melhores picos da história, na minha opinião.
O ponto alto da VN está na sua própria premissa — Battle Royale entre princesas — já que as lutas em si têm uma forte combinação de: construção, escrita, atmosfera e trilha sonora. Que formam, inevitavelmente, muitas lutas épicas, dramáticas e imprevisíveis pelas reviravoltas. Além de pressionar as personagens em um ponto que até mesmo um bom desenvolvimento ocorre nelas durante as lutas.
Isso vale ainda mais principalmente para a Angela, a Liliana, a Suzushiro e a Liesel, que apesar das personalidades bem diferentes, estão sempre colocando sua alma, suas crenças e objetivos, em suas lutas. Quando envolve elas, nos momentos de tensão, dá para sentir o psicológico das personagens sendo elevado ao limite, enquanto elas buscam a vitória a todo custo, cada uma do seu jeito especial.
Felizmente não é um exagero dizer que muitos momentos ainda estão vivos na minha memória, mesmo eu tendo jogado a VN anos atrás. Princess Waltz em sua primeira metade mostrou ter o potencial para ser uma obra épica, muito divertida e memorável como um todo na sua primeira metade… mas as coisas começaram a desandar.
Depois de um GRANDE plot twist no final da primeira metade, a história toma um rumo totalmente diferente. A direção que a história resolveu seguir, para mim acabou sendo algo mais prejudicial do que favorável em muitos pontos.
Como eu não pretendo sair soltando spoilers aqui, vou falar um pouco do que eu posso. A VN meio que ti dá uma falsa impressão de que você pode seguir diferentes rotas por conta de algumas poucas escolhas. No entanto, você é forçado a terminar sempre no mesmo final, e as escolhas não são nada além de um meio de liberar algumas cenas de sexo. Achei uma decisão bem ruim fazerem as coisas dessa forma, foi decepcionante, ainda que compreensível de um ponto de vista comercial.
Isso, somado a obra ter perdido parte da sua essência e alguns dos pontos fortes (como ser imprevisível, por exemplo), acaba criando um contraste grande entre as duas metades. Mas nesse caso, ainda é recomendável?
A resposta é: claro! Principalmente se você não tiver jogado muitas visual novels ainda. A série não fica ruim, apenas perde um grande potencial.
Além disso, ela não é muito longa, e é de fácil leitura. O grande problema das escolhas pode acabar funcionando, já que muita gente que não entende de VNs espera que toda VN venha com dezenas de escolhas e possibilidades diferentes, quando não é bem assim. Diria que é uma VN muito boa para se começar, mas também é uma boa escolha mesmo que você já seja experiente.
Por sinal, a VN tem gameplay. É um jogo de cartas, mas é de extrema simplicidade e quase irrelevante.
Com batalhas empolgantes, boa comédia e algumas personagens legais, Princess Waltz definitivamente não é o que se pensa. Existem muitos conflitos, uma grande história por trás de tudo, e vários twists inesperados. Então mesmo com os problemas já mencionados – que alguns podem nem mesmo considerar um problema -, eu recomendo darem uma chance.
Avaliação:
Roteiro: 6.5/10
Personagens: 8/10
Trilha Sonora: 8.5/10
Arte: 7/10
Gameplay: 5/10
Entretenimento: 8/10
Nota Final: 7/10
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