Impressões semanais: DokiDoki Precure 4 – Alice, a menina monstro

Começando a seção de impressões semanais com DokiDoki! Precure, do estúdio Toei Animation, dirigido por Tsuyoshi Koga com argumento de Ryota Yamaguchi, que já trabalhou em séries como Sailor Moon super S/Stars e Cutey Honey.

-O episódio se inicia com um curto flashback de Alice sendo salva dos delinqüentes por Mana (e Reika ao lado fornecendo apoio moral). E o motivo do bullying é uma caixa de lápis de cor de 72 cores. Não estou a par das crianças da geração atual, mas me intrigaria se elas realmente se importassem com isso. Na minha infância, eu não seria bulinado por ter uma caixa de cor de 72 cores, mas tenho total certeza de muitos me pediriam emprestado e metade dos lápis iriam sumir, pois vivemos em um país onde você empresta as coisas para o coleguinha e elas somem.


-Em seguida descobrimos que Lance (a fada amarela) que havia desaparecido no episódio passado na verdade foi encontrada por Alice após um quase acidente de carro que ocorreu enquanto Lance vagava sem rumo pela cidade. Tudo devido a um descuido de Mana, que o esqueceu no laboratório.
-Essa deve ser a primeira vez que eu vejo uma transformação ser gravada por câmeras de segurança em um anime Mahou Shoujo.  Mas não a primeira vez que uma Mahou Shoujo é filmada, conceito explorado com louvor em Sakura Card Captors.

-Agora que reparo bem, não parece que os vilões formam uma família? Aposto minhas fichas que os subordinados são fundamentalmente bons, ao passo que o vilão da série (o rei Jikochuu ou algo assim) poderia ser visto como o mal absoluto ou algo do tipo, e teve de converte-los para o seu lado. O que não seria surpresa, pois em séries Precure anteriores, já vi a idéia ser utilizada 2 vezes. É a velha tese de Jean Jacques Rosseau de que o ser humano é fundamentalmente bom, contanto que não se deixe corromper pelas rédeas manipulistas   da sociedade. Um detalhe interessante a ser comentado é que a pessoa que origina o monstro da semana por influência dos vilões sempre passa por um momento de deliberação e por fim acaba se conformando e suplantando os pensamentos egoístas antes de ter o coração maculado. Mas, enfim, é só especulação por enquanto.

-Alice se oferece para ser a produtora das Precure, uma jogada muito astuta de sua parte. Adicionalmente, ela possui uma rede de informações que a mantém informada de tudo o que está acontecendo pela cidade, um mordomo treinado para lidar com essas inconsistências e um veículo estacionado em uma garagem subterrânea. Sim, ela é o Batman.
O monstro da semana está com problemas…
Confesso que eu ri dessa parte. Admira-me quando um roteirista usufrui do senso comum para criar situações absurdas que não poderiam ser concebidas sem essa sobreposição de realidade e fantasia.


-Lance censura Alice por ficar tomando chá enquanto suas melhores amigas lutam com o monstro da semana. Em contrapartida, Alice declara que não tem a intenção de ser tornar uma Precure, o que resulta em lance causando um estardalhaço e se retirando dali furiosamente. Na cena seguinte, Mana e Reika esclarecem o motivo de sua recusa, desencadeando uma sequência de flashbacks intermitentes. E essa é a cena em que eu fiquei “Wtf”. Uma imagem vale por mil palavras.
-O que aconteceu foi o seguinte: os dois moleques do início do episódio voltaram com o irmão mais velho deles para intimidar as garotas.

-Conversa vai, conversa vem, e os moleques acabam ofendendo Mana, o que deixa Alice furiosa. Nesse ínterim, Reika nos deixa a par da formação de Alice, que recebeu ensinamentos de seu avô em disciplinas como Judô, karate, kendo e aikido.

-E aqui temos a problemática central do episódio e da personagem. Sua recusa em se tornar Precure vem do receio de perder o controle novamente e acabar machucando alguém seriamente. Essa é uma temática bem comum em battle shounens. Em Naruto, o protagonista por vezes perdia o controle de seu demônio interior, a Kyuubi. Em Bleach, Ichigo está numa constante luta para suprimir seu lado Hollow. Em Rurouni Kenshin (Samurai X no Brasil), Kenshin usava uma espada de lâmina invertida como forma de compensação por seus anos de retalhador na era Tokugawa. Em Casshern Sins, um dos meus animes prediletos, sempre que Casshern entra em modo Berserk, o mesmo não consegue distinguir amigo de inimigo, o que culmina nele destruindo tudo a seu alcance. Por motivos óbvios, a Toei não vai exibir cenas de violência desse porte, pois sua demografia alvo é predominantemente infantil (o que não quer dizer que adolescentes e adultos não possam assistir, também é perfeitamente normal), porém ainda assim é um tema interessante e fico feliz pela Toei ter feito alusão ao mesmo. Ainda assim, fico no aguardo de uma cena da Alice entrando em Berserk na forma precure.
Alice se encontra em um jardim de petúnias, que na
 linguagem das flores, simboliza o ressentimento

                                   

-Alice é repreendida por seu avô, que lhe ensina que a força não deve ser usada para subjugar seu oponente, e sim para proteger aqueles que lhe são importantes. O velho jargão dos shounens.

-Ira retorna, e dessa vez ele veio preparado.


-Talvez fosse uma boa idéia tira-lo da tomada antes de atacá-lo, mas o efeito dramático nesse caso é mais importante. Afinal, é a estréia de Cure Rosetta, uma precure com habilidades de defesa. Seu símbolo é o trevo, símbolo de prosperidade e conforto. E a sua primeira habilidade é o Noise cancelling, gerando uma interferência destrutiva que anula as ondas sonoras do oponente.

-E o dia foi salvo, mas elas ainda têm de resolver a questão da possível identidade de Cure Sword, que já sabemos quem é, mas é necessário que elas confirmem por si mesmas. Será que veremos todos os quatro naipes?
Até o próximo episódio.