Impressões semanais: Tamako Market 10 – Acalentando as dores do kokoro



-HNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNGGGGGGGGGGGGG!





  

                                                                               

-O conselho estudantil está realizando um sorteio para determinar os horários de apresentação de cada clube no festival escolar. Como líder do clube, Midori dá um passo  a frente para pegar um dos papéis dispostos de forma aleatória dentro da caixa, e consegue o horário de 11:00~11:30. Tamako e o clube de Baton se reúnem para discutir os planos para a apresentação, onde decidem que Midori ficará responsável pela coreografia e Tamako pelas fantasias. Tamako volta para casa e põe sua família e Mochizou a par dos fatos. Em seu quarto, Midori se esforça para bolar uma coreografia, mas carece de idéias para tal. Para compensar, Midori desenha as fantasias, que recebem aprovação geral do clube. De volta para a casa de Tamako, Choi costura as fantasias. No dia seguinte, Midori dá uma volta pelo mercado a fim de conseguir alguma inspiração, mas não obtém sucesso. Tamako e Kanna começam a suspeitar que há algo de errado, e Shiori confirma suas suspeitas. Passa-se mais um dia e Midori está de cama com febre. Tamako e as outras vão visitá-la, e nisso apuram a causa de seu comportamento não usual, e isso a pega tão desprevenida que ela começa a chorar (ooooohhh!). Dera consegue acalmar os ânimos com sua dança fenomenal e no dia seguinte elas se apresentam com sucesso. Após a apresentação, Choi percebe algo em Tamako e declara abertamente que ela é a princesa procurada.

Dera com sua dança magnífica, consegue cativar todos os corações
De uma coisa eu tenho certeza. O número de fãs da Midori cresceu bastante nesse episódio. E não é pra menos, visto que seu poder MOE foi de mais de 8000. E eu achava que ela não tinha personalidade alguma, e até brinquei nos comentários que a única coisa que deram pra ela foi uma peruca loira. Bem, nesse episódio ela ganhou o atributo de uma pessoa que carrega um grande peso nas costas, em especial no que concerne às expectativas alheias, e se martiriza quando não consegue alcançar resultados. Ela não pede por auxílio, temerosa por perder a confiança e a amizade de suas amigas (isso foi horrível, eu sei). Assim sendo, ela fez jus a seu título de capitã, que antes desse episódio não significava absolutamente nada e não tinha relevância alguma para a narrativa. A Tamako, por outro lado, continua sendo uma casca vazia, e receio que ao término do anime, sua única utilidade no anime todo se resumirá a exercer o papel de “escolhida”. Que provavelmente não vai dar em nada, levando em conta que esse é o tipo de anime em que não existe muito compromisso por parte das personagens. Aposto que o príncipe esteve o tempo todo tentando comunicar que o casamento foi cancelado ou coisa assim, e só no último episódio é que vão se tocar. 



-Mas não se enganem, pessoas! Isso só funciona com garotas moe e crianças de ambos os sexos com menos de 6 anos. Se fosse o Mochizou, eu, você, a tia da esquina e o resto do mundo iríamos estar cagando para a situação dele. 




Vamos falar da Choi, porque, bem…é a Choi! Já repararam que mesmo no plano de fundo, ela consegue se destacar? Seja pela sua curiosidade terrena ou pelos seus dotes inalienáveis, esta consegue se intercalar tão bem com o que acontece à sua volta que eu fico pensando porque o anime se chama Tamako Market e não Choi Market. Ela que deveria protagonizar essa bacaça! A Tamako é um mochi, leve e fofa, Fuwa Fuwa. Sua presença nos arcos de personagens é meramente ilustrativa, e até mesmo a Shiori conseguiu ter mais relevância narrativa (mesmo que acidental) do que ela. O anime leva o nome dela, logo a mesma deveria ser mais assertiva, prestativa, sair do limbo e tomar alguma atitude. Nós deveríamos estar torcendo por ela, e não é o que acontece. Os personagens responsáveis pela magia de Tamako são justamente os estrangeiros, que se contrapõem à normalidade do distrito comercial (não tão normal assim, por ser todo colorido e cheio de coelhinhos e flores). Mas eu estava falando da Choi, não era? Bem, tenho boas notícias. Ela voltará para os holofotes! Faltando 2 episódios para o fim, o arco dela será retomado, e veremos como ela lida com os sentimentos que tem pelo príncipe e como isso vai afetar a vida de Tamako.



Mochizou tem um gosto bem peculiar. Eu pesquisei esses títulos e descobri que eles remetem às dois livros. O primeiro é “Paris: A Love Story”, um romance, uma autobiografia de Kati Marton e o outro é “Corvus: A life with birds”, um relato de uma mulher que adotou um corvo e o criou. Claro que eu não li esses livros, mas as resenhas me dão uma idéia do motivo pelo qual talvez eles estejam ali. Em “Paris: A Love Story”, vi muitas críticas contra a autora pela sua rápida dissociação e desvinculação com seus maridos seguida de uma nova relação quase imediata. Será que Mochizou se imagina como o protagonista de uma tragédia ou perdeu a confiança nas mulheres por Tamako não notar seus sentimentos? O outro, Corvus, retrata o afeto da mulher com o corvo, que ela define como sendo inexplicável, que deve ser uma alegoria para o sentimento inexplicável que ele tem por Tamako. Também tem a possibilidade de eles estarem aqui porque foda-se e eu estar vendo coisas demais.


-Agora vamos aos simbolismos.


Nessa cena, Midori estica seu corpo simulando os passos de dança, com um gato de uma girafa ao fundo. Vamos lá. A marca registrada de uma girafa é o seu pescoço, que nos passa uma mensagem de que devemos “esticar os nossos pescoços para fora”, aumentar nosso campo de visão e chegar até onde for possível. Que é exatamente o que ela está fazendo. Não obstante, ele também nos incentiva a fazer conexões com a família, os amigos e a comunidade, e nesse sentido Midori não captou a mensagem, pois tentou fazer tudo sozinha. Ela tem outros significados como graça e delicadeza em suas ações (no caso a dança), paciência, intuição e percepção. O gato simboliza astúcia, mudança, independência, entre muitas outras coisas. Astúcia é o que ela almejava para bolar a coreografia. A mudança se refere especificamente a uma situação em que existe essa necessidade, sendo primordial cessar as batidas cadenciadas na mesma tecla. Independência é o que ela se orgulha de ter. O urso de pelúcia simboliza o conforto, o escapismo. Reparem que sempre que ela fazia uma pausa, ela olhava para o urso e o abraçava. 


A varinha mágica é um símbolo de poder. Ela serve como instrumento para condensar o nosso poder mágico, catalisar o processo para reduzir o esforço necessário e moldar o efeito de acordo com a nossa vontade. No caso de Midori, ela tenta encontrar uma forma mais fácil de fazer fluir sua força criativa através de uma varinha com uma estrela na ponta. As pontas da estrela representam a cabeça, os dois braços e as duas pernas e sua simetria passa a idéia de equilíbrio e compreensão, servindo também como uma guia para as suas aspirações. Midori balança a varinha em um gesto que é uma alegoria ao descenso de uma estrela cadente que irá realizar seu desejo.



-Ela reza para um peixe, símbolo da criatividade e do conhecimento.



-Produção, isso já está ficando abusivo. A sereia passa uma mensagem de que devemos deixar a paixão e a naturalidade suplantarem a mente analítica para conseguir o que queremos, e foi exatamente essa a lição de Dera para Midori. O golfinho alude à harmonia em nosso coração, nosso interior. A boneca se relaciona com a timidez, que eu interpretaria com certas liberdades como sendo o acanhamento de Midori para com as outras. O buquê de flores está lá porque é bonito.



-Aqui, Midori tenta beber o chá, mas não consegue pelo fato do mesmo estar muito quente. É uma metáfora para o seu próprio estado de espírito. Para ela conseguir beber o chá quente (elaborar a coreografia), ela primeiro assoprar (esfriar a cabeça). De outra forma, ela só vai conseguir se queimar ainda mais, e foi o que aconteceu, pois no outro dia ela padeceu de uma febre. 







-Até a próxima.