Mesa de bar Volume 1 – Relatos de um blogger iniciante


-Inaugurando a seção mesa de bar!

-Qual o motivo desse nome? Simples, uma mesa de bar é um local onde as pessoas desabafam, colocam tudo para fora sem fazer segredo. O objetivo desse post é relatar minhas experiências e pensamentos no que tange a minha experiência como blogger. É basicamente uma forma de estabelecer um contato informal com o público e realizar uma autocrítica. Esse post é altamente experimental, não sei se vão gostar ou não, mas se existe alguém sem noção o suficiente pra fazer esse tipo de coisa, sou eu. Talvez eu faça outro algum dia, ou talvez essa seção seja a primeira e última.

Resumo da minha vida animística

-Eu pertenço à geração CDZ. O primeiro anime que baixei foi Love Hina em 2005 e eu amei a experiência. Como estava no meio da adolescência, me senti atraído pelos shonens populares como Naruto, Bleach e FMA, e inclusive discutia sobre os mesmos nos tempos em que o orkut era a rede social mais badalada. Durante 5 anos, devo ter assistido uns 30 animes, no máximo, visto que os shounens semanais me satisfaziam. 2010 foi o ano em que comecei a acompanhar os animes da temporada. Enquanto pesquisava algo no google, acabei por encontrar o primeiro blog de resenhas de animes que eu já li: Thecartdriver. Com o tempo, comecei a desenvolver um senso crítico que até então não tinha, e também comecei a assistir mais animes e perceber mais coisas. Por um ano e meio, me contentei em ler os textos recheados de sarcasmo e ironia do autor Scamp. Em meados de junho de 2011, passei a comentar em sites de animes (pois a blogosfera brasileira não me era atrativa e os gringos eram muito mais bem informados). Um ano depois, passei a visitar o Elfen Lied Brasil assiduamente. Antes de criar o blog, eu era comentarista no site. Foi uma época de amor e ódio por um anime que virou febre mundial: Sword Art Online. E conforme eu ia comentando, eu percebia meu nome subindo na página do site e um número ia aparecendo por debaixo do meu comentário. Deduzi que aquilo fosse um “joínha”, e tive uma epifania. “As pessoas gostam de ler o que eu escrevo” – foi o que pensei. Passei a comentar mais a mais, e com o tempo já não estava mais satisfeito em ser um coadjuvante; eu queria ser o ator principal. Em 28 de fevereiro de 2013, nascia assim a Intoxicação animentar. O nome já diz tudo. As animações nipônicas entraram em minha vida de tal forma que estou intoxicado por elas.

Vamos começar pelo básico: o que é um blog? 

-Um blog é um espaço democrático (ou não) onde as pessoas interagem com o dono e dão suas opiniões acerca do que está sendo escrito. Quando um blog faz muito sucesso, a área de comentários se eleva ao nível de um fórum de internet, com várias opiniões, respostas e interpretações misturadas, formando uma comunidade de indivíduos.

Por que as pessoas resolvem criar um blog?

-Isso pode ter várias razões, mas a principal é o fato do ser humano ser uma criatura sociável. Não importa quem você seja, necessitará de atenção uma hora ou outra. Sem ser hipócrita, posso afirmar com convicção que a pessoa que escreve um blog quer a atenção de alguém. Normalmente um blog de anime é escrito por um indivíduo que não sai muito na rua e não vai pra balada. Ou talvez o sujeito vá pra balada, o que só ratifica que ele precisa de mais atenção ainda e só a balada não é o suficiente.

Falando um pouco sobre a experiência de ter um blog

-Manter um blog é gratificante e ao mesmo desanimador, principalmente para quem ainda está iniciando sua carreira. Meu blog é como um gato para mim. Eu dou carinho, comida, cama, e ele simplesmente me vira a cara. Porém sou incapaz de me livrar deste, pois me preocupo bastante e tenho muita afeição pelo mesmo. É aquele negócio de verificar a cada meia hora se tem novos comentários, o número de visitas recebidas, ver qual é o site de origem dessas visitas.  Para se ter uma idéia, eu levo aproximadamente 4 horas formulando 2 páginas de texto no Word. É praticamente uma tarde inteira escrevendo, sempre procurando usufruir de um vocabulário mais abrangente, lembrar de um verbo ou um adjetivo, tentar não repetir palavras muitas vezes. Não é uma tarefa fácil, pois consome tempo que poderia ser utilizado de outras formas, e nem sempre seu esforço trará resultados.

Mas que resultados são esses?

-Feedback, que é o que todo blogger procura. Ter muitas visitas é sempre bom, porém visitas são apenas  números. O verdadeiro feedback são os comentários dos leitores, pois permitem que você saiba que eles existem e são seres humanos. 

Aprimoramento do blog

-Essas 3 semanas foram deveras estressantes. Eu queria deixar o blog bonito, mas não sabia nada de html e os modelos do blogger não me soavam muito atraentes. O que eu fiz? Comecei a pesquisar o tipo de design que eram mais comum entre as páginas da blogosfera brasileira, e descobri que predominantemente, o fundo das postagens e das barras laterais era branco, e as postagens ocupavam o mesmo fundo da barra lateral. Desatei a pesquisar no google como adicionar menu, criar páginas, diminuir espaço entre as postagens, colocar links, esse tipo de coisa. Por fim, faltava uma imagem atraente para o banner, e me decidi pela Vividyellow. Até o momento, na minha mente, todo blogueiro sabia Webdesign. Por fim, adicionei botões para curtir o blog nas redes sociais. Primeiro o facebook, que não me rendeu muitos resultados ainda, e mais recentemente o twitter, que acabou sendo muito mais viciante do que eu pressupunha que fosse. A quem deseja criar um blog, recomendo muito o twitter. Siga algumas pessoas que se interessem pelo que você está abordando. Espere elas te seguirem de volta e então divulgue, não custa nada. Além disso, cadastre seu site no Sitemaps do google, pois de outra forma apenas sua página inicial irá aparecer nos mecanismos de busca.

O que eu aprendi?

-O mais importante para divulgar um blog é não ter inibição. Não ter receio de ser esnobado quando for enviar um e-mail e pedir uma parceria. Das 16 parcerias que tentei realizar, obtive êxito em 7 delas (quase 50%, uma média significativa), e as recusas consistiram simplesmente em não receber resposta. A não ser que alguém tenha algo contra você em específico, essa pessoa não irá te escarnecer. Se for especular o porquê de alguns terem recusado a parceria, posso vir com alguns motivos:
1) O blog tem visitas o bastante e não precisa de mais parcerias
2) O dono do blog não gosta de você
3) O dono do blog acha que seu blog ainda é muito precoce para ter um parceiro já consolidado na anisfera durante X anos
4) O dono do blog acha seu blog feio (lol)
5) O dono do blog está se vingando por também não ter conseguido parcerias boas no início
6) O dono do blog ainda não leu sua mensagem
7) O dono do blog acha que você é um aproveitador cara de pau
Enfim, são apenas conjecturas. O negócio é nunca deixar de tentar, ter esperanças. Outro dia, um blog que eu já considerava um caso perdido me respondeu no twitter 8 dias depois, por ter se perdido entre as mensagens de outros seguidores. E também tem aqueles casos em que o potencial parceiro só abre a caixa de entrada de 2 em 2 meses.
-Outro ponto importante é não ser impaciente, pois a ansiedade não leva a lugar algum. Às vezes eu deitava pra dormir, e meia hora depois religava o notebook pra ver o blog. Outro dia me queixei de que ninguém comentava nos posts de Vividred, e obviamente isso foi em vão. Eu sei que ninguém vai comentar os posts de Precure, mas vou faze-los até o último episódio, pois esse é um desafio que eu me impus. Tem blogs famosos que postam todo dia e por vezes não angariam nenhum comentário por 3 dias seguidos, então acho que não estou tão ruim assim. Na verdade, eu tenho até um número razoável de visitas para um iniciante, pois tive a sorte de realizar parceria com um blog grande logo de cara. Se não fosse a Roberta, eu estaria no anitube mendigando likes no facebook. É a regra dos 0,2%. Apenas 0,2% dos visitantes irão comentar, e devo ter perseverança e paciência para não cair no conformismo.
-E não é só importante divulgar e fazer parcerias, como também comentar em outros blogs. Dessa forma as pessoas irão te conhecer e saber quem você é. Não adianta se isolar e esperar sentado, é necessária uma interação com a comunidade. Se você tem algo a ser dito, por que não comentar?

Motivos para a escassez de comentários

-Eu pensei em alguns motivos para isso. Eis a lista:
1) Talvez meus textos sejam muito mecânicos
2) Talvez meus textos sejam desinteressantes
3) Talvez meus textos sejam abrangentes em demais e não deem espaço para comentários
4) Talvez meus textos sejam chatos de ler
5) Minha dificuldade em escrever pode estar transparecendo em meus textos
6) Talvez o leitor não goste de mim 
7) Eu só falo de roteiro
-No momento não posso fazer muito quanto a isso, visto que minha imersão cultural foi deveras tardia. Minha experiência com filmes e animes não é lá essas coisas, meu conhecimento de atores/diretores é raso e não meu interesse por técnicas de direção/animação não se desenvolveu, mas meu interesse por roteiros sim. Eu tenho a mente de um escritor, logo animação, character design e cenário pouco influem no meu julgamento. Só agora que comecei a dar um pouco de valor para simbolismos, mas apenas pelo fato de estar escrevendo para um público. É levemente prazeroso pelo desafio de interpretar, mas em uma avaliação interna, eles não substituem bons personagens e boas histórias.
8) Não tenho visitas o suficiente ainda
9) Eu falo de animes que não são populares
-Olha, eu sou teimoso. Não, não vou pegar Suisei no Gargantia ou Attack on Titan, pois são escolhas óbvias demais e 40 blogs estarão falando deles. Eu quero que o fandom e também os haters dos animes menos populares tenha um espaço, e é por isso que criei esse blog. Nem que seja para meter o pau todo episódio, mas eu não vou arredar o pé.
10) Talvez os leitores não se sintam confortáveis com o disgus.
-Eles podem preferir a plataforma de comentários nome/email/facebook/twitter. Nunca se sabe.
11) Talvez os leitores se sintam inibidos pelo meu discurso formal
-Não se sintam inibidos, internautas! Se querem falar algo, falem em alto e bom som. Não importa se são duas linhas ou dez páginas no Word, comentem. “Ah, eu gostei daquela personagem”, “Ah, adorei o episódio de hoje”. Mesmo se o comentário for curto ou não acrescentar muito à discussão, eu farei o possível para responder todos, mesmo que tenha que forçar alguma frase não muita inspirada para fora. Não faz mal. Como diria Amyr Klink, o mais importante é começar. Com o tempo, você comentarista, irá aprimorar seus comentários e deixar eles mais gordinhos também.
-É isso, pessoal. Parabéns para quem leu esse negócio até o fim. Gostaram da análise/seção/desabafo/relato? Tem alguma experiência que gostaria de compartilhar? Tem alguma opinião sobre o meu blog ou sobre esse “artigo”? Não se retraia, comente.