Impressões semanais: Dokidoki Precure 13 – A determinação de Alice

Quando ela faz essa cara, significa que ela vai chutar o seu traseiro

-Após sei lá quantos episódios, Alice volta para a posição central.

-Pode parecer tendencioso de minha parte escrever isso, mas até agora não houve um episódio de Dokidoki Precure que não apresentou alguma novidade, seja uma forma nova de um vilão, uma informação extra sobre as fadas e o Trump Kingdom ou algum aspecto de personagem até então não desenvolvido (a única provável exceção foi o episódio em que Ai-chan bagunçou a escola toda). E nessa décima terceira edição a problemática de Alice abordada pela última vez no episódio 4 foi estendida, fazendo uso de duas ferramentas: um concurso e uma rival.

-Primeiro, permitam-me externar minha insatisfação com essa personagem. Ela é simplesmente ridícula, e não digo no bom sentido de nos fazer sentir piedade de Mana e das outras e sim no sentido de ser estupidamente mal escrita e insultar a inteligência de quem assiste. Eu não podia deixar isso passar, tendo em conta que essa caracterização simplista e maniqueísta desceu ao nível de Powerpuff Girls Z. Sim, existem disparidades de qualidade entre animes orientados para crianças, e em particular nos anos 90 a caracterização era horrenda no quesito Mahou Shoujo, vide a minha tentativa frustrada de tentar assistir Wedding Peach. A quem está com medo de “precurizarem” Sailor Moon, eu vos digo: se esse Remake seguir os moldes de Mahou Shoujo dos anos 90, as chances de trazer novos fãs para a franquia são ínfimas. Eu vou achar estranho, vocês vão achar estranho e as novas gerações também vão achar estranho. Já nos acostumamos com a porradaria em Mahou Shoujo, logo voltar às origens não seria nada mais do que um retrocesso desnecessário, a não ser que a direção seja MUITO boa como no caso de Jojo.

-Voltando ao episódio, a “riquinha” (não importa o nome dela) tentou desqualificar as garotas de todas as maneiras possíveis no concurso, seja quebrando o salto de Mana na prova de dança ou arruinando as pinturas das garotas. Seu objetivo era fazer com que Alice se irritasse a ponto de partir para agressão física, o que automaticamente desqualificaria o seu time. Contudo ela não esperava que as meninas dessem um “jeitinho” de tornar uma circunstância desfavorável em favorável e o tiro lhe saiu pela culatra. Até mesmo seu último recurso (jogar lama nas três) não abalou a compostura de Alice. Quando ela é perguntada sobre o motivo, sua frase é a seguinte: “Se alguma coisa mudou dentro de mim foi tudo graças a Mana e as outras”.

-E essa é a mensagem que Precure quer nos passar. Existem várias formas de proteger suas pessoas queridas, seja fisicamente ou emocionalmente. No caso, Alice optou por controlar a sua raiva para não desperdiçar todo o esforço de suas amigas até o momento. Vingança é algo que tem mais relação com a autorealização do que a satisfação da vítima, logo nem sempre é a melhor saída. Esse episódio serviu para mostrar que existem rotas alternativas que não envolvem contato físico e agressão verbal, e apesar de todo meu cinismo eu gosto do que eles estão tentando ensinar. Como diria Kenshin Himura: “Uma espada é uma arma. Kenjutsu é a arte de matar. Não importa que palavras bonitas que você use para falar disso, essa é sua verdadeira natureza. O que Kaoru diz são as palavras daquele que nunca sujou suas mãos. Uma piada idealista…eu gosto do idealismo de Kaoru mais do que da verdadeira natureza. Se não for pedir muito, eu quero que o mundo aceite essa piada como sua verdadeira natureza.” Por defender a honra de suas amigas, Alice automaticamente as protegeu, mesmo que elas tenham sido submetidas a humilhações no processo. Essa Alice não é mais a Alice de antes. Ela cresceu, está mudada, consegue pensar e avaliar suas opções com clareza e virtude, não se rendendo às tentações do ódio e ao instinto. Vamos focar um pouco na batalha.


– Alice em modo de ataque é uma visão fenomenal. Ao ver as Precure imobilizadas por tentáculos (você aí, pare de pensar besteira) e ouvir as provocações de Marmo, ela calmamente tomou a posição de combate e partiu pra cima. Esse é o lugar em que ela abre as cortinas para que sua raiva reprimida venha a tona e a converte em determinação para salvar suas companheiras. O resto, bem…

-Alice, a Precure mais malandra da história. Joga a barreira nela!

A rosa amarela é o símbolo da amizade
-E a rosa não é apenas um simbolismo, mas um item relevante para a trama. Dela desabrochou um Cure Lovies, e dessa vez não é um objeto para entreter bebês. É o que chamam de Chekhov’s Gun, que lá na frente será essencial na resolução de algum conflito. 

-Lembram da vilã do episódio passado (que eu até estou usando como avatar)? Seu nome é Regina, e ela é a filha do rei Jikoochu. Ela inclusive aparece na abertura como uma silhueta. Pela preview, parece que ainda não é hora de sua estréia. Esperar para ver.
Recomendo lerem também: Dokidoki Precure episode 13 the rose of her sighs
Ele faz uma análise interessante do papel da Alice no time.

Até a próxima.