Impressões semanais: Valvrave the liberator 4 – Me chame de Moisés!
-Senador Figaro, você já tem o meu voto para as próximas eleições!
-Primeiramente, que episódio foi esse, leitores!? Repleto de pérolas, de eventos improváveis, reviravoltas, cenas estúpidas e o caralho a quatro. Se Shingeki repercutiu por fazer tudo certo, Valvrave repercutiu por fazer tudo errado em contrapartida. Eu não posso negar que me diverti, mesmo que pelos motivos errados.
-Como já era esperado, o governo de ARUS pretende iniciar um programa para construir Valvraves em massa, o que por sua parte poderá fazer pender a balança para o lado dos mesmos e decidir o desfecho da guerra. Em termos reais, seria como construir Landkreuzers totalmente funcionais e operacionais durante a segunda guerra, o que não era possível com a tecnologia da época. Aqui temos a desculpa de ser uma space opera, o que torna viável a produção desse tipo de armamento especializado.
-Essa cena gerou repercussão. L-elf tenta convencer Haruto de que este deveria formalizar um contrato com ele, porém tentando se reafirmar por meios pouco convencionais e lógicos. Ele precisava de um argumento muito melhor do que “minhas previsões sempre dão certo” para querer que o inimigo que esfaqueou o desse ouvidos. Mas é claro que ele não irá aceitar, disso não resta dúvida! L-elf não é um emissário, e sim um soldado geneticamente alterado com dotes físicos e mentais superiores, logo é de se esperar que ele seja exímio em ações e não em palavras. Mesmo a tentativa de negociação tendo se mostrado improdutiva, L-elf ainda acredita que Haruto irá ceder. Fui só eu que lembrei do Orochimaru nesse momento? A comparação que mais bombou entre o fandom, entretanto, é com o camarada Kyuubei, apesar do mesmo não ser tão assertivo quanto L-elf.
-Ignorando a cena relativa a essa screenshot, irei discorrer um pouco sobre as referências do anime. No folclore escandinavo, Valravn é um nome atribuido a uma espécie de corvo sobrenatural que ao consumir o sangue de uma criança livra-se de seu semblante animal e transforma-se em um cavaleiro. Está associado aos corvos que se alimentam da carcaça de soldados mortos no campo de batalha e adquirem poderes sobrenaturais. Literalmente, poderíamos traduzir esse conceito em Valvrave como “O corvo adquire a forma daqueles que consome”, o que aqui tem relação com a troca de corpos. Há também o símbolo do corvo de três pernas associado a mitologia japonesa como Yatagarasu, um símbolo de renascimento (imortalidade) e rejuvenescimento (vampiros). Claro que são só referências e uma explicação mais detalhada no contexto do anime ainda é obrigatória.
-Estamos falando do Ichiro Okouchi, logo é necessário que todo episódio haja ocorrência de uma reviravolta. E dessa vez é o político corrupto e demagogo que planeja deixar os estudantes para trás enquanto foge no aerolula. E como político mentiroso, ele é bastante convincente em sua interpretação, sendo tão cara de pau quanto deveria. Mas é claro que alguém entreouviu a conversa dos dois e essa pessoa fará todo o possível para levar isso a público, mesmo que por meios não muito ortodoxos…
-“Eu não faço idéia do que está acontecendo.” Eu também não, Saki! Caralho Shouko, caralho Shouko, caralho Shouko, mas que MERDA você está tentando fazer? É um costume corriqueiro no Japão provar que você está falando a verdade tirando a roupa!? Seria isso na verdade uma crítica a todo esse idealismo de pureza feminina? Eu tenho absoluta certeza de que não, mas a cena é impagável por si só! O loirinho pareceu não gostar muito da fruta pela sua reação. Nem falo mais nada, vou deixar pros comentários.
-Hinos escolares japoneses, tão sem graça. O único que eu gostei até hoje foi o de Tari Tari, e apenas pela entonação característica de óperas. Esse plano dos estudantes não parece fazer muito sentido em retrospecto. Ok, eles querem dar uma de Solid Snake e se infiltrar pelos túneis de ventilação, mas o que esperam encontrar lá? Isso não é um videogame, o que implica que eles não irão passar por uma saída de ar no exato momento em que o senador Figaro estiver em uma sala de reunião confabulando com os conterrâneos sobre as suas intenções de dominar o mundo como é comum em jogos do tipo stealth e também alguns Jrpgs. E se o Haruto não estivesse lá, o que eles fariam? Amadores, eu vos digo. Por mim o Haruto já estaria no camburão a caminho do centro de pesquisa logo após ser testemunha do meu plano maléfico. De um jeito ou de outro, ele é necessário para pesquisar sobre a compatibilidade do Valvrave. Sério, o que esses caras estavam pensando? Ao menos pudemos ver uma das cenas mais simbólicas da temporada, protagonizada pelo senador favorito de todos, Moisés. Aquilo foi realmente impagável. O Yamada ainda reviveu uma cena de Tianeman Square para completar.
-Eu havia me perguntando qual seria a função da Shoko na narrativa, e não é que vingou? Ela encontrou o “esconderijo” da garota hacker (procurei o nome dela e não achei) e ainda incitou uma revolução. E o que não podia faltar é o fato de ela ser filha do presidente. Euphemia reencarnando no corpo de uma estudante do ensino médio. E o refém é um mecha de 25 metros de altura, e a ameaça dela só funciona em decorrência da falta de conhecimento técnico de ARUS e DORSSIA acerca do Valvrave. Obviamente ARUS não tem escolha a não ser cooperar, mas isso não é totalmente garantido. Futuramente, eles podem tentar reaver o Valvrave de alguma forma, e ela deve ficar esperta para saber tomar as providências certas quando isso acontecer. Temos aqui uma tensão trilateral na qual ninguém pode confiar em ninguém. Mesmo se Shouko entregar o Valvrave para DORSSIA, não há garantia alguma de que eles libertarão suas famílias, e caso esta entregue o Valvrave para ARUS, também não há garantia de que eles não irão aplicar as devidas punições para os infratores, dada a personalidade de Figaro.
-Como um país pode alcançar independência? Simples, é só separar o módulo da esfera de dyson. Problema resolvido! Eu acho que depois dessa cena, todos já se convenceram que Valvrave será uma festa regada a muitas cenas que desafiam a suspensão de descrença e uma miríade de plot twists, claramente inspirado pelo seu precursor Code Geass. A reação do L-elf foi muito parecido com a minha. Ele está entre lunáticos que de alguma forma conseguiram arruinar todos os seus planos e seguir uma rota completamente distinta da que ele almejava. Rir de suas falhas também é humano, afinal. A única dúvida agora é como eles irão escapar dali. O Valvrave não pode empurrar o módulo e combater as tropas de DORSSIA ao mesmo tempo. Os autores também não parecem ter idéia do que fazer e o próximo episódio será provavelmente um musical, o que é raro em anime. Claro que vou assistir, pois musicais são totalmente a minha praia.