Impressões semanais: Hamatora 4 e 5
-Não tão legal nessas duas semanas Hamatora foi.
Episódio 4
Mestiço francês-japonês? |
-Bom, não pude deixar de notar que ao passo que o alvo do franco atirador é alemão e eles estão aparentemente na Alemanha, o próprio franco atirador é japonês. Me pergunto se as relações internacionais germânico-japonesas estão tão ruins assim. Será que a exportação de sushi e temaki sofreu algum tipo de embargo comercial, que fez com que os pobres japoneses enfraquecidos economicamente decidissem que já estava na hora de tirar aquele governante do poder por meios ilícitos?
-Meios ilícitos lembram espionagem, e espionagem é exatamente o poder que a Honey tem, e o interessante disso é que não é uma espionagem qualquer, ela usa os satélites do google ou “empresa virtual x que domina o mercado lá” para se inserir no mundo virtual e por meio de seu avatar conseguir observar tudo que estiver ocorrendo no mapa em qualquer lugar do planeta (só que no futuro), o que devido à sua própria natureza, abre um leque com diversas possibilidades. O companheiro dela é claramente inspirado no Beast de X-men.
-Não tem qualquer relação com os poderes, mas uma das possibilidades das quais se fez bom uso, narrativamente falando, foi a de intercalar a comédia com o enredo, e obviamente faço referência à cena pós-abertura em que os quatro rapazes interpretam super heróis que defendem a cidade de Yokohama. Não é tão engraçado assim, admito, mas funciona no contexto e mantém os personagens ativos de certa forma, colocando-os em situações que fogem do lugar comum, e assim pelas suas reações delineando um pouco mais a personalidade de cada um. Nice é o cara que topa tudo desde que esteja se divertindo, Birthday é o cara que sempre está se divertindo em qualquer situação, Ratio é o estóico que cumpre sua função seja qual for, e o Murasaki é do tipo que é perfeccionista demais.
Essa cena foi legal…simbólica até |
-A trama dessa vez acabou ficando como plano de fundo, não tão aperfeiçoada quanto as últimas, decente ao menos. Isso leva a um questionamento sobre os métodos de operação de Moral. Aliás, o que esse cara quer? Ele está fazendo exatamente o que o Shougo fazia, trazendo uns carinhas aleatórios para sua causa e depois descartando-os quando não há mais necessidade dos mesmos, mas qual o sentido de fazer tudo isso se já sabe que vai falhar? Dar armas para pessoas comuns é o que ele disse que queria no episódio 3, mas mandar eles assaltarem lojas de conveniência não faz sentido algum. É como se ele simplesmente não tivesse o que fazer e estivesse sem pressa nenhuma pra colocar em prática seu “plano supremo” ou algo assim. Ou seja, teatrinho, ou melhor, “precisamos de alguma coisa para ocupar a trama principal, mesmo que não seja realmente construtiva”. Ele é mais tolerável que o Shougo ao menos.
-Não foi ruim, seja lá qual a sua definição do conceito for, apenas acabou que no final de tudo não tivemos uma narrativa tão sólida quanto as anteriores, e acabou sendo uma introdução de personagens que ao ser contextualizada ficou muito com cara de “esse episódio só serviu para introduzir os personagens e todo o resto veio de brinde”.
Nota: 69/100
Episódio 5
-Esse aqui só não pode ser chamado de filler porque o conceito de filler não faz sentido em um anime original. A produção nem sequer disfarçou que a única função do episódio era simplesmente preencher um espaço que de outra forma teria sido deixado vazio e consequentemente Hamatora teria menos um episódio e consequentemente menos BDs a serem vendidos, embora Hamatora não esteja tão bem na pre-venda. Talvez o anime sirva basicamente para impulsionar o mangá, o que é uma pena.
O maior medo dos heteros deve ser esse |
-Já é de conhecimento do público que a animação em Hamatora não é algo que impressione ninguém (o mais próximo que chegam de fazer algum esforço é naquelas cenas em que a câmera gira e o Nice usa seu poder, nada comparado ao que eu divulguei nesse post especial), mas nesse episódio eles conseguiram chegar a um novo patamar de não animação que deixou evidente a falta de compromisso e a natureza da direção nesse episódio.
What the fuck |
-Essa cena. O que diabos era pra ser isso? Ah, esperem, já sei, eles não conseguiram terminar os in-betweens (quadros entre uma cena e outra) a tempo e o diretor de animação decidiu usar um efeito de movimento muito tosco para disfarçar a falta de movimento e logo pulou para a cena seguinte quando o assistente do inspetor imobiliza o cara.
-Essa aqui também foi uma bela demonstração do que NÃO fazer ao dirigir um anime. Sério, um diálogo inteiro focando a câmera apenas nas pernas das meninas para não ter o trabalho de animar movimento labial? Quem o diretor pensa que está enganando?
Quando é que eu vou ficar assim, hein, produção? |
-E não foi só a animação, o roteiro também não cativou muito. É um episódio que realça principalmente a comédia, só que Hamatora apesar de ter um clima cool e divertido não consegue se sustentar só com a comédia, impossível. Deu a impressão que eles queriam que ficasse super engraçado com aquela liberação de feromônios gays e tal, mas então eles criaram uma trama de um pobre ex-ídolo que foi expulso da indústria e o fã dele era massagista do spa e queria que ele voltasse, aí complica demais o negócio e deixa de ter graça. Porra, custava simplesmente o cara fazer aquelas flexões por estar planejando uma suruba gay ou algo assim? Maldita censura. A comédia em Hamatora funciona melhor ou quando é sutil, como a velhinha do episódio anterior descendo o volante nos sequestradores ou aquele homem engravatado que a Honey e o Three capturaram lendo mangá do lado do Three.
-O saldo final foi aquele cara que andava com o inspetor Art revelando ser um duas caras, mas como ele é apenas um personagem secundário para o qual ninguém dá a mínima, a reação para a suposta traição foi nada mais do que um “ah, é só isso”?
Nota: 49/100