Impressões semanais: Hamatora 6 e 7
-Ache o erro na imagem.
Episódio 6
-Ontem, na aula de literatura, tivemos como tarefa escrever uma “carta do leitor” remetendo a um artigo científico publicado na superinteressante sobre como a música pode mudar o gosto dos alimentos. Uma amostragem foi feita em diferentes situações e as pessoas tiveram que responder um questionário avaliando o gosto da comida em cada uma delas. Obviamente, quem estava ouvindo música clássica na hora do “jantar” avaliou a comida como tendo o melhor gosto. E não é só a comida que pode melhorar ou piorar com a música, também o próprio entretenimento é suscetível a essa característica. Hamatora, assim, apresenta uma composição musical que ao invés de ajudar na apreciação do anime como um todo, acaba arruinando a experiência, ao nos expor a aqueles pianos de melodia rítmica e manjada no fundo ou a aqueles saxofones que totalmente destoam da cena em que foram inseridos, Hamatora é nada menos que um desastre musical.
Depois que a moda do Fred Mercury prateado pegou… |
-Eu não havia percebido até então como a trilha sonora era de meu desagrado, o que significa que o enredo anda perdendo o fio ultimamente. Para começar, os casos tem se tornado cada vez mais sem noção. É só prestar atenção nesse episódio: um produtor que bola um plano intrincado para que a artista que ele patrocina perca a chance de trabalhar com o diretor sei-lá-das-quantas unicamente porque ele prefere que a outra artista consiga essa oportunidade porque ela “vende mais”. É tão ridícula sua motivação que dei graças à Madoka pelo episódio não ser inteiramente focado nisso.
-O que importa é que agora ninguém pode dizer que o Birthday e o Ratio passaram o anime inteiro sem ter nenhum destaque. Ratio criança lembra a Kotoura de Kotoura-san, é a típica criança que ao invés de parar de dizer que os outros vão morrer como crianças normais fariam, continua insistindo em piorar a própria situação. Não sei o que dizer sobre isso, foi justo, apenas, podendo ter sido inserido em qualquer outro episódio sem perdas significativas.
Nota: 56/100
Episódio 7
-Com a vinda do episódio 7, certas cenas de episódios anteriores passaram a fazer mais sentido. Refiro-me, é claro, à cena de traição do carinha sem nome que ajudava o Art nas investigações, inserida em um episódio nada a ver por macacos estagiários de salários insignificantes e vidas medíocres. Então na verdade o traíra era o Moral, que estava disfarçado pelo seu minimum. O fato, entretanto, não encerra muita significância em si próprio. Sim, ele estava disfarçado enquanto acompanhava as investigações dos crimes que cometia, mas em nenhum momento foi mostrado que ele estivesse utilizando essa posição de vantagem a seu favor, muito pelo contrário. Pode-se dizer que todos os crimes por ele cometidos até agora foram apenas um joguinho em que não tinha importância se ele ganhava ou perdia, e não é como se ele precisasse necessariamente ser o assistente do Art para fugir da polícia. O carinha que ele usou pra roubar o cérebro do Minimum holder mais poderoso foi um cientista gordinho, logo só posso supor que o único motivo de ele ter acompanhado o Art era pra poder admirar sua vadia (Nice, o cara legal) de perto.
-E aliás, o roteiro aqui foi bem direto em relação ao que pode-se considerar o principal “defeito” do Nice, que também é a sua qualidade. Como ele não divide as coisas em certo e errado e as pessoas em inocentes e culpadas, é de se esperar que ele não reprove qualquer atitude mesmo que esta seja imoral, contanto que a pessoa não entre no jogo do inocente e culpado. Logo, está tudo bem se o cafetão passar o rodo nas idols japonesas, visto que foram elas que que aceitaram ir para a cama com ele (pessoalmente, não vejo nada de errado), assim como estaria teoricamente tudo bem se os fracos simplesmente aceitassem o poder que Moral os dá, pois apenas responderam um questionário, não tendo feito nada de errado. Foi aí que o Nice percebeu que a ideologia dele ia longe demais e foi o motivo de ter ficado furioso tanto com os nerds que o contrataram quanto com o playboyzão, no fundo sentindo raiva de si mesmo. A propósito, esse cara da foto é bastante similar ao Madarame de Genshiken.
-É aí que entra a questão do Art, ele é a exceção, o único graduado na academia sem poderes, o único do anime que aceitou sua fraqueza e seguiu em frente mesmo sem poder usar um minimum e o mais adequado para ter uma morte lenta e dolorosa em um capítulo com enfoque nele próprio. Ele viu algo que Nice não visualizou, a desordem e o caos que o mundo seria se todas as pessoas fracas tentassem burlar o ciclo natural da hierarquia de poderes e influências, não importando os meios que fossem utilizados para tal. A anarquia, em que grupos de nerds decidem se unir para esfaquear um jovem rapaz que não cometeu crime algum, homossexuais fazem flexões para convencerem ministros de países mediterrâneos a influenciar o governo de forma a fazer com que um artista pop voltasse a ser famoso e um cara com síndrome de Greed sabota a artista que ele mesmo patrocina. Acabo de perceber que os 3 últimos episódios todos tiveram algo a ver com pessoas que trabalham no meio artístico, seria essa uma tendência? Veremos nos próximos episódios…
Nota: 72/100