Impressões semanais: Sekai Seifuku 6, 7 e 8
-3 episódios de uma vez, porque tá tenso.
Episódios 6 e 7
-Eu realmente não me sinto muito motivado a comentar o episódio 6 separadamente, já que os dois formam uma história só e é no 7 que as bizarrices começam a ocorrer. O mais provável é que eu quase não vá falar do 6.
–Katezilla no pedaço! E não, eu não faço a mínima idéia da metáfora/simbolismo/enigma do milênio que esse agigantamento era pra representar, então preferi tomar a abordagem não metafórica e assumir que ela simplesmente tem poderes mágicos. Intencionalmente ou não, esses 5 minutos finais pareceram estar fazendo referência à cultura pop. Vejam, a Kate gigante poderia representar o Godzilla (veja a cena desse post em que ela sai pisando atrás do Asuta), ao mesmo tempo ostentando uma semelhança notável com vários outros gigantes nipônicos no modo de andar, como a unidade Eva 01, os titans em Shingeki no Kyojin e muitos outros. Nessa imagem, pode-se visualizar a evolução humana, desde a fase de primata até a fase de jedi. Reparem que o mais antigo ancestral anda com a coluna curvada, joelhos flexionados e braços esticados em frente ao corpo, e que essa é exatamente a pose da Kate. A intenção dessa representação em várias mídias provavelmente tem como objetivo conferir um caráter selvagem e primitivo aos gigantes, enfatizando seus instintos. Outras referências também estão presentes aqui. O templo em que o tesouro está escondido poderia ser uma referência aos filmes do Indiana Jones e a todo o gênero de caçadores de tesouro, e ironicamente o pai do Asuta ser o líder da White Light me lembrou a relação entre Luke Skywalker e Darth Vader.
-Mistériouhhhh! Kate é na verdade a irmã perdida do Asuta (não confirmado ainda) que ganhou poderes mágicos após alguma fucking coisa acontecer e graças a isso seu cabelo ficou branco e seus olhos vermelhos como os de um coelho (aliás, reparem que a menininha segura um coelho, e a Kate tem orelhinhas de coelho quando se transforma, logo…). Para um anime que tem estado lento até o momento, já é um avanço significativo.
-Como diz o ditado, “o primeiro toco você nunca esquece”. A loirinha da White light, por ser um membro da alta sociedade, conhece o pai do Asuta, que é o governador da cidade, e também trabalha para ele. Resta saber agora qual a relação da Komadori com tudo isso, já que ela não parece ser do tipo que é popular ou tem muita grana. Tudo me leva a crer que a produção vai se dedicar a juntar as peças do quebra-cabeça de agora em diante.
Nota: 69/100
Episódio 8
-Animação, gente, é animação! Lutas, batalhas sendo travadas! Garanto que nenhum de vocês esperava por isso. Vou ficar mais atento a esse Takashi Kojima (primeira gif) em seus próximos trabalhos, o cara é bom. Aliás, a staff inteira é boa, cheia de animadores da Ufotable que nem conheço e nunca ouvi falar, além do hábito da A1-Pictures de terceirizar tudo, ou seja, uma porrada de estúdios subcontratados nos créditos. É uma pena que o roteiro raramente exija trabalhos de nível Sakuga, mas ao menos a animação é consistente no geral.
-Falando em consistência, a trama já começa a ganhar volume com os últimos episódios, começa a dar pistas de que isso não é apenas uma história de episódios randômicos que não fazem o menor sentido, e essa tendência, como eu disse ali em cima, há de se repetir. O assunto família novamente vem à tona com a falecida esposa de Gorou (e caralhos, eu não imaginava que a Itsuka fosse literalmente a filha do homem, malditos fansubs que traduziram “oyaji” como “chefe”), que começa a ter um papel importante mas ainda desconhecido no argumento central. De fato, tudo parece estar interligado, tanto o Asuta com a White Egret, o Gorou com a White falcon, a Kate possivelmente sendo aquela irmã perdida do Asuta e o pai dele reprimindo a facção que a “possível filha” dele lidera. De alguma forma, a ex-esposa do Gorou, irmã mais velha da Kaori, White Falcon, pelo que entendi, estava envolvida com a criação de Zvezda e isso custou a vida dela. Estaria isso relacionado ao nascimento de Kate? Saberemos mais adiante.
Palavras não são necessárias para definir essa imagem |
-Também é a primeira vez que a White Light consegue provar-se uma adversária competente contra Zvezda, apesar de ser apelação despachá-la, visto que ela conhece a Kate (ou talvez alguém com bom senso o bastante tenha suspeitado dela quando pulou na piscina esverdeada e voltou como gigante) e é ex-membro da Zvezda. Me pergunto, entretanto, se ela é tão eficiente assim, por que esperou até agora para entrar em ação? Lógica de super sentai e shounen, se você é forte tem que ser usado por último ou algo parecido. E a Kate, pobrezinha, quer conquistar o mundo mas ainda é uma criança e fica toda faceira nos eventos em que a personagem do seu programa infantil favorito comparece.
-Uma coisa que eu percebi assistindo esses três episódios seguidos foi que para cada um uma máscara diferente foi apresentada, e levando em conta que todo personagem desse anime tem um alter ego mascarado, isso deixou de parecer, sob a minha ótica, mera coincidência. Alguns estudiosos afirmam que as máscaras utilizadas nos festivais eram um instrumento que formava um elo entre o mundo dos vivos e dos mortos, entre o o homem e a divindade, e isso explicaria (ao menos simbolicamente) o porquê da Kate adquirir superpoderes sempre que se “transforma”. Além disso, as máscaras também tem outra função, que é a de não apenas conciliar a identidade do mascarado, mas servir como veículo de libertação catártica. Ao vestir uma máscara, a pessoa incorpora uma nova persona que pode agir conforme sua vontade sem receio de julgamento alheio (basicamente essa é a idéia do carnaval, sexo, adultério e tudo o que há de imoral sem receio de ser julgado). Isso pode ser visto em algumas apresentações em praça pública do folclore popular conhecidas como loas, em que um careto através de uma dança satiriza e leva a público acontecimentos cuja conduta é considerada desprezível ou inaceitável para o meio social. Recentemente, um usuário do fórum anisuki postou que a luta da Kate (uma loli) contra um político poderia estar fazendo alusão àquela lei “anti-moe” que proíbe que personagens femininas sejam utilizadas em situações sensuais independentemente da idade. Junte a informação dos caretos com a lei e com o episódio 3 e tem-se uma crítica ao aspecto de restringir a liberdade alheia com um caráter corretivo (não se enganem, ainda detesto ficar perto de fumantes). Por tudo que vale, Sekai Seifuku é um material excelente para criação de teorias.
Nota: 83/100