Impressões semanais: Yowamushi Pedal 22 e 23
“Prá dança créu
Tem que ter disposição
Prá dança créu
Tem que ter habilidade
Pois essa dança
Ela não é mole não
Eu venho te lembrar
Que são 5 velocidades…”
Episódio 22
Existem animes dos quais ninguém vai lembrar justamente por não apresentarem esses momentos épicos, sejam satíricos ou de clímax ou epifanias ou simplesmente absurdos de um jeito que só anime consegue executar (GuP tinha isso quase todo episódio). Você pode ter um roteiro espetacular, filosófico e o cacete a quatro, mas o “recheio” do dito cujo pode fica bem mais saboroso quando este apresenta alguma “imprevisibilidade” ou “audácia”.
Nota: 85/100
Episódio 23
-Olha, vou falar pra vocês que se Yowamushi faz algo muito bem, esse algo é conseguir enrolar com explanações gerais sobre ciclismo. Eu não sei quantas vezes a palavra “sprinter” foi proferida nos 15 minutos iniciais. Não é como se eles precisassem explicar para o público que o velocista sai na frente dos outros, isso é meio óbvio. Gostando ou não, eles gostam de esclarecer tudo que ocorre de modo que até um macaco entenda, suba na bicicleta e parta por aí escalando ladeiras e trocando de marcha. Num saldo geral, foi um episódio bem pobre em questão de eventos e extremamente descritivo/apologético. Ainda assim, há duas coisas que acho que valem a pena serem comentadas.
-A primeira foi o aparente desenvolvimento do Imaizumi. Ou não. O engraçado do Imaizumi é que às vezes ele parece ser um sujeito bem bipolar, uma hora recusando a ajuda do Naruko e insinuando que todos ali são apenas adversários a serem derrotados, e outra incentivando o Onoda em sua meta de chegarem todos lado a lado na linha de chegada. Talvez o Onoda seja um calmante natural para o garoto, já que ele nunca age de maneira beligerante quando está perto dele.
-A segunda foi a continuação do teatro de rivalidades do episódio 22, dessa vez com dois membros de Sohoku contra um de Hakone. É o carinha dos músculos, que já vem mostrando seu par de peitinhos a efeito de intimidação. A história dele vocês já sabem, mas já vou dizendo de antemão que ter mais massa muscular do que os outros corredores não implica necessariamente maior resistência ou velocidade do que os mesmos. Ciclismo é aeróbico ao passo que musculação é hipertrófica. Nos exercícios aeróbicos as reservas de energia nos músculos aumentam, e também há um desempenho maior do músculo cardíaco e do fluxo sanguíneo conforme o tempo de prática, logo colocar o Anderson Silva pra andar de bicicleta sem nunca ter realizado treinos regulares e rotineiros e querer que ele ganhe é bastante ingênuo da parte de qualquer um. É muito provável que ele seja ultrapassado na metade do percurso, pois os outros dois hipoteticamente dispõem de maiores reservas de energia, mas isso o tempo dirá.
Reparem nas bochechas |
Nota: 60/100