Primeiras Impressões Mangás: Bungo Stray Dogs
Começando nova sessão aqui no site.
Vejo muita gente fazendo as tradicionais primeiras impressões dos animes de cada temporada mas o mesmo não acontece com mangás, então vamos mudar isso. Essa sessão será dedicada a comentar mangás que tenham no máximo 2 volumes traduzidos, independente do andamento dos mesmo nos Japão. Muita gente gosta de acompanhar mangás mensalmente/semanalmente/sejáláquandoascanresolverlançar, então a intenção é apenas dar dicas de leitura, falar de algo que por um bom ou mal motivo me chamou a atenção ou estreias de repercussão.
Também acho que seria legal comentar uma obra desde o comecinho e ver ela ser adaptada ou virar hit, não acham? A única exceção serão as obras que estreiam na Shounen Jump. Primeiro, porque geralmente são os únicos mangás que recebem algo parecido com primeiras impressões blogs afora, segundo pela própria política da Jump, que pode vir a cancelar a obra prematuramente, o que iria desapontar quem leu a indicação daqui.
Agora, falando do mangá, Bungo Stray Dogs é um mangá publicado na revista na revista Young Ace (Blood Lad e várias adaptações de franquias famosas) que me chamou atenção por aparecer numa lista de procura em livrarias. No momento, o mangá conta com 4 volumes que aparecem de maneira tímida na Oricon e somente 2 capítulos traduzidos. A histórias segue um orfão chamado Nakajima Atsushi (leiam o primeiro capítulo e depois joguem esse nome no Google), que depois de ser expulso do orfanato, salva um suicida de morrer afogado no rio. O homem, Dazai Osamu (sim, pesquise no Google também) é um detive “especial”, focado em casos que sejam perigosos demais para a polícia convencional, parte da “Companhia de Detetives Armados”. O diferencial é que eles tem “habilidades especiais” (olha as semelhanças com Hamatora aqui). Aparentemente, cada habilidade é relacionada a alguma obra da literatura japonesa;
Ok, vamos começar com o que me incomodou inicialmente e tenho certeza que incomodou você leu a sinopse. Olhando por cima, o mangá carece de originalidade no conceito. Quer dizer, uma companhia com pessoas de poderes especiais já é a coisa mais normal do mundo, combinar isso com a moda das referências históricas não ajudou muito.
Pois bem, ignorando a premissa clichê, o mangá consegue surpreender bastante nos outros aspectos. O foco do primeiro capítulo, a caçada do Tigre Devorador de Homens, acaba servindo como uma introdução bem competente, apesar do que realmente chamar a atenção é o carisma de Osamu. Ainda assim, é só no segundo capítulo que o mangá conseguiu chamar mais minha atenção e dar uma impressão positiva do mangá.
Best boy? Best boy. |
Bungo faz o que é básico de uma maneira bem feita: introduz dois personagens interessantes com boa química (mesmo que Osamu é que se sobressaia e Atsushi sirva mais de orelha) numa história bem dirigida com um ritmo bom. O segundo capítulo em especial, conseguiu ser bem divertido e um pouco surpreendente ao mesmo tempo, ainda que siga uma fórmula básica. Quando eu lia eu não deixava de comparar um pouco com Steath Symphony justamente por ser aquele “clichê mas bom”, já que a intensão era encontrar um substituto pelo menos num nível próximo caso o mangá viesse a ser cancelado (é, o sistema da Jump é mesmo um pouco injusto por esse lado). Mesmo no primeiro capitulo, a descoberta da relação com a literatura japonesa acabou não incomodando tanto talvez por parecer irrelevante, apenas está lá para ser um easter egg do que algo que vá interferir de fato na história.
Fora o que já foi comentando, o traço do mangá consegue ser bem competente, limpinho, esteticamente bonito apesar de como a premissa, falta originalidade e talvez um pouco de refinamento. Pode-se dizer que Bungo é competente na própria proposta, ao menos nesse começo, mas é cedo pra dizer que rumos o mangá vai tomar e qual a qualidade do mesmo com certeza. No entanto, é bom ficar de olho, vai que deslancha daqui algum tempo, obras despretensiosas mas bem executadas tem sempre potencial pra isso.
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