Impressões Semanais: Zankyuu no Terror 01 e Aldnoah.Zero 02

Comentando os dois animes mais “sérios” dessa nova leva.

Aldnoah e Zankyuu são duas séries que provavelmente vão ser muito comparadas nos próximos 3 messes. Ambas estreiam na mesma época, ambas são originais e ambas tem uma equipe conhecida no time de produção, além de se venderem por um clima mais sombrio que a maioria dos animes atuais.
Aldnoah é um representante de um time que ficou popular mais recentemente (quando digo isso, falo nessa década): Urobochi que emplacou no mundo da animação com Madoka Magica, Psycho-Pass e sua colaboração com Type-Moon, Fate/Zero trabalhando em parceria com Ei Aoki, que dirigiu vários animes com zero no n- digo, focados num público mais adulto e traz de volta essa frieza de suas produções combinada com a trilha sonora de Sawano, que deixa sua marca nos animes que trabalhou (desde Guilty Crown, ao sucesso de Shingeki no Kyojin e o mais recente Kill la Kill, todos animes que foram no mínimo, muito comentados por ai). 
Zankyuu no Terror como contraste traz uma equipe que é ainda mais consagrada, só que não recentemente, mas sim nos últimos 20 anos. Watanabe é consagrado pro Cowboy Bebop, um clássico da mídia e Yoko Kano  é considerada por alguns como a melhor compositora a trabalhar com animes. Seus trabalhos em destaque são diversos: Wolf’s Rain, Macross Plus/Fronteir, Ghost in Shell e o próprio Cowboy Bepop.
E quantas obras desses dois times eu já assisti? Err… não muitas. Mas mesmo assim, acho interessante comentá-las juntas no mesmo post, até por que são para o mesmo público. Enfim, vamos ver no que dá. Lembrando que a estreia de Aldnoah.Zero já foi resenhada pelo Tanaka nesse post.

 Zankyuu no Terror 01: – Falling-:
Num resumo rápido: falou pouco, disse muito.
Terror foi provavelmente  a estreia mais forte tecnicamente falando, priorizando não exatamente introduzir seu enredo mas sim fazer o melhor episódio o possível para fisgar o telespectador. Isso significa, basicamente, que tudo é explicado não com diálogos mas sim com ações.

Muitos comentaram que o anime mais lembrava um filme, tanto pela parte gráfica mas acho que também, pelo cuidado nos gestos e movimentação de cada personagem (figurante ou principal). Tudo isso devido a competência de Yuzuro Takachikawa (quem viu Death Billiards deve ter reparado a mão dele coma câmera dando mudando de foco toda hora).  Além da animação na parte da movimentação estar forte, não se pouparam na hora de criar diversos cenários que percorrem os ambientes que os personagens passaram. 
Como ultima observação na parte visual, devo de dizer que o uso das cores deve ser também uma das coisas que mais se destaca em relação a outros animes normais. Em ambientes fechados, com exceção da cena de abertura com luzes azuis e alaranjadas fazendo um contraste muito usado no cinema principalmente, temos o mínimo uso de claridade o possível. Tudo é escuro e mórbido, e isso não muda muito mesmo em ambientes mais abertos. As cores ficam mais claras, mas continuam cinzentas e pálidas, quase fazendo os personagens parecerem doentes por terem uma pele tão esbranquiçada.

Enfim, vou me focar mais nessa parte da ambientação, até porque como eu já disse, a história é vaga por enquanto. A temática está claramente definida mas o porque daquilo tudo continua um mistério. Afinal, quem são os dois protagonistas e porque estão fazendo isso? Pelo visto existe uma razão além do típico impulso de histórias que lidam com terrorismo (revolta contra sociedade, ou até motivos religiosos).  Se fosse para dar palpite baseado no pouco que foi mostrado dos dois eu diria que existe um certo tom de vingança, mas é cedo pra dizer.
Provavelmente veremos o enredo se desenrolar pelos olhos da nossa pequena Lisa, que serve como típica personagem “orelha”: mais fraca que os demais, metida na situação por acaso, que provavelmente, vai acabar dançando com o ritmo da música e se desenvolvendo para ficar num nível próximo a seus companheiros. É uma fórmula usada tanto que nem nos demos conta de quando ela aparece (Akame ga Kill e Tokyo Ghoul nessa temporada, por exemplo, seguem a mesma linha).  Eu não gosto muito disso geralmente, com suas execeções, mas ainda estou bem empolgada com o anime.

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Aldnoah.Zero 02: -Beyond the Horizon-:

E aconteceu o esperado: um massacre. Não é meio irônico ver um povo descaradamente inspirado na Alemanha destruindo tudo essa semana? Então…

Eu às vezes brinco falando que Aldnoah é um Valvrave com marca, feito de uma maneira um menos… louca (?) e tentando ser mais sério e pé no chão, mesmo que ambos usem situações parecidas (que já foram usados também em vários outros animes do gênero).

Nesse episódio, vemos um dos maiores medos da humanidade acontecendo: uma tecnologia muito superior a nossa sendo usada para nos destruir, antes mesmo que possamos revidar. Uma luta perdida, que serve para os Vers se afirmarem completamente como um grupo superior (ainda que seja culpa só da tecnologia que nem é deles).

Tanto o roteiro do Gen e quando a direção de Ei Aoki são frios e dão enfase naquele truque de te dar e tirar esperanças de alguns personagens (mesmo que irrelevantes) vão sair vivos daí, além de enfatizar a fraqueza dos humanos (incluindo nosso outro protagonista loirinho no outro lado do campo de batalha) que estão participando do conflito. Vers são então endeusados como se fossem o os anjos que desceram do céu para nos destruir. Meu problema é que para ressaltar isso, usaram os diálogos dos Vers dando sura no pessoal da Terra, e esses soam um pouco batidos (afinal quem nunca ouviu um “Como é patético” enquanto o vilão do seu mangá shounen batia pra valer no mocinho? É manjado).

A animação não é tão movimentada, mas porém character design é constante e o visual é polido  com exceção do CG que é… aquilo. O seu uso foi prolongado nesse episódio e por isso muitas vezes ele saltava a vista de uma maneira bizarra. É abaixo da média até para animes de TV. A trilha sonora do Sawano é boa, mas soa deslocada pra caramba em momentos em que tenta puxar músicas com vocais ou coros. Em animes dirigidos pelo senhor Araki, que esbanjavam expressividade e tentavam ser “épicos” ela funcionava, mas como eu já comentei, Ei Aoki é muito mais contido. Eu vejo Sawano tentando se segurar para acompanhar isso, apesar do trabalho dele aqui ainda lembrar demais Shingeki (exemplo disso: a música que tocou na estreia quando um militar aparece), mas ainda me atrapalha minha imersão na cena mais do que ajuda.

No final do episódio, o protagonista revela seu plano de enfrentar o inimigo, numa típica cena de estudantes normais numa luta militar. Isso faz mais sentido aqui do que boa parte de animes que usam esse clichê, até pelo fato de todos receberem treinamento nas suas escolas (isso não deve ser tão incomum em países asiáticos, eu mesma recebi poucas aulas de tiro quando estava em Taiwan). Imagino que a partir desse ponto, só podem acontecer duas coisas: ou o protagonista é muito inteligente, como ele mesmo deu sinais nesse episódio e tenta ao máximo controlar a situação ou…. todo mundo é massacrado. De novo.

Comentários EXTRAS:

Meu personagem favorito de Aldnoah por enquanto. Só por pena mesmo.
Eu não acho o protagonista de Aldnoah tão frio quando andam comentando. Ele claramente ficou sentido com a morte do amigo, como esse frame exemplifica. Imagino se tem um motivo pra essa inexpressividade. 
Best boy? Best boy.

Tanto a abertura quanto o enceramento de Zankyuu ficaram ótimos. Não pela música ou animação, mas o bom casamento dos dois (E O USO DOS FILTROS, PORQUE EU AMO FILTROS). Provavelmente a melhor combinação nessa temporada junto com Barakamon.

Em contrapartida, Aldnoah tem um conjunto bem menos inspirada. O storyboard da abertura lembra muito o de Fate/Zero, o que significa que é…. mais ou menos, mas a música é a minha preferia da Kalafina desde a de Madoka. O enceramento é aquele típico com imagens bonitas paradas. Não é ruim mas não se destaca.