Impressões finais: Charlotte #13
Bem, apesar dos diversos altos e baixos ao menos terminamos com dignidade. Como o esperado, esse episódio foi basicamente o Yuu viajando pelo mundo coletando os poderes. Nenhum grande desafio, fora ele ir degenerando mentalmente conforme coletava mais e mais habilidades. No geral apenas uma história curtinha de como ele conseguiu pegar a habilidade de todo mundo, com direito a demonstração de um bando de poderes, dos mais simples a uns tão malucos que fazem inveja aos pagamentos de Darker than Black (quem viu vai entender). Essa parte teria sido bem mais interessante como um segundo cour de 12 episódios com a Nao e ele viajando pelo mundo fazendo esse serviço, e usando esse tempo para desenvolverem um romance decente entre os personagens.
No mais, fora a conveniência padrão dele não ser morto por um sniper e o irmão achar ele sabe-se lá como bem na hora em que ele ia ser capturado por um cara random, de resto foi ok. Podia reclamar de ser corrido e ele resolver o conflito todo em um episódio só, sem sequer um climax ou algo do gênero, mas acho que depois de 13 episódios nesse modelo já nos acostumamos.
O romance com a Nao até que foi tratado de forma coerente. Ela não ficou morrendo de amores pelo Yuu quando ele voltou, e ele usou a paixão que tinha por ela para se manter com o mínimo de sanidade. É um romance bem sem graça, mas é melhor do que forçar a Nao que nunca expressou grande coisa pelo protagonista a faze-lo no final porque o roteiro queria.
Charlotte é um anime cheio de problemas, e praticamente nenhum dos problemas que foram se acumulando do início ao fim do anime tiveram uma resposta ou solução (ex: tocaram no assunto dele recuperar as memórias de uma vida paralela, mas depois deixaram pra lá, nunca foi explicado, nem as surras da Nao, etc – quem quiser todos os problemas é só ler todas as impressões semanais), mas ao menos conseguiu se concluir sem grandes problemas ou faltas graves. Deu pra se divertir um pouco assistindo, só não foi muito bom.
O mais irônico de tudo é que o Jun Maeda falou em uma entrevista que saiu que Charlotte era a “vingança” para quem reclamou dos problemas de Angel Beats. Ai ele cria algo com os mesmos problemas de Angel Beats, sem as qualidades, e ainda acrescenta problemas novos que Angel Beats não tinha. Agora imaginem o que vai sair daqui a 4 anos quando o Maeda tentar a vingança contra os que criticaram Charlotte? Corram para as montanhas senhores!
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★
Review completo do anime | Impressões finais
Charlotte começa com uma premissa interessante que te deixa curioso pelo que vai acontecer a seguir, o problema é que o que acontece a seguir são um bando de histórias episódicas. Na metade do anime tem um drama, ele é resolvido e o enredo volta a um sistema muito bizarro de ficar criando problemas e os resolvendo no mesmo episódio, o que dá uma sensação de falta de continuidade a narrativa, que se recusa a terminar qualquer episódio com uma chamada ou reviravolta para o que vai acontecer a seguir.
Alguns episódios soam extremamente apressados, situações bizarras acontecem e nunca são explicadas ou exploradas depois (ex: Nao sendo espancada no colégio), o roteiros tem diversos erros lógicos graves (no episódio 10 e episódio 11 principalmente. Como o Yuu ganhou memórias de outra linha temporal? Como eles sabiam exatamente o que aconteceu com a irmã dele no colégio? Como o cara foi parar em cima da Nao?, e por ai vai…..), e as vezes parece que o personagem principal está lendo o roteiro, porque ele sabe de coisas que não teria como saber (ele parecia saber o que aconteceu com a irmã em detalhes quando bola o plano para salva-la, o que era impossível). Em suma, o roteiro de Charlotte é mal estruturado, mal pensado e cheio de buracos.
O personagem principal parece legal no início, mas logo se mostra extremamente fraco psicologicamente, surtando mais de uma vez. Em termos de história não tem nada de errado em colocar um protagonista fraco, mas vai desagradar a maioria mesmo assim. O romance é bem fraco também, quase inexistente e unilateral (só o cara gosta da garota, não parece reciproco). Nao é uma personagem muito simpática, eu realmente gostei dela, então não pude deixar de ficar extremamente decepcionado em como a importância dela desaparece nos 4 episódios finais, ou da quase que completa falta de desenvolvimento dela no anime em geral.
A direção varia de mediana a ruim, não sabendo gerar tensão em situações que deveriam ser tentas, e ao não contestar uma péssima divisão do roteiro em episódios que sempre terminam com a trama resolvida. A mistura de comédia gag com situações sérias e as vezes dramáticas deve incomodar alguns também, apesar disso praticamente sumir da metade pra frente. Mas nem tudo são defeitos, visualmente o anime é bonito e bem animado. Os episódios movimentados, e a trilha sonora é boa, embora não tenha me cativado como a de Angel Beats (não vou atrás do CD da OST).
Em suma, não consigo achar um motivo para recomendar esse anime. Fora um entretenimento razoável por ser movimentado ele é fraco, e o final, embora bem mais estável comparado ao resto da obra, carece de um climax ou algo mais impactante, lembrando mais um epilogo. Angel Beats tinha alguns problemas, que eram compensados por suas várias qualidades, ao ponto de que o final dele tem um erro gritante, mas ao mesmo tempo é tão impactante e bonito emocionalmente que você quer dar uma nota alta, mesmo sua parte lógica dizendo para não o fazer. Já Charlotte não tem um número significativo de qualidades para compensar sua montanha de erros, ou sequer um final impactante, algo que parece ser a opinião geral, já que a nota do anime no MyAnimeList só vem caindo desde que terminou, o contrário do que aconteceu com Angel Beats.
No fim, sabe quem está rindo? O Kishi, diretor de Angel Beats. Ficaram culpando ele pelos problemas de Angel Beats na época, mas depois de ver Charlotte não consigo deixar de pensar que sem ele seria muito pior, e com ele Charlotte teria sido muito melhor.
Direção: 5/10
Roteiro: 5/10
Animação: 8/10
Soundtrack: 9/10
Entretenimento: 8/10
Nota final: 6/10 (tradução das notas)
Extras
Bela fotografia.
Ok, acho que existe gente que não pegou essa referência, vivemos tempos tristes aonde nem todo mundo viu Matrix.
Essa parte foi legal.
E Fim.
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