Review – Otome Youkai Zakuro: Romance, ação e sobrenatural
Fazendo um bom uso de clichês Otome Youkai Zakuro consegue se vender bem como um romance sobrenatural com um toque ação e comédia.
A história se foca bastante em comédia romântica dos 3 diferentes casais de protagonistas no início, com algumas lutas pequenas aqui e ali. Passado os primeiros episódios a obra começa a desenvolver o passado dos personagens e vai ficando mais séria. O elenco em geral é muito simpático, não importava em qual deles a trama se focava, eu sempre estava interessado, seja em um desenvolvimento cômico, romântico ou um mais dramático.
Para quem curte um romance mais sutil, tem o casal que se comporta com aquele perfil mais recatado, desenvolvendo seu relacionamento através de pequenas expressões ou ações (o fato da garota poder ler o sentimentos das pessoas que toca torna esse casal muito interessante, protagonizando os momentos românticos mais bonitos da obra), quem quer algo mais platônico tem as gêmeas com “fogo no rabo”, e quem quer uma tsundere típica tem a Zakuro e seu par romântico com medo de espíritos.
Eu acho legal como a obra desconstrói bem rápido a personalidade fria que os personagens masculinos aparentam ter inicialmente, principalmente o loiro. E não ligo muito da mulher ser o personagem mais forte quando se tratava de combates, mas gostaria que a autora tivesse feito o protagonista masculino um pouco mais forte. Ele até se esforça e começa a treinar no meio da obra para não ser mais tão inútil nas lutas, e de fato melhora, mas o que eu queria ver era os dois lutando juntos, o que era meio difícil dado a diferença de força entre os dois.
Ao menos é legal ver como os homens ficam frustrados por não conseguirem proteger as mulheres que gostam, e tentam mudar isso com esforço próprio (dois deles na verdade, o mais alto sabe lutar bem). Eles não ficam super fortes mas entre o começo e final do anime dá pra notar uma evolução.
O arco final, que explica os mistérios envolvendo a protagonista feminina, eu não gostei tanto. Tem um aspecto nele que eu achei bem repulsivo, mesmo que não tenha se concretizado (ainda bem!). A parte da história da mãe da protagonista é triste também, o que torna o contraste da primeira metade do anime ser bem leve comparado ao final ainda maior, mas ao menos a transição do roteiro soa natural.
A revelação de quem é o vilão é meio clichê, e apesar de tentarem humanizar ele como alguém traumatizado, acho difícil alguém simpatizar com ele depois do que ele tenta fazer. Fora que ele sabia como a mãe era tratada pelo pai dele, então aceitar o que ela fez seria o natural, ainda mais depois de ficar mais velho e maduro.
Ao final as dúvidas são sanadas, os conflitos resolvidos, e para quem (como eu) estava mais interessada no desenvolvimento romântico do que pelo resto, o que acontece na conclusão acaba sendo bem satisfatório, ainda mais por ter um ar de final fechado (o mangá ainda está em andamento então suponho que continua, mas depois do final do anime eu já vi tudo que queria, e realmente não faço ideia de que novo plot poderiam levantar).
A animação não chega a ser acima da média mas os traços são bonitos e impressionantemente estáveis a maioria do tempo, mesmo nas lutas, o que fez a obra envelhecer muito bem.
A trilha sonora cumpre seu papel mas não é digna de nota.