Impressões semanais: Re:Zero #16

Uma capa de Subaru se ferrando e suando.

Re:Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu episódio 16

Após semanas de insanidade frenética, Re volta para um capítulo mais calmo, ao menos no contexto rítmico da obra. As nunces de caráter de Subaru seguem o foco e cerne da trama, mas dessa vez tivemos um desenvolvimento paralelo no anime (novos personagens introduzidos sem relação direta ao garoto), o que é claro joga mais perguntas para o interminável monte de dúvidas.

Se Subaru continua como condutor da história, aqui ele finalmente demonstrou uma lenta – muito lenta – evolução de pensamento, por mais que tenha mantido uma instabilidade assustadora e uma nítida ingenuidade tola em suas escolhas e atitudes. Mencionar recorrer a Roswall e Reinhard denota, afinal, um autoconhecimento de suas limitações, um bom sinal que infelizmente não dura muito quando o mesmo resolve realizar um humilhante tour entre as outras candidatas ao trono.

A abordagem inicial que manteve com Crusch, Priscilla e Anastasia foi de uma aparente calma resoluta, uma máscara que logo se quebrou conforme suas intenções foram frustradas. E se podemos relevar o que ocorreu com Priscilla, já que muito provavelmente a loira jamais fosse auxiliar Barusu, independente dele se sujeitar ao beijo podólogo, o mesmo não podemos dizer de seus diálogos com Crusch e Anastasia. Tudo tem dado errado para Subaru, e o garoto continua em sua teimosia aguda, utilizando das mesmas técnicas desesperadas e precipitadas para atingir seu viés.

É compreensível que a situação seja alarmante, emergencial, mas nosso protagonista demonstra uma inocência tremenda, uma falta de observação hercúlea em não saber lidar ao menos com o caráter de Crunsch (com quem ele já teve contato prévio), uma pessoa íntegra e honesta, sim, mas extremamente indisposta com esforços alheios para benefícios duvidosos, e a pouca credibilidade que o garoto possui não é um fator persuasivo. Seu discurso genocida recebeu uma resposta apropriada.

E a insistência em persistir em falhas é o que mais irrita quanto a Subaru. Com a garota de cabelos verdes saiu humilhado, um adjetivo que seria eufemismo para descrever o chute que recebeu de Priscilla, e ainda assim, com Anastasia, afundou-se de uma maneira fantástica. Os pontos positivos disso tudo são a representação feminina em Re, não como estepes masculinos, e sim figuras próprias, e como as concorrentes foram aprofundadas, principalmente Hoshin. Sua aparência frágil “moe” esconde uma pessoa ardilosa, perspicaz e egoísta.

E nos três casos, em algum momento, Subaru surtou e chegou ao ato de tentar atacar as damas. Se externamente demonstra um crescente autocontrole, internamente não podemos dizer o mesmo. É interessante o artifício usado pelo diretor para mostrar isso, ao exibir o rosto do garoto em posição frontal apenas quando a projeção se aproximava de seus primeiros cinco minutos, como se Barusu escondesse sua verdadeira índole. Ou está tão afetado que esteja criando algum transtorno dissociativo (personalidade dupla).

No final do episódio, por exemplo, seu comportamento com os carroceiros é normal, simples, aquele que vimos no início de Re. Obviamente os contornos se alteram conforme as circunstâncias, mas não de maneira tão extrema em cenários que exigem paciência e raciocínio.

E com o surpreendente surgimento do enorme ser que fora mencionado no capítulo 14, assim como o desparecimento do ser da bandana (sem mencionar a bateria divina do celular de Subaru), os indícios são de que essa momentânea calmaria não durará muito.