Impressões semanais: Re: Zero #21

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“Eu não conheço tudo que vem pela frente, mas seja o que for, vou enfrentar gargalhando”.

A maior semelhança entre Re e Moby Dick, neste presente arco, é, indiscutivelmente, o design da baleia, obviamente inspirado no visual fantasmático da fera que dá nome ao lendário livro de Herman Melville. Porém, não é o único paralelo disponível. A frase que inicia o post fora proferida por Capitão Ahab, mas poderia facilmente ser atribuída como uma sentença dita por nosso protagonista, Subaru.

Passados os soturnos eventos que quase levaram o garoto ao nível indelével da sandice, Barusu se mostra, agora, alguém muito mais adepto da imagem tradicional de heróis – só não sendo possível imputar essa alcunha de maneira definitiva pela inapteza física do mesmo -; autoconfiante, extrovertido e sempre com um sorriso na face, a despeito da situação que se discorre ao redor. Após irritar toda a nação Otaku, o “novo” Subaru elaborou, inteligentemente, uma união com rivais ao trono, o que aproxima as relações, expande contatos e dignifica a sua figura para com o público e demais personagens, pois foi Subaru quem facultou a erradicação do demônio que assolava o território há séculos. É uma redenção em andamento, cuja conclusão veremos em breve – ou não.

Entretanto, o ideal de remissão – em outras circunstâncias, é claro –  não centra-se apenas na figura principal do anime, mas também em Wilhelm, que pôde, finalmente, depositar uma vida de angustia e remorso em formato de ira para o gigantesco ser que sobrepôs sua amada. Poético, porém problemático.

Re já flertou com diversos temas e gêneros, mas ainda não havia chegado tão perto do clichê shounen como nesta batalha, e a sobrevivência do velho, mesmo após ser abocanhado pela besta, é absurdamente conveniente e sabota a obra. Primeiramente, inutiliza a tocante cena onde o ancião fora, supostamente, derrotado, e em decorrência do pífio momento onde emerge da couraça que lhe enclausurava, o senso de urgência e periculosidade do universo de Re é posto em jogo. Personagens enfrentam perigos insondáveis e caóticos, mas sempre dão um jeito de sair por cima, seja em ressurreição, seja por oportunas reviravoltas na trama. Como temer pelos habitantes de um universo que se demonstram incapazes de perecer?! O senso imersivo e envolvente da animação não pode depender de uma atmosfera umbrosa (sombria) bem criada se o roteiro for digno de Narutos e Dragon Balls.

E é curioso como Re parece escrito por dois autores diferentes, tamanha a disparidade de conceitos que aparecem aqui e acolá. A dicotomia presente no clima funesto versus o texto Xuxa Só para baixinhos e, em outra instância, a aplicação do sexismo nos personagens. Seria tolice acusar de Re de machismo, já que são várias as mulheres intrépidas e altivas na história, como Crusch e Anastasia. Entretanto, o inverso é visto, intimamente, em Rem e Thearesia. São poderosas, não há duvida; capazes de subjugar monstros aterrorizantes, mas em questão de personalidade, é latente o desejo em agradar àqueles que devem ser o foco da obra – adolescentes/ jovens. Rem é ridiculamente devota a Subaru em tudo, e mesmo após ser preterida – para não dizer esnobada – por este, mantém-se sua fiel e leal escudeira.

Já Tharesia é fascinante no visual e denota um potencial de desenvolvimento intrigante. Gostaria muito de ver mais de seus flashbacks, adentrar o passado da ruivinha e acompanhar seus pesares e temores, mas é nítido com sua presença serve apenas de estepe para enaltecer Wilhelm, que, da maneira mais patriarcal e defasada imaginável,  deseja protegê-la, pois demonstra uma relutância inconcebível em ser o elo fraco do relacionamento, visto que seria vergonhoso depender de uma mulher.

Por mais que sejam princípios históricos da sociedade japonesa, que serve de ninho para Re, são abordagens questionáveis e que devem ser combatidas, quanto mais em pleno 2016, pois quando a história derrapa, não há background bonito (e os dos flashbacks são especialmente belos), decote bem enquadrado (e os de Rem são em profusão), uma trilha sonora intensa ou golpes refulgentes que salvem o conjunto.

São quatro as semanas que nos separam do adeus, e espero que Re não escolha justamente o ápice de sua trama para aconchegar-se no mais moribundo leito possível, o leito da decepção, relegado aos que desperdiçam sua capacidade.

Quem postar spoilers sem aviso e espaçamento, MORRE!

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E você que nota daria para o episódio?

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Versão em vídeo (Opinião do Marco):

#Extras

Saudades Lia <3.

Saudades Lia <3.

 

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A fotografia dos flashbacks é belíssima.

 

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O cara não a merece.

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Disse Tudo!

 

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Belo Pouso!

 

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Vi esse no twitter pouco antes de terminar o vídeo (Marco). Genial ahuahauau

 

Carlos Dalla Corte

Curto 6 coisas: animes, cinema, escrever, k-pop, ler e reclamar. Juntei todas e criei um blog.