Impressões semanais: Re: Zero #24
Apesar de ser, narrativamente, uma obra focada em acontecimentos, o roteiro de Re – com pequenas exceções – demonstra um domínio relativamente sólido quanto ao desenvolvimento das figuras que habitam seu cenário, e seja para o bem ou mal (e muitos de vocês experimentaram o mal durante o período ensandecido de Subaru), o papel de grande parte deles foi bem definido para pequenas participações do andar da trama.
Por algumas torturantes semanas, foi penoso acompanhar as escolhas e atitudes catastróficas de nosso protagonista, e por mais que sua redenção tenha sido abrupta em certos aspectos, é notório acompanhar como, ao enfrentar situações quais, há pouco tempo, ele iria cometer alguma imbecilidade, agora age de maneira sensata e perspicaz. Fortalecido pelas experiências do passado, com bom aliados e uma surpreendente capacidade lógica a seu dispor, os planos para sabotar – novamente – os projetos maquiavélicos do culto são críveis e inteligentes sem soar apelativos.
A abordagem da narrativa para retratar esta mudança de caráter é visível também em como vemos certas representações de mundo que outrora foram temíveis, tenebrosas e macabras, como a imagem de Petelgeuse. Se primeiramente, o vilão era mostrado apenas de maneira amedrontadora, em cenários escurecidos e que reforçavam suas intenções, agora o que percebemos é como Subaru está, supostamente, no controle das ações.
Não apenas a paisagem é diurna, o que automaticamente nos deixa mais confortáveis, como os trejeitos e estilo expressionista pouco convencionais do palhaço deixaram de soar tão temíveis para ficarem até histriônicos (excessivamente ridículos). Não há de se desconsiderar a força do cidadão, e por isso mesmo o texto merece mais destaque: Subaru fez algo que já explorado em demasia pelo audiovisual, a arte de aprender com o passado.
E com isso, o garoto, com auxílios pertinentes, consegue habilmente poder para enfrentar o arcebispo que tanto despreza a preguiça alheia.
Outra característica que pode passar despercebida devido ao acompanhamento semanal, é a dimensão do tempo decorrido. Com a volta a um savepoint, muito do que ocorreu, em questões temporais, torna-se, teoricamente, inexistente – mas não por completo, pois, como já comentado, serve de aprendizado para o futuro -, e enquanto Subaru acumula mais e mais conhecimentos, em ordem empírica, aqueles ao seu redor permanecem os mesmos.
E aí tem-se Emilia, a semi-elfa que exala bondade por completo, tanto na voz suave quanto do vestuário “da paz”. Minha waifu sazonal exibe um character design de atração imediata e virtudes inegáveis, porém, há de se questionar sua competência como governanta. O que você esperaria de alguém responsável por uma nação? Dignidade, que seja consciencioso, justo e benevolente, sim, entretanto, não deixe de demonstrar firmeza e resiliência para não sucumbir à pressão inerente ao cargo.
Por tudo demonstrado até aqui, penso que Crusch é mais adequada para assumir a posição. São conjecturas baseadas de maneira imediata, o que não deve invalidar o debate, é claro.
Quem saíra vencedora na disputa monárquica, não veremos tão cedo, mas algo parece tão destinado a acontecer, que é instigante apenas imaginar: costuma ser corriqueiro, em animes e seriados, atingir o clímax na penúltima parte, enquanto o derradeiro adeus serve mais como uma despedida agridoce. Obviamente, em Re, a coisa deve (tem de) ser diferente. É de se imaginar que os heróis não vão sair incólumes ao enfrentar o lado trevoso do sistema, este que perdurou na maior parte do tempo.
O resultado disso, só veremos no próximo domingo.
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