Review – Re:Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu

Muito se discute acerca do tema “Qualidade x Sucesso”. Ambos trilham caminhos muitas vezes separados, o que estimula a revolta dos detratores e um falho argumento de defesa para os fãs. Entretanto, deve-se considerar uma probabilidade mínima de ambas virtudes cruzarem-se, mesmo que seja raro.

Inserir nomes de obras aqui seria desnecessário, visto que deve-se a uma visão pessoal e muitos de vocês dedicariam demasiados esforços em difamar o anime filosófico dos mechas gigantes, mas todos nós pensamos, intimamente, em nomes que em nossa perspectiva, mereçam a fama atingida por virtuoses aplaudíveis.

Será que Re entra nessa listinha? Novamente, se levado em conta a pessoalidade, eu digo que não. As dimensões alcançadas pelo boca a boca são absurdas. Para se ter ideia, meu irmão, que nem assiste o anime, possui um wallpaper de Lia em seu whatsapp. Mais do que isso são as páginas criadas para a série, grupos de discussão, traduções da LN e, é claro, as centenas de comentários provocados em reviews de sites variados, sendo esse site um dos maiores exemplos.

Mas acalmem-se (principalmente você, Mônica). Não estou em busca de convencê-los sobre a ruindade de Re. Não. Re é um bom anime, apenas discordo do alvoroço alcançado.

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O caminho da glória foi inesperado. A obra começou com pouca ansiedade e um razoável público despretensioso. A narrativa também não apresentou nada tão surpreendente. A premissa parecia uma básica jornada de redenção e autoajuda para valorizar e demonstrar o potencial do mais isolado dos “losers”. Um novo mundo, uma nova chance, uma nova pessoa. Poderes, uma dama para apoiar-lhe e vários rivais para combater.

Nada poderia ser mais diferente. Semana após semana, o roteiro abordou e transitou por gêneros e reviravoltas empolgantes e responsáveis pela celebrização instantânea. Algumas foram mais eficazes que outras, especialmente no que tange ao arco prévio da baleia, onde as coisas deram uma leve desgringolada.

Um design de personagem charmoso, uma trilha sonora com impacto, direção competente, uma parte técnica que, generalizando driblava um orçamento módico com talento e perspicácia e, é claro, um texto imprevisível e que buscava evitar, ao máximo, os clichês.

Estes elementos foram, em algum ponto, elevados tais quais proporcionaram uma avidez tão grande para o que viria no próximo domingo, e então, uma expectativa que acabou por ser o grande mal de Re.

A comparação com o conteúdo original é inválida, pois uma mídia deve ser avaliada isoladamente, tendo sua qualidade medida por suas características de forma independente, e Re, no audiovisual, teve seus piores momentos justamente no terço final, onde mais esperava-se dele.

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A imprevisibilidade do roteiro, que até então esmerava-se tanto quando o clima era feliz, quanto triste, após a recuperação mental de Subaru, enfrentou alguns obstáculos criativos e várias escolhas questionáveis que colocaram a série em cheque, como acontecimentos clichês e exagerados, dissonantes para o universo até então criado.

Por mais que o desenvolvimento de personagem do protagonista tenha sido torturante de acompanhar semanalmente, foi um trabalho de mestre a complexidade desenvolvida em sua construção. Porém, o que veio a seguir, inclusive no que tange a Subaru, que desenvolveu certas capacidades física se mentais abruptas, prejudicou o todo. O problema não é o ambiente tornado-se feliz, e sim como isso aconteceu. É defeito de desenvolvimento. Imaturidade ou pretensão, talvez.

Os três últimos capítulos retomaram o eixo, mas então, infelizmente, as últimas semanas contentaram-se em não assumir riscos, satisfeitos com o que fora atingido até então. Isso resultou, como já sabem, em uma despedida agridoce e bonita, mas longe do clímax intenso que fora esperado. Assim, Re passou de algo que poderia ser histórico e memorável, para um anime “apenas” acima da média. É um elogio que perde força justamente pelo potencial apresentado.

A sensação é de que a primeira temporada de Re acaba, mas não termina. São muitas perguntas que permanecem após os créditos finais. É óbvio que temos muito mais história a ser adaptada, mas como obra individual, o anime não tem um final satisfatório. É incompleto. Se tratando da indústria dos animes, é um artifício arriscado e que pode comprometer. Resta torcer, então, que as vendas sejam boas o suficiente para termos uma chance de vislumbrar o futuro de Emilia e sua turma, desta vez sem o perigo do hype exacerbado, de preferência.

Direção: 7,5
Roteiro: 7
Animação: 7,5
Trilha Sonora: 8
Entretenimento: 7
Envolvimento Emocional: 7

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E você, que nota daria para a obra como um todo?

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E a próxima temporada?

Ainda teremos Orange semana que vem, mas como Re possui mais visibilidade, deixarei o seguinte comunicado aqui: para os que me adoram e me odeiam, afirmo que continuarei como redator semanal (a não ser que o Marco me chute após a próxima segunda). Não vejo trailers, baseando o que irei assistir apenas por sinopses e staff. Assim, iniciarei a conferir 3-gatus no Lion, Udon no Kuni, Girlish Number e Occultic Nine, além das segundas temporadas de Stray Dogs e Ajin. Resenharei o que mais me agradar nos primeiros episódios.

Nos vemos lá (ou não).

Review, análise do último episódio, chance de 2ª temporada e spoilers leves da obra (Opinião do Marco, o post escrito é do Carlos):

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=fZ46cdIZVEA]

Carlos Dalla Corte

Curto 6 coisas: animes, cinema, escrever, k-pop, ler e reclamar. Juntei todas e criei um blog.