Sangatsu no Lion #07 – Impressões Semanais

“Você precisa cuidar melhor de si mesmo. Não estar fazendo isso é a razão de você não progredir.”

“É como um movimento agressivo executado mansamente.”

Essas suas duas frases ditas em momentos diferentes de uma mesma cena, qual você obviamente sabe, mas que externam bem o interior de Rei na situação.

Em completa simbiose com o que vimos na semana passada, o prólogo do episódio, onde Rei comenta como a derrota lhe incomoda, é uma frase repetida, porém necessária para fazer o encaixe com minhas citações acima.

Com uma compleição frágil, uma postura retraída, um rosto pálido e um vestuário conservador, a persona de Rei se constrói como um recatado taciturno, o que ele não deixa de ser tanto naturalmente quanto potencialmente estimulado pelo estilo de vida e as feridas não superadas. Isso, entretanto, esconde o fulgor interno que se acende, pela primeira vez, justamente na sala de jantar, perante os conselhos clamorosos de Totoro, tão ardentes quanto o ambiente da refeição: colorido, com tensões românticas da juventude e, é claro, a hilária esfomeação felina.

Essa nuance, desconhecida pelo próprio a ponto de surpreender a todos ao seu redor, é outra camada desbravada pelos acontecimentos impostos em decorrência àqueles qual convive. E neste mesmo episódio, vimos outro lado empoeirado do personagem: a felicidade e o alívio. Anos de reclusão corroboram para uma vitimização e provável vergonha de quem se tornou; vergonha esta que o inibe de fazer o básico: confessar, compartilhar seus pesares para buscar o esmorecer e consolo necessários em situações agravantes. Como isso não ocorrera até então, o que acontece é a ampliação de qualquer negatividade, o remoer perene e, logo, o malogro esmagador.

Ainda que seu psicólogo tenha sido inconsciente e alguém qual jamais imaginou, o simples fato de ter acontecido e consequentemente, acordado Rei para o quão boa era a sensação de realizar tal ato, já torna o imprevisto válido. Agora, com o auxílio de seus amigos, queira ou não chamá-los assim, a tendência é o revigorar. Haverão reviravoltas, mas são decorrências de uma quebra na estagnação, o objetivo central.

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E qual sua nota, leitor(a)?

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