Sangatsu no Lion #15 – Impressões Semanais
Uma coisa é rapidamente inferível no início desta 15ª parte da epopeia pessoal de Rei:
- Sua relação com Kyouko possui mais camadas do que até aqui elaborado
Sempre na surdina, envolta em sombras e ambientes soturnos. A loira é como um anjo caído em busca de algo inalcançável, despedaçada e sem ninguém disposta a remendá-la. Na boa analogia de nosso protagonista, como um copo trincado.
Como já fora deixado claro, a sensibilidade pétrea de seu pai teve uma influência negativa irreparável na garota. E Rei, em sua ingenuidade e passividade, é, queira ou não, cúmplice do que sua irmã se tornou. Até por isso a culpa lhe corrói como um rato esfomeado. Entretanto, não só de sentimentos maléficos e redenção vivem. É cada vez mais perceptível uma afeição natural entre ambos, o que torna essa uma relação ambígua e imprevisível, ora danosa, ora inofensiva. É como se um ímã interligasse os jovens, os atraindo incondicionalmente.
Muitas vezes podemos esquecer, mas os dois ainda são imaturos e reféns dos equívocos inerentes ao processo terreno chamado de vida. Muitos erros seguirão parte de seu cotidiano, alguns maiores que os outros. Trilham este caminho lado a lado.
Onde e como Gotou entrou nisso, segue uma incógnita. Isso permite ao menos a diversão proporcionada pelo exercício imaginativo de como ele e Kyouko acabaram juntos. Pode ter sido rebeldia, uma clara característica dela, ou talvez uma espécie de substituto paternal, visto que o sujeito expõe livremente seu comportamento rigoroso e cruel, sem qualquer devoção ou resquício de piedade perante sua amante, a quem trata, parece-me, como um produto sexual.
Os pontos acima são interessantes de se refletir e debater, mas é inegável que o segundo cour de Sangatsu está aquém de sua metade anterior. Mais prolixa, arrastada e com alguns excessos em cenas como as partidas entre os dois semi-finalistas do torneio de Shogi.
O cerne da obra no momento é o amadurecimento de Rei. Sempre foi, de certa forma. Mas agora, o gatilho já foi dado, após sua derrota que denotou arrogância e tornou a inoperância perante o revés bem palpável, inclusive para si. Foi a derrapada fatídica para o rapaz se recompor, como parece estar fazendo. Uma pena que, até aqui, esta evolução esteja distante às Kawamoto. Como fazem falta.
São 7 capítulos remanescentes para termos a conclusão do conto de Kiriyama Rei. Que as garotas tenham mais espaço neste período.
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E qual sua nota, leitor(a)?
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