Sangatsu no Lion #19 – Impressões Semanais
Nas últimas semanas, quando irritante e repetitivamente comentei como a narrativa de Sangatsu estava desequilibrada entre explorar seus personagens, os responsáveis pelos aspectos certeiros da obra, e as partidas de Shogi, que pouco valor construtivo tinham exercido até então.
A metade inicial desta 19ª parte é, então, a contraparte certeira de como o cerne deve ser dinamizado entre os elementos distintos da adaptação. A humanização do já simpático Kai acrescenta várias camadas inexistes e coloca adendos em todas suas ações até aqui, passadas, presentes e futuras. É fácil conferir significação empírica em sua generosidade em auxiliar Rei a sair do seu buraco psicológico. Dar o que recebeu, tendo em vista o grande papel dos seus conterrâneos do pequeno vilarejo em que cresceu.
Podemos taxá-lo de mestre de Kiriyama. Mesmo assim, entretanto, uma pequena passagem nos impede de dizer que Kai vê a ele mesmo no garoto; ele vê um grande prodígio, sim, mas com maiores semelhanças ao taciturno e pálido mestre, Souya. Seu papel, intrinsecamente camuflado, é guiar, maturar e frutificar o talento do rapaz. Os vários obstáculos enfrentados por Shimada o calejaram a ponto de reconhecer a dor dos outros, e assim, esforçar-se para não deixar intempéries mundanas prejudicarem aquele que pode vir a ser um dos melhores estrategistas do esporte de tabuleiro.
Uma de meus principais receios com a condução da animação ainda recorre, o que sugere que naturalmente deverá seguir nos episódios restantes: a lentidão da carruagem. Não tenho problema nenhum com estruturas mais módicas e contemplativas. Mushishi e Rakugo são dois exemplos que deram muito certo, me atendo a esta mídia. Porém, os exemplos supracitados tinham no ritmo uma arma, acréscimos em sua meticulosa construção, onde cada momento conta na riqueza do roteiro. Em Sangatsu, fica difícil defender a fidelidade ao material original em vários momentos, o que prejudica não apenas seu compasso, como também o envolvimento e qualidade do conteúdo.
E isto ter surgido – ou ampliado – tanto no segundo cour é uma grande e persistente mácula de 3-gatsu.
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E qual sua nota, leitor(a)?
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#Extras: