Sangatsu no Lion #21 – Impressões Semanais

Confesso que há semanas já perdi o prazer de assistir 3-gatsu. Escrever sobre, então, é um martírio. Quando chega o final de domingo, horário tradicionalmente reservado para as tarefas, me bate um “ãin, vou ter de assistir e resenhar sobre a xaropeira que se tranformou Sangatsu”. Mas sigo firme.

A insistência trouxe um presente inesperado após a abertura. As irmãs Kawamoto. Como lamento a ausência de sua calorosa presença ultimamente, quando fomos acobertados pelo manto de frieza e sobriedade exacerbada que tingem o núcleo de Rei e seu cadavérico mentor.

Fora um vislumbre efêmero – demais. A chuva logo veio; e com ela, o retorno dos dois supracitados indivíduos do sexo masculino que ganharam quase que em exclusividade os minutos da obra neste segundo cour. Kai é um bom homem. Primordial na reviravolta comportamental de Rei. Mas chega. Deu.

É uma falta de planejamento amadora da shaft como a adaptação do mangá se deu: lenta e desproporcional. Várias, intermináveis passagens desvairadas de significado e emoção. Um sobrepeso dramático que sucumbiu em desinteresse e afastou a paixão enraizada dos primeiros episódios. Se tanto acostumamos reclamar da pressa de alguns animes, aqui tivemos o contrário.

Configura até um certo desespero por mudança. Este é o “mal” gerado pelas inicias 11 ou 12 partes, que foram tão boas a ponto da chama intitulada de esperança manter-se acesa. Aos trancos e barrancos, contra tempestades e invasões de destemidos antagonistas loucos por chutar a vela longe. Recompensados são, finalmente, os perseverantes.

Pois, a segunda metade do capítulo foi de retornos: o de Rei à sua terra, das garotas e, enfim, do sentimento que me fizera escolher este como a animação merecedora de minha atenção especial. E, notem, narrativamente, em quase nada os vários diálogos delas acrescentaram para a trama. Não me interpretem como um ranzinza unilateral e parcial que deixa de reclamar de elementos outrora criticados. A diferença está exatamente na dose.

Rei e seu sensei nos maltrataram, mesmo que inconscientemente. E, semana-pós-semana, conforme éramos obrigados a assistir partidas infinitas de Shogi para um resultado precocemente óbvio, o tédio clamava pelos filtros chamativos e as vozes animadas das Kawamoto.

Quando elas chegaram, então, pouco importa como foi. Aos que lembram-se de minha resenha passada, eu diria que finalmente reencontrei Zuca. Dane-se se foi na chuva, no barro, à noite ou de dia. Vale apenas o fato de ter acontecido. Era o que eu queria, o que eu precisava, o que faltava. É a brisa trazida pelo bater de asas da borboleta, indistinguível e prazeroso aos que por ela serão tocados.

Antes do fim, eu fui.

Ainda bem.

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E qual sua nota, leitor(a)?

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Extras:

 

Carlos Dalla Corte

Curto 6 coisas: animes, cinema, escrever, k-pop, ler e reclamar. Juntei todas e criei um blog.