Akashic Records #01 a #03 – Impressões

 

Akashic Records é uma obra complicada para quem já viu muitos animes, principalmente adaptações de light novels. Ele é cheio de clichês, e acaba só apresentando como diferencial sua proposta. Não que GTO ou outras obras não tenham mostrado professores não tão bons se sobressaindo com o tempo, mas aqui tudo se passa em uma escola de magia.

A obra consegue divertir com o humor, e a dinâmica dos personagens funciona. Mas o plot dela é super manjado, a escrita meio boca (tente repetir as falas do protagonista, principalmente as do começo do ep 3) e o enredo não conseguia me passar a sensação de perigo real, mesmo quando tentava. Na verdade isso ele ainda não consegue.

Temos uma cena de tentativa de estupro seguindo por piadinha no episódio 2, para ver o quanto a obra está pouco preocupada em gerar real tensão de verdade. E a heroína em vez de mostrar força começa a agir como uma donzela em perigo, para minha decepção. Espero que não façam o mesmo com a loira, ela parece mais resoluta pelo menos.

O protagonista, que começa parecendo inútil, mas na verdade tem habilidades secretas que o tornam super forte quando preciso, é outra coisa que todo mundo já está cansado de ver (oi Mahoukadude). Apesar disso, a obra consegue balancear a força do protagonista o bastante para manter a heroína como uma auxiliar necessária. Sem ela seria impossível vencer o inimigo. É melhor que algumas obras aonde o autor elabora os climax tão mal que o protagonista apelão poderia ter feito tudo sozinho, as heroínas estavam lá brigando contra inimigos fracos só para terem tempo de tela.

Curiosamente um dos maiores méritos acaba na animação relativamente consistente e direção de arte chamativa. Curioso, eu digo, porque esse estúdio geralmente faz trabalhos abaixo da média nesse aspecto. Algumas magias são bem animadas também, embora algumas partes, como o professor enfiando a espada no outro mago, sejam meio decepcionantes em termos de storyboard e animação. A OP no entanto ficou ótima.

O episódio 1 e 2 servem para fortalecer a relação dos personagens centrais, a loira, o professor, e a garota que usa orelhas de gato sabe-se lá porque.  E depois de uma mudança de coração do professor decidindo se esforçar e os alunos começando a gostar dele, vem o climax final.

Do episódios 1 ao 3 temos várias dicas que de que ele se desiludiu com algumas coisa que aconteceu no passado. O famoso “passado trágico do protagonista”. Entendem porque estou dizendo que essa novel é um enlatado de todos os clichês mais conhecidos? Clichés existem por um motivo no entanto: descobriram que as pessoas assimilam eles com mais facilidade, sendo assim menos arriscados que tentativas de mudanças drásticas em estruturas já conhecidas. O problema é que isso irrita quem está cansado de mais do mesmo.

Light Novels são formadas por uma base de introdução, início, climax do meio, construção, e clima final. Quase todas de aventura e ação seguem esse modelo. Nesse por exemplo não tem o climax do meio, só temos o final, iniciado no fim do episódio 2.

O que acabou se destacando pra mim foi que pessoas matam nessa obra, sem se importar tanto com isso. Ainda assim, o discurso de “assassino” e “você é como nós” dos bandidos soa extremamente infantil e deslocado na narrativa (nenhum terrorista dá a mínima para essas questões). Ele acaba não servindo pra nada, já que ambos a estudante e o professor ignoram completamente o impacto de matar alguém dali pra frente. A heroína parece chocada por uns 5 segundos antes de deixar de se importar. É quase como se fosse uma ideia de plot a ser desenvolvido sobre o valor da vida que o autor resolveu deixar pra lá logo depois de iniciar.

Estão vendo como meu cérebro funciona assistindo esse anime? Enquanto alguns estão felizes observando o protagonista usar uma super magia que deixou sua mana em quase zero (ele provavelmente tem menos mana que uma pessoa normal), desfazer círculos mágicos com sangue (isso ele deve ter mais que o normal), e pensando “nossa que protagonistas foda”. Eu estou observando os diálogos, direção e previsibilidade da narrativa. Não que eu não tenha achado a super magia dele legal também, mas não me compra como a alguns.

A parte que eu gostei foi a narrativa acelerada fechando o arco 1 em 3 episódios, não deixando tempo para o tédio (quando a obra é muito previsível prefiro tramas aceleradas), uma confiança gradual sendo criada entre os personagens centrais, e uma animação melhor do que eu esperava (mesmo que decaia muito em algumas cenas). E claro, o design da mestre do protagonista, porque tenho o direito a ser um pouco fútil como todo ser humano desse planeta.

Nada inovador, mas não foi tão ruim quanto pensei que seria (o primeiro episódio me causou uma má impressão). E para quem não fica analisando tudo que assiste como eu, deve acabar sendo uma obra divertida pelo menos, mas que perde muitos pontos em ser apenas uma cópia de diversas outras misturadas até agora. Se isso vai melhorar ou não só o futuro vai dizer.

Isso é uma análise isolada, não impressões semanais, só pra constar.

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E você, que nota daria aos episódios?

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Porque as caveiras ficam paradas esperando ele dar instruções a garota?

Ok, esse extra pós créditos foi 10/10. Dei umas boas risadas com ele.

Bela cena.

Esse uniforme parece meio exibicionista demais, não?