Re:Creators #01 e #02 – Impressões Semanais
Re:Creators é definitivamente uma das mais agradáveis estreias dessa temporada. A sinopse do anime sinceramente não me dizia nada com nada, também confesso que não fazia grandes apostas nessa obra apenas pelas PV’s. Contudo, os dois episódios iniciais acabaram despertando meu interesse, não apenas pela animação, que é fluida e cheia de coreografias bem elaboradas, mas por realmente entregar o que desejo em animes de ação e aventura: conseguir prender minha atenção.
E o anime não consegue isto apenas pela ação, que é uma coisa que deveria ser essencial em animes do gênero, mas por possuir uma narrativa cheia de mistérios que te geram uma boa dose de expectativas.
Além disso, aprovei e muito o roteirista dispensar aquela porrada de texto introdutório no primeiro episódio. O espectador não precisa de um guia completo em forma de diálogos para compreender o universo de uma obra de ficção, ele deve receber apenas o básico para não se sentir perdido.
No segundo episódio a obra já te entrega explicações do mundo, principalmente nas partes que são mais cotidianas dos personagens. Só que com um detalhe: o roteirista movimenta o enredo para você não cair em tédio total.
Na verdade, ele nem te entrega explicações, mas suposições, o que torna o cenário desse anime uma armadilha que prende o espectador. E este balanço que muitas vezes não vejo em algumas obras do gênero que ficam praticamente quase um episódio inteiro só jogando conceitos e mais conceitos para o público.
Outra coisa que gostei são as batalhas mais diretas e dinâmicas. Os personagens não ficam meia hora batendo papo para depois ir para o fight. Eles conversam, mas enquanto estão quase se matando XD
Falando em personagens, todos do elenco vindo de “mundos fantásticos” me chamaram atenção porque são estereotipados de uma maneira diferente.
Ele não são enlatados para seguirem simplesmente um clichê, são escritos dessa forma para gerarem uma referência que acaba sendo desconstruída durante a narrativa, em vista que não estão em seus universos. As suas regras não se aplicam ao mundo humano e suas formas de agir não se encaixam com o nosso.
Por exemplo, como Haou (novo integrante da staff) observou, a garota mágica é totalmente ingênuo e parte diretamente para o ataque alienada aos danos que causaria ou se estava realmente agindo de forma correta. Não apenas porque neste gênero de mídia a violência é mais atenuada, mas porque os inimigos normalmente são seres “sem raciocínio”, sejam monstros criados por magia ou seres humanos cegos por algum tipo de poder.
A maioria das batalhas nunca tem um diálogo ricamente elaborado, a solução que as protagonistas normalmente encontram é bater sem perguntar, a ponto de mesmo o inimigo tentando conversar ou dizer o seu ponto de vista, algumas simplesmente lançam o ataque final nele como se não fosse nada.
Por isto as palavras de Selesia impactaram tanto a garotinha, assim como a destruição causada durante o confronto. E o porquê dela em desespero desferir aquele golpe colossal sem relutar e pensar nas consequências.
A terceira coisa que gostei é a soma de um antagonista na “equipe” do protagonista, o que deixa os lados com uma configuração interessante e quebra o mito que vilão tem que ficar apenas como vilão. Afinal, porque um antagonista também não pode se mostrar uma pessoa com convicções não totalmente erradas e possivelmente confiável?
Na verdade a pergunta feita aqui é: ele é antagonista para quem? Porque tudo se baseia em pontos de vista de uma narrativa. Em algumas narrativas não porque estes personagens acabam senso construídos como maus por serem apenas maus por estarem no lado contrário do protagonista (Nota pessoal: acho isto meio meh, mas tudo bem, funciona em diversos casos).
Falando em antagonista, é interessante notar que a suposta vilã dessa trama é a incógnita que te mantêm fortemente preso a ela. Simplesmente porque não sabemos nada, absolutamente nada de sua origem e só possuímos as informações que os personagens centrais obtêm.
Então quem é o seu mestre? A garota que se suicidou no inicio do episódio um? Por que ela deseja uma revolução? E que tipo de revolução? Por que ela aparentemente conhece o protagonista? É a reencarnação daquela menina que se matou no trem? Basicamente perguntas e mais perguntas é o que possuímos sobre esta entidade misteriosa.
Já que mencionamos o protagonista, vale dizer que ironicamente o Sota é o personagem mais apagado do show (tanto que nem aparece muito na abertura XD) . Entretanto não o culpo, afinal ele nos avisou que é apenas um narrador, mesmo sendo o ponto ao redor do qual os eventos ocorrem e convergem.
No demais, ele é bastante expressivo e agradável, mesmo sendo meio tímido, acaba gerando simpatia. Sendo assim, o personagem não é ruim, só não tem utilidade em batalha, vigorando como suporte por enquanto.
Então no geral, a trama tem personagens interessantes, que geram carisma e despertam empatia no público. O elenco tem diálogos bem escritos, os momentos de ação são bem animados. A trilha sonora de Sawano é empolgante (e viciante… não paro de escutar gravityWall) sendo aplicada de forma eficiente e nos momentos certos. Mas realmente onde mais pecaram é no protagonista que ficou em escanteio.
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E você, que nota daria aos episódios?
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#Extras