[Review] Omae wo Otaku ni Shiteyaru kara, Ore wo Riajuu ni Shitekure!
Autor: Rin Murakami
Ilustrador: Anapon
Volumes: 15 + 1 volume extra (finalizado)
Sinopse:
Por causa de um trauma do passado, Naoki Kashiwada decidiu esconder que é um otaku quando entrou no ensino médio, mas seu segredo foi descoberto por Momo Koigasaki, uma garota (N-Não é como ela fosse tsundere ou algo do tipo!) que tinha uma reputação bem negativa na turma. No entanto, o que ela queria com ele era na verdade para que ele ensinasse ela “como ser uma Otaku”, pra ela conseguir se aproximar do seu crush!
Omae wo Otaku ni Shiteyaru kara, Ore wo Riajuu ni Shitekure!, ou também, ironicamente, OtaRia (Abreviação oficial), é uma light novel de comédia romântica escolar. Tenho certeza que muitos aqui já assistiram, leram ou mesmo conhecem Toradora. OtaRia segue exatamente o mesmo padrão da obra em um ponto de vista geral, basicamente os dois protagonistas gostam de duas pessoas diferentes, e se unem para ajudar um ao outro com seus respectivos interesses românticos.
A obra possui uma versão em mangá, também já finalizada, com 7 volumes (39 capítulos).
Para quem tem uma certa experiência com animes de romance, já consegue ver onde a obra vai terminar, só na sua premissa. Não é um spoiler meu, quase todos os romances japoneses terminam dessa forma. Então é bem importante não ir esperando que esse título (ou qualquer outro) vá trazer um twist na história amorosa dos protagonistas. Você pode ser surpreendido sim, mas na maioria dos casos não vai ser o que vai acontecer.
Apesar da premissa já conhecida, OtaRia trás uma perspectiva interessante pra si mesma: o protagonista, Naoki, se apaixona a primeira vista por uma colega de classe que ele viu ajudando uma criança na rua. Ela é na dela na escola, mas sua beleza faz ela ser popular, e o protagonista não acredita que possa alcançá-la sem ser popular também. A Momo, por outro lado, gosta de um garoto super popular de outra turma, que é um otaku assumido (e por ser bonito e admirado, ninguém leva isso como algo negativo), por isso ela quer se tornar uma otaku para se aproximar dele.
Com o palco montado, os dois protagonistas decidem fazer um acordo, ele ensina ela como ser uma Otaku, ela ensina ele como ser um Riajuu (Pessoa bem popular e descolada).
A obra funciona bem seguindo essa ideia. São duas pessoas basicamente de mundos diferentes, tendo que interagir um com o outro por interesses pessoais. Isso porque a light novel realmente coloca eles dentro da realidade de cada um: como o Naoki levando a Momo para uma loja de Eroges (Erotic Games, abreviado). Imagina uma garota normal entrando em uma loja assim? Exato, é engraçado.
Assim como por outro lado, a Momo leva o Naoki para ir comprar roupas e praticar ir a um encontro (ela fez até um sistema de pontos pra cada ação boa ou ruim dele, e sim, foi um desastre hahaha).
Ser tirado da sua zona de conforto enquanto tenta aprender a entender aquele mundo que você propositalmente mantém distância, é algo que é bem mostrado ali, e mesmo na hora importante eles ainda estão sujeitos a falhas e frustrações. Esses elementos fazem a obra ser bem divertida, ao mesmo tempo em que interessante de se ler.
Apesar de usar bem sua ideia original, OtaRia não trás realmente algo diferente e/ou cativante com seus personagens, que é o foco principal. As interações e o tema citado acima de fato são legais, mas a obra ainda usa de tudo que uma comédia romântica usaria: Protagonista otaku e tímido, heroína tsundere, garota quieta e misteriosa, amigo extrovertido e popular.
Para mim, usar estereótipos não é um problema, o problema é deixar os personagens serem resumidos a apenas isso. Existem personagens bastante estereotipados que eu gosto bastante, simplesmente porque são bem desenvolvidos.
Em uma obra desse tipo, ter um cast de bons personagens é essencial pra manter o leitor interessado na obra, e apesar da light novel conseguir tirar seu cast de personagens (ou ao menos os dois protagonistas) dessa zona ‘negativa’, isso não acontece tão rápido, ou melhor, demora bastante até. É muito bom que exista um desenvolvimento que torne os personagens ‘algo além’, mas não adianta muito se o leitor desistir da leitura antes de chegar lá.
Isso, somado ao desenvolvimento romântico bem previsível, podem ser fortes motivos para o desanimo de muitos, principalmente por ser uma obra de 15 volumes. Mas até que compensa bastante mais para frente. Melhor ainda se você não tiver achado o começo de todo ruim.
Mas para não dizer que ela não tem nenhum atrativo “único” ou diferente, vale a boa menção de que existe uma passagem de tempo na história, começando no início do ensino médio e terminando na faculdade e além. É só um detalhe, mas acredito que faça diferença para muitos, já que não é algo muito comum de se ver, ainda mais com uma obra assim (por isso disse que compensa mais para frente).
OtaRia é, definitivamente, uma obra bem comum. Mas ela não tenta realmente ser algo especial, ao invés disso, busca nos entreter usando um estilo de comédia romântica clássica e popular, e foi algo que escolhi falar sobre, justamente por ser mais leve e dentro do que muitos já estão acostumados, mas ainda tendo seu próprio charme para oferecer.
Bom, a tradução da LN esteve parada durante um bom tempo, mas parece ter voltado a ativa recentemente, não sei como as coisas andarão, porém, tem material disponível o suficiente para ter uma boa noção do que esperar e se gostou ou não da obra. Como alternativa, o mangá está sendo traduzido atualmente e já tem boa parte em inglês (23 de 39 capítulos). Eu não cheguei a ler o mangá, mas considerando o tipo de obra que é, a sua adaptação pra mangá deve ser boa. Podem optar por ela caso se interessem também.
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