SukaSuka #01 e #02 – Impressões Semanais

Metaforicamente SukaSuka virou uma flor que escolheu literalmente a temporada certa para desabrochar. Pelo visto de pouquinho em pouquinho cada parte do enredo irá aparecer desenrolando todo o mistério da trama. A estreia alocou tanto os pontos de comédia, quanto os de romance e drama. Quase que de forma natural apresentou um enredo inicialmente aberto que atraiu muita gente para o segundo episódio.

E aqui estamos. Depois das apresentações, começamos a entender o que realmente se passa naquele cenário e podemos deduzir e criar algumas coisas em volta disso também. Caso você queira ler uma review mais completa do primeiro episódio no final do post terá um link.

Aqui fomos apresentados a Opening, que situa boa parte do enredo que virá a seguir. E ela acaba acertando em ser bem completa nesse quesito. Mais animada do que o esperado e sugerindo um foco em cenas tanto cotidianas, quanto de ação. E está aí algo que justamente ainda não apareceu; as cenas de lutas. Lutas completas, que mostrarão realmente como são os poderes das garotas e como elas os usam de verdade. Fato que também prende o espectador para os próximos episódios.

Abertura fazendo jus à Light Novel

E antes de chegarmos no ponto das habilidades delas em questão, vale um respaldo sobre dúvidas que já podem ser esclarecidas. Primeiro, o Willem teve uma brusca mudança a respeito da relação entre ele e as outras crianças. Em um momento elas sentiram medo dele, o que acabou oferecendo um humor leve, e depois ele as conquistam, mais uma vez, de forma muito fácil. E isso deve ser justificado pela história que há por trás da vida dele na terra. Há agora algumas novas personagens relacionadas às armas que as garotas atuais usam. (E calma, estamos quase lá). 

Finalmente, concluímos que além do humor oferecido pela troll ela tem um importante papel no cuidado dessas armas/garotas, o que a dá uma enorme responsabilidade em guardar o quase segredo delas. Sendo sincera gostei o jeito que ela desempenhou um papel mais sério nesse episódio, mas sem perder sua própria personalidade. Ainda ficam algumas dúvidas sobre as raças que já apareceram, o que merece, ao menos, uma leve explicação.

Outras personagens são apresentadas. A dupla Nephren e Ithea com certeza chama atenção pelas diferentes personalidades entre si. Mais próximas a Chtholly devido as suas idades, elas abrem um caminho para entender o que a própria Chtholly sente. Aliás, essa é uma relação que tem um objetivo que de cara não é tão importante, mas que empurrou o romance um pouco mais para frente, deixando de ser um diálogo tão casual, para se tornar algo que justifica duas cenas a seguir. A primeira é o motivo pelo qual elas lutam e a segunda a respeito do romance real a ser visto entre a Chtholly e o Willem.

Contraste que deu muito certo

Mas enfim confrontada, a verdade se revela. Bom, reagir positivamente ou negativamente sobre isso não é algo que possa ser decidido de cara. Acredito que deve haver uma reflexão a respeito do drama que as meninas passam antes de procurar as respostas para tudo. O Willem começa a virar um protagonista pelo qual eu me interessei justamente pela maturidade com que ele lida com esse fato. Talvez por conta de uma experiência passada, mas mesmo assim ele soube dosar suas palavras.

As garotas são indiferentes quanto à vida delas, elas não possuem medo da morte de um jeito literal. E não é a mesma coisa de alguém corajoso. Elas não possuem amor à própria vida. Isso coloca contra a parede milhões de questões, por ser um fato muito difícil de idealizar. Todo ser humano tem o comportamento natural de temer se machucar, tem impulsos a favor disso e medos reais. A condição delas acaba sendo tão irrealista no ponto de vista humano que opinar 100% a respeito disso é um tanto conturbador.

Atrapalha a visão infantil que elas demonstram? Sim e não. Elas continuam sendo crianças, e pela lógica da situação elas nascem com essa condição, por outro lado conseguimos ver uma face extremamente vazia nelas. O motivo disso tudo são histórias passadas da terra. Muito bem explicada, a distopia atual foi causada por 17 bestas que a atacaram e apenas os Emnetwihts conseguiam usar as Dug Weapons para combate-las. O problema é que ninguém sobrou, levando a alterativa de criar, como a Ithea mesma descreve; armas descartáveis, que são pessoas.

Foi um choque inicial entender que elas são a alternativa de combate mais eficiente no momento, porém a explicação física conseguiu ser bem elaborada. A emissão de venenum que elas utilizam para lutar é basicamente uma grandeza inversamente proporcional à força vital do invocador. Quanto mais elas quiserem viver, menos venenum terão e vice-versa. Em resumo, isso as tornam completamente dependentes. É nessa dependência que a deixa é inteligente sobre a condição das garotas. É uma missão suicida e como a Dug Weapon ainda poderá ter outro usuário acaba formando um ciclo de combates infinitos.

Estamos abalados sim

Queria que essa cena da cama tivesse sido um pouco mais dramática e menos apressada, mas deu a entender o que a Chtholly sente. Ela é basicamente um pontinho cheio em meio as personalidades “vazias” que elas devem ter. Entendemos que o romance dela com o Willem pode arrebatar um novo motivo para ela querer viver, e o jeito com que esse fato vai ser tratado transmite até um certo medo de estragarem a adaptação da obra.

É um quesito delicado que começou a ser explorado de uma forma muito brusca. Ela provavelmente irá morrer, mas não fica claro se ela já está em desespero por isso ou ainda sabe seu papel.

Ela relata que quer ter memórias felizes. Curioso. Será que essas memórias felizes a fariam não querer morrer? Acaba que a cena foi ousada, juntou uma explicação quase cientifica como o motivo dele massageá-la. O bom foi que a Chtholly não elevou tanto o nível em ser infantil naquele momento.

Por que essa cena não poderia ter sido tratada mais delicadamente?

O que me preocupa é se o romance deles vai ser explorado de uma forma digna: se o Willem vai se compadecer não apenas da situação de todas, mas se apaixonar de verdade. Até agora ele cumpre um questionamento; do que vale ser um zelador se não zelar? Então, desenvolver a vontade de ajuda-las vira apenas um cumprimento de seu objetivo. Tanto que vale destacar a tradução do título do anime “O que vai fazer no fim do mundo? Vai estar ocupado? Poderia nos ajudar?”, claramente um pedido de ajuda que bate com isso.

Então voltamos ao que pensar a respeito de tudo isso e no que pode surgir depois. A situação é complicada? É. Mas também é criativa. Temos uma riqueza de detalhes que podem ser muito úteis quando destrinchados. Temos a história do Willem, as perspectivas criadas em torno do romance, as habilidades das garotas em combate e o drama. Muito drama. E com esse tom dramático há o surgimento de novas perguntas.

As garotas um dia irão querer viver de verdade? Ter o sentimento de vivência plena e medo de perder isso? Dúvidas, dúvidas. Continuo ressaltando que a premissa está indo bem, um erro ali na cena deles dois, que não foi de fato tratada com muita delicadeza. Mas o incomodo não é tanto. Há mais respaldos bons do que ruins até agora, então que venha mais um drama próxima semana. Digo, episódio.

Para ler a review completa do episódio #01

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extras

Sentimento após esse episódio

 

E essa moça overpower aí?

Victoria Caroline

Engenharia, literatura brasileira, fotografia, vídeos de receitas, música boa e cultura japonesa. Não necessariamente nessa ordem. Às vezes acorda meio de humanas (quando consegue acordar).