Sakura Quest #01 a #06 – Impressões

Em meio a animes de ação, como RE:creator e Shingeki no Kyojin, até mesmo entre as propostas divertidas e realistas como Eromanga-sensei e Tsuki ga Kirei. Sakura Quest surge como um slice of life tímido, mas que tem sido bem recompensador de assistir.

Nada de estranho, tudo normal por aqui.

Fugir da mesmice tem ficado cada vez mais difícil, são tantas coisas sendo lançadas que chegamos a um ponto onde, até mesmo o que deveria ser novo, acaba passando a sensação de já ter sido usado. No caso de slice of lifes, isso fica ainda mais reforçado.

Sakura Quest aparece com uma proposta um tanto quanto duvidosa. A ideia de acompanhar as mudanças no cotidiano de uma garota que acabou de se tornar a rainha do reino de Chupacabra, pode soar estranho. Para dizer a verdade, é realmente um pouco estranho, mas nem por isso deixa de ser divertido.

Não precisa fugir do Chupacabra… Ou do anime.

A história foca em Yoshino Koharu, uma garota que, mesmo após completar sua faculdade, não consegue encontrar um bom emprego, o que acaba tornando-a uma espécie de “NEET funcional”. Ela até tenta procurar algo, mas não consegue nada além de serviços de meio-período.

Os dois primeiros episódios giram basicamente em torno desse fato. Da transição entre a sua vida na cidade de Tóquio para uma cidade do interior, chamada Manoyama (que pode ser lido literalmente como montanha do demônio, diga-se de passagem).

Uma oportunidade única de serviço.

Ela recebe uma proposta de emprego como modelo para uma sessão de fotos, mas quando chega lá, recebe a noticia de que tudo não passou de um engano, e o pior, a proposta de serviço não era tão boa quanto ela imaginava.

Ao invés de servir como garota propaganda por um dia, ela tem que assumir o posto de “Rainha” por um ano, ajudando a reerguer a área de turismo local da cidade. Sem muitas opções, ela acaba sendo obrigada a realizar os trabalhos pedidos e, em meio às rejeições, sentimentos de solidariedade, ela vai aprendendo a gostar do local, até o terceiro episódio, onde decide abraçar a ideia de uma vez, e se tornar, de fato, a rainha do reino de Chupacabra.

Por mais que a relação dela com o cargo já estivesse criada bem antes.

Os outros três episódios seguem mostrando as tentativas da Yoshino em trazer o turismo de volta para Manoyama. No decorrer da história, ela vai conhecendo outras garotas, que no final se juntam com o objetivo de ajudar na sua missão, formando assim sua comitiva particular ministras.

Cada uma das garotas tem uma certa função, um bom ponto de vista, tanto em relação à cidade, quanto em relação ao mercado geral, se aquilo pode ou não funcionar.

As ideias vão desde um website, até a criação de comerciais para chamar atenção para cidade.

Por mais que o anime não trabalhe tanto o realismo como Tsuki ga Kirei, e outros exemplos do gênero. O simples fato de não ser um slice of life sobre um grupo de adolescentes se relacionado, já dá uma certa vida para a história.

O lance com o reino de Chupacabra pode parecer estranho, mas não tem nada de bizarro ali, ainda mais se você estiver acostumando com os surtos de criatividade que o mercado japonês tem (alguém disse maid e dragões?). Os personagens são carismáticos, e por mais que não seja o grande foco do anime, entrega boas comédias, além de trabalhar bem assuntos mais sérios.

Os últimos episódios, têm focado mais no passado de alguma das personagens secundárias, mostrando parte dos motivos que levaram elas até cidade. De forma sutil, o anime acaba entrando em temas um pouco pesados, principalmente no Japão(hikikomoris e NEETs).

Não precisa trabalhar em uma grande empresa, ou ter uma vida acadêmica agitada, para entender a sensação de querer “fugir” dos problemas.

Sem criar dramas demais, e nem exagerando muito nas piadas sobre o assunto, Sakura Quest aposta um pouco nesse sentimento para desenvolver a relação dos seus personagens. É fácil simpatizar com algumas histórias, por abordar temas recorrentes na fase de transição entre a adolescência e a vida adulta.

Escolha de carreiras, sonhos de trabalho, insegurança sobre o futuro profissional. Coisa simples como essas que, por mais que não sejam o grande foco do anime, dão um toque adicional a passagem do dia a dia dos habitantes.

Em resumo, Sakura Quest tem sido bem agradável de ver. Como grande parte do gênero, o objetivo aqui é apenas ver o passar do tempo, e o modo como os personagens interagem e contam suas histórias. Ainda assim, em certos pontos o enredo fica bem “animado”, intercalando com um pouco de comédia, ou tomando ares mas dramáticos sobre o passados dos habitantes de Manoyama.

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E você, que nota daria aos episódios?

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Extra

Triste realidade para quem vive sozinho.

“O senhor teria um minuto para ouvir a palavra de Chupacabra?”

Coisas de gente de cidade grande.

Toda elegância e delicadeza em uma comemoração.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.