Sakurada Reset #06: Impressões Semanais
Por mais que Sakurada vá ter 24 episódios, com a chegada do sexto seria legal fazer um rápido levantamento sobre o que o anime tem oferecido, em uma espécie de “meio de temporada”.
Os dois episódios de estreia foram bem motivadores, criando alguns bons diálogos e dando uma leve ideia sobre o que o anime se propõem a fazer. Já o terceiro e quarto, por mais que tenham alguns pontos confusos, foram satisfatórios. A cena do final foi bem impactante, e dá ideias do que o Kei é capaz de fazer para alcançar os resultados que deseja. O quinto, por outro lado, acabou sendo bem fraco em termos de desenvolvimento da história (apesar de eu ter gostado da ideia geral do episódio). Mas até aqui as coisas tem andado bem normais e aceitáveis.
Acho exagero dizer que o anime está sendo ruim, mas concordo que não parece certo dizer que está indo bem. A falta de carisma dos personagens ainda é o que mais pega, e o modo “lento” (por mais que tenha alguns bons desenvolvimentos de mistério) ainda pode causar uma sensação de tédio para alguns.
Então o que esperar da série? Estamos falando de 24 episódios. Se fosse apenas o tradicional com 12, daria para ficar mais tranquilo, afinal de contas já teríamos chegado à metade. Porém, com essa quantidade de episódios, fica um pouco preocupante, até mesmo para mim, saber onde a história vai chegar. Será que vai realmente valer a pena seguir com isso até o final?
A resposta para essa pergunta vem sutilmente no sexto episódio, ou pelo menos surge como uma luz de esperança para o que o plot tem a oferecer.
O episódio começa com alguns minutos do passado de Kei, quando ele estava indo visitar sua avó em Sakurada. Apenas nesses minutos, um conceito que tinha da história foi mudado completamente. Pelo que havia sido explicado, eu pensava que as habilidades eram uma espécie de herança sanguínea dos cidadãos de Sakurada, algo que foi se espalhando pelas pessoas do lugar e criou a atual situação. Porém, parece que não é bem assim, o próprio Kei não era um cidadão de Sakurada, mas ainda assim ganhou os poderes.
Isso acaba reforçando um pouco o que comentei em um post passado. As habilidades, por mais que limitas, ainda são muito convenientes para os usuários. É como se elas fossem um complemento para a personalidade da pessoa, tanto para o bem, quanto para o mal.
Além desse fato, ainda tem um detalhe que é adicionado algumas cenas depois, quando Kei está pesquisando sobre o senhor que teve sua habilidade selada por uma misteriosa garota. Enquanto conversa sobre as possibilidades do MacGuffin, Hatsuchi faz um rápida ligação entre o senhor que está com problemas, e o surgimento do Escritório.
Que por “conscienciosa” é o mesmo do aparecimento das habilidades na cidade. A principio fica parecendo que o Escritório foi criado para controlar as habilidades que começaram a surgir. Porém, eu fiquei me perguntando se não poderia ser o inverso, se as habilidades só passaram a existir por causa do Escritório.
Se apenas isso não fosse o suficiente para criar algumas teorias, temos a introdução de uma nova personagem, ou melhor, duas novas personagens.
A primeira delas é a tal “Bruxa”. Ela entrou em contado com o Kei há quatro anos e, supostamente estava tentando evitar que ele fosse para Sakurada, ou pelo menos alertá-lo sobre o que poderia acontecer, caso fosse até lá. Pelas explicações da habilidade dela, algumas coisas podem ser subentendidas a respeito desse passado. Por exemplo, a relação dela com Kei.
Durante os minutos de flashback, ela “tenta” impedir ele de ir para cidade, porque caso ele fosse, nunca mais conseguiria sair de lá. Essa informação em si já deixa algumas coisas no ar, mas o que chama a atenção, e o motivo para isso. Por que o Kei ficaria tão apegado à cidade, chegando até mesmo a abrir mão de morar com seus pais?
A dita Bruxa pode ver o futuro da pessoa que toca. Entretanto, ela é forçada a não ter contado com pessoas de fora para evitar ver outros futuros que não seja o dela. Simplificando, por estar diretamente ligada ao Escritório, se algo de ruim acontecer, ela será consultada, sendo assim, não há necessidades de ficar observando diferentes futuros, porque, cedo ou tarde, a “tragédia” chegará nos ouvidos do seu eu do futuro.
A questão aqui é: se ela não tinha contado com o exterior, como sabia sobre o Kei, incluindo onde ele iria estar naquele momento? A única explicação seria o Kei estar diretamente ligado a algum problema em Sakurada, por isso era importante, evitar que ele fosse para lá.
Por enquanto são apenas suposições, mas dá para ficar um pouco empolgado pelas explicações que isso pode levar. Além do mais, ainda temos o final do episódio. Ah sim, aquele final.
Depois de uma conversa bem interessante sobre conceitos de existência, e uma leve tentativa de criar noções de sentimentos na Haruki, temos a segunda personagens introduzida na história, que por sinal, é o motivo das minhas esperanças.
Talvez o que falte para Sakurada Reset seja exatamente isso. Um vilão. Alguém que vá forçar o Kei e Haruki ao máximo, que vai provocar e mexer na história. A Souma era divertida com a sua manipulação, mas alguém para fazer maldade pode ajudar a dar mais propósito para os protagonistas, ou pelo menos dar um valor a mais a eles, além do “somente resolver problemas dos outros”.
Para quem estava pensando que seria outro episódio para acrescentar personagens, que podem ou não voltar para a história, esse episódio foi bem interessante, e me fez criar algumas expectativas sobre o futuro do anime, especialmente em relação ao passado do Kei.
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E você, que nota daria ao episódio?
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Extra
Foi bem interessante o modo com a Bruxa tentou “ligar” os sentimentos da Haruki usando essa metáfora. Cai meio naquela questão de: você gosta da pessoa pelo que ela é, ou pela imagem que ela representa para você? O Kei tentou essa ideia no segundo episódio, só que usando a prática.
No primeiro episódio, a Souma provoca dizendo que o Kei enxerga a Haruki como o ser perfeito que ele almeja (alguém que não diferencia o bem para ganho próprio, do simples bem). Mas ainda assim, ele pretende “sujá-la” com o objetivo de dar sentimentos a ela.
Dá para enxergar essa ideia como uma metáfora para a falta de consciência da Haruki sobre si, assim como pode ser um foreshadow sobre o passado do próprio Kei.