Sin: Nanatsu no Taizai #04 – Você disse história? | Impressões semanais
Calma, calma. Não estamos falando de um roteiro digno do Oscar, ou algo do tipo, para ser sincero, ainda está longe de ser grandioso. Porém, a tão falada história decidiu dar as caras nesse último episódio.
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Eu ia fazer uma referência a Shingeki no Kyojin, mas me contive.
Por mais que ainda não acrescente muita coisa sobre os motivos do banimento de Lúficer, ou sobre o real significado por trás dos selos que foram colocado no corpo da dita anjo caído. O 4º episódio ao menos tenta trabalhar alguns pontos da história, enquanto reforça certos aspectos sobre as personagens.
Eu deveria ter falado isso desde a primeira review, mas… eu costumo levar em consideração o contexto em que as coisas acontecem para decidir se é valido ou não aquilo.
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Como diria a nobre Hachikuji: “Há coragem em fazer feio!”.
Se o autor der bom motivos para isso, eu não vou achar bizarro um dragão correr por um campo de girassóis, enquanto segura um sabre de luz. Na verdade, o justo seria elogiar ele por ter conseguido dar um propósito para aquilo (por mais que o fato de ser bizarro ainda continue inalterável).
Essas tentativas de acertos são algo que aprecio. Por mais que não sejamos obrigados a aceitar qualquer coisa que coloquem na nossa frente, saber que a pessoa ao menos tentou, merece o meu respeito.
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Tentaram bastante no design dela… e espero que estejam fazendo o mesmo na personalidade…
No caso de Nanatsu no Taizai, existe um mecanismo que funciona como essa válvula de escape (que por sinal, foi o que me fez não odiar por completo o 1º episódio).
No contexto da história, estamos falando sobre um anjo que foi punido pelo seu orgulho, e que acabou sendo enviando para o inferno, por consequência, encontrando os sete pecados que nada mais são do que demônios.
Por mais que os animes deixem eles “bonzinhos”, demônios ainda são demônios, fazer algo cruel e baixo seria natural, ainda mais quando isso é direcionado a um anjo que era o braço direito de Deus. Ela foi punida pelo orgulho, então “pisarem” nele faz todo sentido, lógico que, havia mil maneira de fazer isso, mas sendo um ecchi, o fanservice é a escolha óbvia.
O episódio 4 cai justamente nessa questão. Vale lembrar que ele não é bom. Leviathan parece que entrou de cabeça no projeto “ser o melhor personagem irritante de 2017”, e a Maria daria inveja a qualquer heroína shounen por tantas “caras de paisagem” e discursos motivacionais sem motivação. Mas a questão é que, mesmo com esses problemas, o episódio ao menos se esforça para entregar algo.
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Ela deveria estar pagando pelo seu orgulho, e não aumentando ele.
Talvez o melhor seja dizer que é um capítulo com história fechada. Ele tinha como objetivo mostrar a Avareza, e isso é feito de forma “ok“. O trabalho sobre a questão de Lúcifer estar sendo punida pelo seu orgulho também funciona aqui, especialmente no final, onde a Levi oferece ajuda, mas ela diz que vai se libertar sozinha.
As ações da Maria encaixam com o tema da ganância, e como essa atitude é um comportamento comum nos humanos (ela era, até então, uma garota normal).
Pegar uma moeda no chão (ainda mais quando vai encontrar o pecado da Avareza) retrata bem a questão da ganância, e isso, de certa forma, trabalha o tema do pecado de forma limpa. Do jeito que as coisas estavam nos dois últimos episódios, eu já pensava que ela iria aparecer pelada em uma banheira, nadando em ouro e pronto: eis a representação da avareza.
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Foi tão sutil que é até estranho.
E por falar em sutileza, esse episódio é bem tranquilo em questão de ecchi. Ainda não é recomendável assistir na TV da sala com a sua vó de 80 anos, que carrega o terço no bolso, mas não existe nada muito bizarro aqui (um ou outro caso, mas perto dos outros episódios, esse foi bem light).
Roupas se rasgarem durante a luta é o básico, mesmo assim, ainda se mantém em um padrão “comportado”, até mesmo o figurino das personagens perdeu os decotes nesse episódio.
E por estarmos falando de um demônio, acaba não ficando tão forçado o método de tortura. Aquele instrumento era usado antigamente, e por mais que tenham erotizado para se encaixar no gênero, acaba caindo dentro do contexto explicado antes.
O conceito de demônios foi criado para punição. Colocar uma pessoa orgulhosa em uma “mula” (segundo o Google, esse é o nome do aparelho), não fica parecendo apenas uma desculpa para dar closes em certas partes.
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Quase analisei isso como uma metáfora para o roteiro.
Porém, bizarramente, o esforço em entregar “algo” para história, é justamente o que deixa as coisas meio loucas nesse episódio. Não é nenhuma cena yuri estranha, ou um fanservice apelativo, na verdade, é exatamente o roteiro em si.
Em algum momento decidiram que a Avareza deveria ser mãe. Claro, isso não é bem explicado, ou introduzido de forma natural, criando assim, um buraco no enredo e levando para uma cena que… eu só pude rir.
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Really?
Eu não sei se entendi errado, mas o motivo da Avareza ser tão gananciosa é por ter “crias”, e não conseguir cuidar delas sozinha. O lance do contexto cai aqui novamente, mas no sentido oposto. Sem dar um bom motivo para querer proteger as crias, fica parecendo que ela é alguém nobre, o que foge do personagem. E o mais estranho, a cena entra em um clímax dramático completamente nonsense (destaque para OST).
Do nada Maria começa um discurso sobre a importância de ser mãe, e de como as escravas não poderiam substituir a Mammon.
Enquanto isso, a “onee-sama”, que não queria abrir mão do seu orgulho, consegue se libertar do instrumento de tortura e chegar para dar um fim a tudo… o que isso tem a ver com avareza, ganância, soberba? Não faço a mínima ideia.
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Ao menos gerou um final feliz =]
Mesmo se esforçando em trazer conteúdo para o episódio, ainda falta muito para ser bom. Até acho justo dizer que trabalharam bem alguns aspectos dos pecados dessa vez, mas… né? Ainda é um ecchi.
Veremos o que nos aguarda (possivelmente sem referências a Monogatari).
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E você, que nota daria ao episódio?
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Extra
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Ação!
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Suspense!
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Drama!
Melhor do que isso, só os filmes da Sessão da Tarde.