Sakurada Reset #09 – Relações do passado | Impressões Semanais

Após o arco final da Bruxa (que não achei tão legal assim), temos uma volta no tempo. Mas especificamente, dois anos atrás, no período em que a Souma estava morta. O episódio serve para fazer a transação entre os últimos eventos, e o possível arco principal, do qual teremos a participação da tão esperada Souma.

Para falar a verdade, eu não me empolguei muito com o que vi… até existe bastante coisas interessante aqui, mas está longe de ser algo que realmente me deixe motivado. Porém, isso não significa que o episódio seja ruim, na verdade ele serve para colocar todas as suas expectativas para o próximo, para onde possivelmente as coisas irão começar a se movimentar mais (assim espero).

O episódio se divide em dois lados: o Kei tentando aceitar os efeitos da sua escolha ao usar o reset, e a Haruki tentando entender os sentimentos que foram criados nela.

Chega ser bem interessante ver um pouco dos pensamentos dela (coisa que nunca acontece), especialmente em relação ao Kei. As habilidades em Sakurada dependem da vontade do usuário, então perceber que ela entrega o seu próprio desejo para o Kei é algo meio que… perturbador, até.

Mesmo sendo um pouco estranho essa devoção incondicional que ela criou pelo Kei, acaba que reforçando uma certa evolução na personagem (por mais que seja bem fraca para mim). Roubando a analogia que a própria Souma fez: a Haruki via o mundo todo branco.

Ela não tinha gostos, preferências, ou vontades, era tudo resumindo entre sim e não, fazer ou não fazer. Ou seja, de certa forma, ela passou a ter preferência e desejos, o que acabou resultando no dilema dela durante o episódio.

Outro coisa que foi bem interessante perceber, foi a autoconsciência que a Haruki tem em relação ao Kei. Mesmo sendo devota a ele, ela ainda sabe muito bem que suas palavras são vazias.

O desejo de ajudar os outros é só uma forma indireta de se satisfazer, mas mesmo entendendo isso, ela ainda decidiu ficar ao seu lado, e entregar a sua habilidade, por confiar na vontade dele de alcançar um objetivo maior.

Falando no Kei, o episódio também ajuda a ter uma ideia de como foi para ele aceitar a morte da Souma, além de deixar bastantes pistas sobre o envolvimento do Escritório em tudo.

Foi explicado que a Souma seria o próximo alvo deles, já que a Bruxa morreu, então mostrar como eles eram relutantes em investigar a morte dela, e de como estavam, de certa forma, tentando afastar o Kei dessa possível resposta, deixa tudo mais nítido (por mais óbvio que já esteja).

Na verdade, eu fiquei me perguntando, por que não colocaram essa parte da história antes. Se tivessem feito, provavelmente diminuiria, e muito, a sensação de que nada estava acontecendo de verdade.

O dilema que o Kei levanta no final do episódio, sobre cada ação ter uma reação, e sobre como, mesmo indiretamente, você pode estar mudando a vida de outra pessoa, daria uma boa base para tudo o que aconteceu.

Ele aceitou se envolver com o Escritório para tentar encontrar uma habilidade que pudesse salvar a Souma, então, todos aqueles encontros, até mesmo os mais sem importância, como o da menina presa na bola de gude, acabariam tendo um propósito, já que ele estaria fazendo aquilo por um verdadeiro objetivo.

No final, esse episódio acaba deixando um bom desfecho para o próximo (alguém disse Souma?), porém, no fundo, acaba reforçando uma sensação que eu tinha criado há uns dois ou três episódios atrás. Esses 8 capítulos só serviram com um gigantesco epilogo que prepara o reaparecimento da Souma. Agora só resta torcer para ser algo à altura do que tem prometido.

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E você, que nota daria aos episódios?

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Extra

Ficou bem legal a abordagem, não somente pela metáfora no final, mas como também por toda a linha de pensamento do Kei. Trazer a felicidade para alguém pode significar a infelicidade para outros. E quando se trata de voltas no tempo isso é ainda pior. Imagina a pressão psicológica em cima dele, por acreditar que o simples fato de escolher outro prato, na hora do almoço, poderia mudar algo no futuro (famoso efeito borboleta).

Essa cena cheira a foreshadow sobre as habilidades de Sakurada… será que eles podem mudar o que fazem com um pouco de autoconfiança/força de vontade?

Na verdade, essa personagem deveria voltar, eu realmente gostei dela, acho que foi a única carismática (fora a Souma), que já apareceu.

Chega a ser satisfatório pegar uma analogia tão simples que explica algo tão complexo… mas, realmente, se for para escolher entre duas coisas, a gente sempre vai pelo gosto. Mas para quem não faz isso, acaba sendo como viver em um mundo branco, tudo tem a mesma cor, gosto e formato.