Sin Nanatsu no Taizai #10 – Um pouco de cultura nesse mundo ecchi? | Impressões semanais

Ok, definitivamente, eu nunca esperaria encontrar elementos de literatura clássica em um ecchi que, até então, estava sendo bem instável sobre como representar os pecados capitais.

Não é como se não existissem casos que usem melhor disso, mas ao final desse episódio, eu acabei me sentindo bem satisfeito, e muito surpreso com tudo o que foi mostrando.

Se não fossem pelo os problemas que os famigerados fanservices criam, eu diria que foi um dos episódios com melhor aproveitamento do tema, especialmente para quem gosta de pegar referencias a ideias da cultura “convencional”, por assim dizer.

Vamos ao Inferno!

Se você não foi obrigado a ler a Divina Comédia na escola, ao menos deve ter ouvido falar de um jogo chamado Dante’s Inferno. Ele ficou relativamente famoso por conta da semelhança com GoW violência, e por usar como base, o dito livro logo acima.

Bebendo da mesma fonte que o jogo, o episódio de Sin: Nanatsu no Taizai dessa semana se constrói entregando algo, não tão novo assim, mas que me deixou surpreso por só ter me dado conta disso agora.

Ou talvez mais que isso…

Como aconteceu durante as outras vezes, o episódio te mostrada uma representação de cada pecado (o que pode soar preguiçoso e repetitivo, já que vimos isso separadamente). Entretanto, dessa vez, são as Maou quem assumem o lugar de Lúcifer, e têm que superar os seus respectivos pecados como forma de punição por terem ido contra Beliel.

A ideia em si, já seria valida, por apenas seguir a conceito de um roteiro básico… OK, tudo bem que nada mais é, do que uma tentativa de alongar a história para chegar no clímax dos últimos episódios, porém, isso funciona, e é justamente aqui que entra a grande “estrela” do anime.

O episódio reutiliza (ao modo ecchi, claro), alguns elementos da divina comédia. Na verdade, isso já vinha acontecendo desde o início (sabia que conhecia a palavra Cocite de algum lugar, só não sabia de onde).

Porém, só começou a ter mais foco no episódio 9, quando o barqueiro Caronte apareceu, e Lúcifer começou sua saga para atravessar o Inferno atrás de Beliel. Ou seja, o anime já tinha dado dicas de onde baseava parte da sua mitologia (não somente do cristianismo e judaísmo). Porém, assim como alguns outros detalhes, eu acabei nem me dando conta, até agora, quando realmente começaram a usar as informações.

Não estava botando tanta fé na ganância do anime.

O episódio começa com Lúcifer deixando o primeiro círculo do Inferno, no caso, o Limbo, e indo para os próximos até chegar ao nono, sendo que em cada um deles, ela encontra uma das garotas sendo punidas pelo pecado que representa.

Aqui, é onde acaba gerando uma certa dualidade sobre o que foi representando. A Luxúria sendo atingida pelos “ventos do prazer”, a Ira sendo coberta pela “Sangue de pecados”, e ganância sendo forçada a suportar o peso da sua própria cobiça, são referencias diretas ao livro.

Por mais que tenham sofrido adaptações para caberem no gênero ecchi, eles ainda mantém a ideia de punição, ou características do Inferno apresentada na história de Dante, principalmente a Ira, que acabou tendo ares mais sérios do que as outras duas citadas.

No caso da Preguiça, as coisas são um pouco diferentes, já que ela não é, de fato, tema de um dos círculos do Inferno da divina comédia. Porém, a forma como a usaram foi bem pensada, e acaba criando uma cena divertida e cômica por si só. O grande problema em tudo isso, fica por conta da Gula.

Ela é moe demais para isso…

A ideia de tortura usada nela é “interessante” (se é que dá para chamar tortura de interessante), mas a sexualização da cena foi tão grande, que me deixou incomodado.

Esse é um dos “risco” por assistir algo com classificação +18 (ecchi, punição sexual, demônios e tudo mais). Porém, tanto a personagem, quanto o tema, não proporcionam um bom modo de usar um fanservice pesado, junto de uma cena de punição.

Se tivessem apostando em um único extremo (somente a punição, ou somente o ecchi), talvez as coisas ficassem melhores, mas quando mistura os dois, fica bem estranho. No fundo, a cena não é pesada, mas está longe de ser “atraente”. Ela é apenas desconfortável de assistir (não vamos questionar fetiches aqui).

Combinaram a ideia do Lago de Lama (3º círculo, Gula) com o Rio de Sangue (7º círculo, violência) O que deixou a pobre Bub com um trabalho não tão feliz assim.

Por último, temos a chegada de Lúcifer ao nono círculo, que também entrega as referencias ao livro (como o fato de ser uma espécie de deserto gélido, e só poder ser acessado usando uma criatura alada). Essa parte também serve para criar um gancho para o próximo episódio, já que a Onee-sama acabou sendo pega antes de chegar ao final.

No meio disso, também temos a situação da Maria, que ainda não dá para saber direito o que rolou, mas é bem provavelmente que a Beliel tenha tirado o sangue de anjo dela.

Veremos se conseguem fazer algo interessante sobre isso, assim como foi com esse episódio.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra 

Eu realmente gosto dos raps dela *—*

Teorias de conspiração, conspiratórias.

Isso é pura viagem da minha cabeça, então não levem a sério, mas… Deram algumas informações sobre a Beliel, incluindo a frase a cima. Se ela não é do Inferno, só sobra a Terra, e o Céu.

Acho completamente impossível um plot twist desses, mas pelos que foi falado no último episódio, me passou levemente pela cabeça que ela poderia ser “Deus”. Dentro do universo do anime, vaidade parece ser um adjetivo condizem com a visão que eles tem dele.

Onee-sama encarnando Dante, enquanto a Levi fica brincando no parquinho.

Eu ri muito disso.

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.