Fate Apocrypha #04 – Impressões Semanais

Fate Apocrypha vem se mantendo apenas um anime mediano,  principalmente em relação ao roteiro da trama que mostra uma escrita razoável, mas nada demais ou deslumbrante, além de apresentar uma série de  inconsistências com o próprio universo da franquia.

Sendo que uma das maiores contradições com outras obras de Fate, como já apontei na review anterior, e que vem se repetindo demais para o meu gosto, é os servos praticamente entregarem facilmente a identidade um dos outros, mesmo eles tendo ciência que, na guerra do Graal, isto seja um fator que acaba submetendo o personagem a uma situação de maior vulnerabilidade.

Soma-se a isso, o fato de que depois da disputa entre os dois lados rivais, haveria praticamente um segundo round entre os sobreviventes do lado vencedor, já que pelas regras da disputa, apenas uma  dupla sai vencedora, então é a mesma coisa de você colocar  um revólver apontado para sua cabeça com uma bala  no tambor, e tirar a sorte se ela vai te matar ou não.

E o pior de tudo isso, é que até mesmo a equipe inimiga acaba entregando essa informação de maneira muito fácil para seu adversário (como na luta do Karna contra Sieg no episódio anterior), o quê não faz lógica alguma.

O que me deixa mais desapontada é que na obra original não encontramos esses problemas. Então este é um caso no qual,  de forma desnecessárias, estão mudando coisas na história que acabam tornando uma obra, que já é mediana, em algo mais mediano ainda, praticamente infantilizam a trama.

Situações como a do Aquiles que mesmo falando que chamar a  sua biga revelaria seu nome, acaba a tendo que invocando ao entrar em disputa com Quiron me deixa com a sensação que os confrontos poderiam ser melhor elaborados.

Já que na minha opinião,  uma dos elementos que tornam os duelos vibrantes é os servos e mestres não saberem exatamente com quem vão lutar.

Não acredito que ele chamou a merda dessa biga só por euforia

Além disso não me recordo se Quiron (me lembraram que ele sabia que era Aquiles por ser mestre dele) tinha revelado o nome do Rider no manga e novel para os aliados. Mas se não, então foi uma atitude meio tola já que Aquiles supostamente acaba de se apresentar praticamente para todo time negro.

Até o mestre de Siegfried, que brilhantemente no primeiro episódio se recusou a falar o nome de seu servo, neste, sem pensar e por puro desespero, caiu no erro de querer que o seu servo, de maneira forçada, revelasse seu fantasma nobre, algo que só é usado em última circunstância.

A direção do anime, para agravar ainda mais esta atitude, nem faz uma abordagem para o porquê dele agir de maneira tão arrogante e irracional ao ponto de arriscar algo tão crucial, tornando o personagem apenas um idiota autoritário.

Os servos são até interessantes, contudo,  são tratados de forma muito superficial, principalmente o desenvolvimento do saber negro, que vamos ser sinceros, é muito fraco.

Também saliento que optar por um herói desmotivado foi arriscado, já que sem um bom trabalho no personagem, ele acaba gerando simpatia nenhuma  no público, e o sacrifício, desse modo, também não convence, parecendo mais  uma maneira  dele escapar do fardo e deixar o problema para outro.

Ele estava é querendo passar as responsabilidades dele para outro paspalho

E se a cena fosse construída com  alguns flashback mais detalhados do passado do guerreiro, talvez sua ação tivesse uma melhor aceitação, mas infelizmente, nem isso fizeram direito.

Consequentemente, o arranjo feito para tal ato de altruísmo é ruim, sendo mais um mecanismo para dar utilidade ao protagonista masculino, e uni-lo a heroína Joana D’arc.

Para piorar, estão cortando bastante material da light novel e do Mangá, para focarem mais na ação. O que é de certo modo ruim, já que informações importantes, e que ajudariam compreender melhor o elenco, e a própria trama, são deixados para traz.

Se reclamei que a maioria dos Fate, incluindo o inicio deste, às vezes parece um tutorial, e os diálogos são muito densos,  aqui, reclamo exatamente do contrário, pois podaram coisas demais.

E a ação também não é das melhores, já que a maioria dos confrontos estão se solucionando rápido demais, ao ponto de ser até anticlimático, e incluo aqui a derrota do berserker, que tem seu mérito por quebrar a expectativa do publico, e mostra que nem sempre um herói morre de maneira louvável e fazendo alguma diferença. Contudo, tem impacto quase nenhum com  forma que foi estruturada.

Por fim, o anime tinha até que uma história legal de ser adaptada, mesmo sendo mediana, mas com a direção e roteiro atual, como um colega me disse, estão conseguindo transformar um battle royale em um battle shounem.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Sirlene Moraes

Apenas uma amante da cultura japonesa e apreciadora de uma boa xícara de café e livros.