Made in Abyss #06 – Impressões Semanais
Comecei a me acostumar bem ao ritmo de Made In Abyss. A partir desse episódio refleti se é realmente lento usar um episódio para adaptar dois capítulos do mangá, ou se eu estava apenas acostumada a adaptações mais vergonhosas.
Esse é o tipo de obra que requer paciência ao mostrar seus detalhes e, querendo ou não, sem um ritmo que fosse em encontro ao original, o resultado poderia ser catastrófico.
A partir do aparecimento da Ozen, as coisas ficam de fato mais sombrias, porém isso é completamente cortado pela presença do Maruruk. Pois é, literalmente uma armadilha sobre o sexo do personagem.
Isso realmente passaria de forma despercebida para mim se não fosse pelo diálogo mais indireto do Reg. O detalhe positivo é que não parece ser um fato tão importante e necessário, apenas uma nota inserida ali.
De volta para a personagem com mais destaque, a Ozen, ela acaba transmitindo uma personalidade bastante peculiar. Parece que está jogando as cartas em cima da Riko e o do Reg estando inicialmente mantendo distância.
Claramente sua característica principal é parecer onipotente, porém de forma mais solitária. Suas expressões estão em constante mudança assustadora, sempre colocando medo e contrapondo os ideais da Riko. Ela tem um quê de vilã, porém sempre colocado em dúvida, principalmente depois do flashback da Liza.
O que ainda bate contra todos os diálogos traçados de forma agressiva por ela é a explicação que ainda não foi dada sobre porque diabos ela carregou a Riko. Esse é o ponto inexplicável para as suas atitudes, mas que ainda não a tira de uma posição de suposta vilã inicial.
As partes mais explicativas e cotidianas acabam sendo muito destacadas pelo Reg, ele realmente cumpre o papel de ser o observador sempre exaltando algumas dúvidas em seus pensamentos. E mais uma vez é destacado o fato dele parecer extremamente humano para algum tipo de robô.
Outro detalhe que me chamou atenção é a própria história do Maruruk como um apito azul bem novo. Isso acaba destacando que na superfície temos uma sociedade mirando no abismo, mas dentro dele não necessariamente teremos pessoas mirando de volta para a superfície.
Elas estão inseridas ali de uma forma natural, como se aquele fosse seu país e um lugar que mesmo sem retorno os prendem por motivos além do misterioso.
As cenas mais impactantes vão se voltando para o final do episódio. A cena da criatura que a Riko encontra no acampamento tem um detalhe importante a ser observado. Como ela mesma disse, o monstro não parece ser do abismo. Podemos confiar nela por já ter demonstrado conhecimento o suficiente sobre ele.
Porém em uma leve comparação de design com os que já apareceram, ele realmente não parece estar inserido naquele meio. Pode ser uma teoria minha e viagem na maionese? Pode, mas ainda acho válida a comparação.
Lembrando que o abismo é extremamente vasto e muitas coisas não foram observadas ainda, mas já vimos um padrão bem menos robusto que o da criatura mostrada.
Depois da cena vergonhosa da Riko, sempre exaltando o lado infantil da obra foi recebido o baque. A Liza está supostamente morta.
Quem sou eu para duvidar de uma moça de 2 metros de altura completamente assustadora destruindo os sonhos de uma criança? Mas a questão é que, se for verdade, os argumentos da Ozen são muito sólidos.
Ela justifica todos os porquês da Liza estar morta de uma forma quase que incontestável, só que, parando para pensar, a história meio que acabaria nesse exato ponto e o alvo da obra iria se perder por completo.
O fechamento do episódio é objetivo; algumas verdades serão reveladas e ponto. Terminando com um cubo completamente sem sentido que será inserido posteriormente.
Até aí tudo bem. Ritmo mais tranquilo e uma riqueza de detalhes inegável, mas também tenho que reclamar um pouco. Diversos clímax se perdem nos finais dos episódios, levando os próximos a sempre começarem com um recap de mais de 1 minuto na média. Isso me incomoda demais por sempre achar que estão perdendo tempo.
Os elogios ficam a divisão dos episódios que, mesmo não estando tão lineares ao mangá, acabam alocando tudo muito bem. Todos os detalhes daquele ambiente estão sendo trabalhados para exaltar toda a cenografia.
Volto a destacar toda a paleta de cores que nessa camada não sai dos tons terrosos e verdes mais escuros. Nesse caso, os pontos de cores estão sempre nos personagens mais novos.
E o ponto que tinha reclamado antes, o mal-uso da OST, acabou sendo melhor percebido por mim. Tenho que concordar que todos os momentos em que a música era inserida no episódio, eu concordava que ela deveria estar lá.
No mais, foi um episódio completo. Finalmente no meio da temporada posso dizer que Made in Abyss não é tão lento, é gradual seguindo uma sequência em função do abismo. E ele tem muita coisa a ser mostrada, e se isso tudo sair num ritmo desenfreado não seria algo que faria jus ao mangá.
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E você, que nota daria ao episódio?
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Extras
Curiosidade do dia!
No mangá não fica tão claro quanto no anime se a Maruruk é menino ou menina, claro que dá para deduzir, mas no anime é muito mais fácil por conta de uma simples frase. O Reg questiona “Você é uma menina? ”. Essa frase não aparece no mangá, apenas foi inserida diretamente no anime. Contextualizando, ao traduzir o material original a sutileza japonesa sobre o assunto não foi totalmente interpretada.
Já sobre o ritmo do anime e as especulações sobre em qual camada ele chegaria. Acho que já deu para perceber que na quinta camada a galera só chegaria na base do milagre. Contudo, algo que passou muito despercebido até um usuário do Reddit matar, foram as informações tanto do design liberado dos personagens, quanto sobre o cast de dubladores. Quem tiver curiosidade vai achar exatamente até qual dublador e personagem foi confirmado.
Outra chave é opening, ela tem muitas dicas já sacadas por quem leu o mangá, mas podem ser interpretadas de formas diferentes. Só que expandir isso aqui já seria spoiler.