Made in Abyss #08 – Impressões Semanais

Dificilmente determinada obra consegue seguir fielmente seu original transmitindo aquele exato sentimento. Com o final do arco da Ozen, senti que Made in Abyss consegue não ser apenas fiel, mas também transmite algo muito além disso.

Não é somente lindo de ver todos os aspectos adaptados de forma minuciosa, como também é possível ver o cuidado que a direção mantém em seguir o original e ainda se dar o trabalho de modificar algumas coisinhas pequenas que fazem toda diferença na hora da animação.

O foco do episódio era o tal treinamento, e mesmo que de forma até estendida não saiu da faixa dos 10 minutos de tela. Digo que, como principal objetivo, ali estava tanto uma amostra mais profunda da ambientação da segunda camada, quanto a própria solução para o Reg e a Riko entenderem suas limitações.

Além de trazer uns cenários bem bonitos

Dentre todas as observações vistas nos 10 dias de treinamento, as que ficam realmente claras são os pontos fortes e fracos do Reg e da Riko, sendo que um acaba sendo um bom complemento do outro e as coisas acabam por fluir bem.

O segredo aí está desde o início sendo mostrado pela compatibilidade deles dois, sem nenhum aspecto forçado ou extremamente apressado.

Porém, a chave do episódio, de longe, não é a superação deles no tal treinamento, mas sim aquele detalhezinho que muita gente acertou e agradeço muito por isso. A divisão caprichosa do flashback da Lyza conseguiu dar tanto um eixo mais dramático quanto um sentimental para o final daquele arco.

Já estava contando a decepção do rosto da Lyza não ter aparecido, porém foi a partir dessa brechinha de desapontamento que a surpresa conseguiu aparecer de uma forma ainda melhor.

O final da segunda camada já tinha todo um tom de tristeza na despedida, principalmente por conta do Maruruk, e, somado a isso, o fechamento acaba concordando com todas as pontas soltas.

De uma forma completa, dá a entender toda a afeição que a Ozen tem pela Lyza, e em contrapartida o afeto que a Lyza tem pela própria filha.

Mas essa cena foi tão lindinha

Contudo, mesmo dentro desse desfecho emocionante, há outros detalhes que merecem ser discutidos também.

Primeiramente, na cena do Reg colocando seu capacete, fica claro que aparece um outro padrão de desenho e, além disso, ele aparenta não ter feito nenhum esforço após isso. Basicamente, minha interpretação chega à conclusão de se parecer bastante com algum tipo de bateria, mas como foi uma cena extremamente rápida e que acabou por aí, só serviu para exaltar a curiosidade.

Mesmo que a curiosidade principal de Made ainda seja o fundo do abismo, depois de tanta participação e comportamentos curiosos, o Reg ainda consegue chamar minha atenção tanto quanto todo o resto.

Claramente alguém ficou animadinho

A passagem temporal no abismo também parece ser algo notável para a explicação de muitas coisas futuras em outras camadas, ainda mais se um dia soubermos se a Lyza está realmente viva ou não.

Além da conversa da Ozen ser extremamente instrutiva, fica claro a referência gigantesca a quinta camada. É um diálogo que obviamente também se encontra no original, mas que deve ser levado em consideração nesse caso para alguma futura possível adaptação.

Outro detalhe é que, no flashback anterior dos apitos brancos, foram mostrados apenas 4 com a Lyza, mas agora finalmente um quinto foi apresentado. Não que ele seja tão relevante quanto o Bondrewd, ao qual é bastante refutado pela Ozen, mas já atualiza o número total de apitos brancos existentes.

Se a Ozen alertou é porque esse ai não é flor que se cheire mesmo

Voltando para a Lyza, a curiosidade atiça de novo a partir do bilhete destinado a Riko. O problema mais uma vez em questionar o que diabos está no fim do abismo é que o universo de Made in Abyss é tão grande que dá realmente para formular milhares e milhares de teorias.

Querendo ou não, antes do clímax do episódio, diversas informações foram jogadas para a dupla. O que me incomoda nessa cena é que os telespectadores são deixados um tanto de lado, mais uma vez sendo jogados para a zona do “sofra de curiosidade”.

A parte boa é que se tais informações aparecem diretamente mais tarde, o autor já conseguirá lidar com elas de uma forma menos complicada, já que os protagonistas sabem de tudo. Só resta apenas nós ficarmos entrosados.

Sem mais delongas, o final do episódio é o que merece o destaque. Como citei, o flashback foi dividido em três partes, deixando para o final a cena que não conseguiria pensar em melhor adaptação.

40 gifs dessa cena por favor!

O conjunto do diálogo, cenário e OST no fundo colocaram a Lyza  em um pedestal, trazendo sem dúvida a melhor cena da obra até agora. Visto que todo o foco dela começou a se idealizar na Lyza, ela acaba aparecendo justamente num contexto muito dramático de despedida.

Foi o tipo de estopim que admito ter combinado muito mais com final do arco somado a todo o clima exacerbado de adeus.

O Maruruk chorando foi de doer

Volto a refutar que o ritmo de Made in Abyss consegue se adequar muito bem ao tipo de história que a obra quer contar. Foi todo o caminho lento até o 8º episódio que provavelmente fez com que o final dele gerasse algum tipo de comoção maior, justamente pelo tempo que estamos acompanhando o anime.

E, além disso, estamos lidando com uma direção que mesmo não sabendo controlar 100% seus clímax, acabou acertando em cheio no melhor deles.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extras

“Gentil? Onde?”

Pausa para esse bichinho

Esse animalzinho que deu tanto trabalho se chama Ottobasu. Ele pode parecer forte, mas é incapaz de competir com outros predadores, por isso se dirigiu a parte mais remota da segunda camada. Ainda assim ele é capaz de engolir um ser humano inteiro, colocando seu nível de perigo em 3 estrelas. Sua carne não é a mais adequada para consumo por possuir bastante gordura, mas conseguiria alimentar quase 200 pessoas se bem preparada.

Pacote de gifs da Lyza

Pq essa cena mereceu!

E que venha a terceira camada!

Victoria Caroline

Engenharia, literatura brasileira, fotografia, vídeos de receitas, música boa e cultura japonesa. Não necessariamente nessa ordem. Às vezes acorda meio de humanas (quando consegue acordar).