Made in Abyss #10 – Impressões Semanais

Há quem diga que o Reg é barulhento, porém comparado a esse episódio fica difícil superar o tamanho do barulho; mas e agora, como começar exatamente a resenhar esse bendito? Até agora vimos um extremismo mínimo vindo das outras camadas do Abyss.  Mal pisamos na quarta e já temos todo o acumulo esperado em uma temporada inteira.

O problema da lentidão é estar tão acostumado a um ritmo relativamente mais tranquilo e dar de cara com a promessa que Made in Abyss tinha feito: Vai ter cena forte sim.

A quarta camada tem um ambiente bastante esquisito, inicialmente eu questionei como seria difícil em condições normais alguém se locomover por ali. A parte que mais me surpreendeu acabou sendo o que aparentava ser uma vitória-régia gigante, na verdade se tratar de várias lagoas quentes, tornando o local bastante úmido.

Trolladissima por esse lago

Querendo ou não toda aquela nebulosidade não era uma proteção tão efetiva quando as copas das árvores da segunda camada. Só serviu mesmo para atrapalhar tudo.

Saltamos de níveis completamente diferentes. Fomos de uma segunda camada mais amigável, para uma terceira camada sem graça, caindo fundo em uma quarta bem sinistra.

Começando pelos sintomas e todas as descrições no episódio que já começam a transmitir exatamente aquele medo deles dois terem que ascender ao abismo por conta de alguma coisa.

Até aí o enredo já se entrega, mas não aparenta encaixar tantos acontecimentos ruins no meio. Podemos admitir que o Reg e a Riko não são dotados de sorte em se tratando de encontrar criaturas por aí.

A parte que me irrita e ao mesmo tempo me deixa a questionar na cena do Orbe Perfurante são as ações do Reg. Gosto de entrar num consenso com a obra quando ela evita colocar o Reg como overpower, isso delimita as fraquezas dele tanto sobre sua personalidade mais humana, quanto a de ser uma criança.

Por outro lado, a indecisão dele gera muita aflição. Ele ainda não conseguiu demonstrar aquele crescimento na obra no aspecto de batalha e não é a primeira vez que isso acontece. Ele sempre está se submetendo a pensar demais ou, a justamente fazer o contrário e não pensar.

84 anos depois e o Reg ainda está fazendo a lista de opções dele

Toda a parte de conhecimento e liderança se baseia na Riko. Até agora ela foi a personagem que mais conseguiu se desenvolver, até tomando algumas decisões bem mais sérias que o esperado.

Em resumo, não houve combate e depois de horas pensando o Reg fez ao menos a escolha mais sensata para aquela situação, até mesmo acidentalmente.

A melhor cena da obra até agora, é como eu definiria todo o desespero do Reg com a maldição sobre a Riko. Não pelo quesito técnico, mas sim pela transmissão da situação. O episódio inteiro foi trabalhado para chegar até aquele desespero, baseado na própria realidade do Reg não saber como agir.

Ai nessa hora eu já não sabia mais o que sentir

O sacrifício da Riko não chegou a ser efetuado, mas colocou a ideia em que determinado momento outros sacrifícios deverão ser feitos, e ela já demonstrou capacidade e conhecimento para lidar com isso.

Temos o Reg sendo ainda mais que humano ali. Você sofre com ele e sente a angustia direta de não fazer a mínima ideia de como resolver aquilo.

A parte real da cena não é finalmente ver o gore não tão censurado de uma cena de sangue. É acabar imergindo nela, porque ela conseguiu transmitir o exato sentimento de desespero em estar prestes de perder alguém.

A galera não queria sangue? Toma sangue!!

Sim, o drama tende a aumentar com o fato de estarmos esperando ansiosamente por isso desde os comentários sobre o estilo da obra, mas no geral o contexto pega de surpresa.

Querendo ou não, se o Reg não subisse não teríamos o tão esperado clímax, muito menos a ideia brilhante do veneno sair graças a própria maldição, e claro, a estrela do episódio.

A Nanachi já estava escondidinha na abertura faz tempo e claro, o encerramento conta explicitamente com ela. A criatividade foi longe quanto a seu design e a escolha da dubladora sem dúvida me agradou quanto ao resultado final. Ela é fofa e exalta isso, já que sua personalidade conta de cara com uma sinceridade absurda.

Rainha se apresentando

Envolta de mistérios, ela abre portas para novos pontos na história. Primeiro, que história é essa de ter lugares onde a maldição não está presente? E seria essa finalmente uma brecha para amenizar essa viagem até o final.

E claro, com a cena mais efetiva sobre uma maldição, combinou perfeitamente encaixar algo relacionado a elas.

Outro ponto foi a nova raça do Irreais e todo o mistério sobre o esconderijo dela. Ok, já dá para levantar hipótese graças a maldição da sexta camada, mas deixarei em aberto para acreditar que não seria tão óbvio assim.

Tivemos novas ambientações, novos personagens e uma mudança incrível de clima com a aproximação do final da temporada. Diria que Made in Abyss conseguiu atingir seu auge até agora. E além disso, conseguiu fazer isso de forma balanceada.

Creio que depois de longas histórias e lentos desenvolvimentos, consigo novamente entender o cuidado que obra teve até chegar a esse ponto e porque foi mantido todo esse cuidado. Ao se contar uma boa história às vezes se precisa detalhes e um pouco mais de paciência. E se essa não for a receita de Made, eu não saberia por qual outro caminho o anime estaria andando.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extras

De longe a ilustração mais bonita da abertura

Da série: Gifs do Reg chorando

Porque ele mereceu

Provavelmente o Orbe Perfurante é uma criatura tão péssima que nem o autor quis falar dele, então sem informações sobre monstrinhos hoje. Contudo, acho que é válido levantar, já que a Nanachi finalmente apareceu, algo sobre a música de encerramento. No anime é possível perceber que há três vozes na música, esses são o Reg, a Riko e a Nanachi, porém na trilha sonora original também existe a música cantada somente por cada um em solo, tendo uma versão do encerramento para cada protagonista.

“Eu sei que vocês só estavam esperando por mim”

Victoria Caroline

Engenharia, literatura brasileira, fotografia, vídeos de receitas, música boa e cultura japonesa. Não necessariamente nessa ordem. Às vezes acorda meio de humanas (quando consegue acordar).