Kujira no Kora wa Sajou ni Utau #04 – Impressões Semanais
Após um terceiro episódio com muita movimentação, Kujira traz algo um pouco mais lento essa semana, focando em algumas explicações, e em como os habitantes da Baleia iram se comportar a respeito do perigo que correm por estarem sendo perseguidos.
Porém, mesmo com esse ritmo mais calmo, o anime consegue entregar algumas boas explicações, e ingressar mistérios e intrigas bem interessantes, que garante uma certa dose de empolgação para o que vai acontecer na semana que vem.
O episódio começa, de cara, jogando a decisão do Conselho sobre o futuro do população que se abriga na ilha. A escolha deles acaba envolvendo aquela velha questão puritana, que grande parte de culturas fechadas têm, onde, em nome de preservar a dignidade dos membros, o suicídio em massa se torna a opção mais “óbvia” a ser seguida, mesmo que não seja um consenso geral.
Em conjunto com essa ideia questionável, o Conselho entrega um pouco das explicações de como chegaram aquela situação, e uma breve nuance dos motivos disso também.
Sinceramente, não esperava que fossem fazer essa revelação tão cedo, e de forma tão direita, o que de maneira alguma é um problema. Essas explicações, por sinal, ajudaram a afastar um pouco da minha visão do anime ser uma “copia”, do já citado, Shin Sekai Yori.
Enquanto que em Shin Sekai, os sentimentos eram usado como uma forma de controlar e reformar a sociedade, em Kujira isso parece um pouco mais simples. Pelo que entendi, seria uma questão de escolha de vida, ao invés de uma tentativa de controle de massas, ou coisa do gênero.
Aqueles que eram contra o novo sistema do continente, ou cometeram algum tipo de ação especifica, foram enviados para fora, o que acabou gerando múltiplas ilhas, onde pequenas sociedades se formaram e passaram a ter suas próprias noções de mundo, a partir dali, desenvolvendo uma cultura própria.
A razão de controlarem os sentimentos, ou os motivos de morrerem cedo, ficam apenas como suposições por enquanto, mas o fato de terem explicado que aquilo foi um exílio pelos pecados cometidos, já da uma direção sobre o que aconteceu no passado.
Após as decisões do Conselho, e a tentativa falha do Suou de impedir isso. Temos um pouco de foco no estado emocional do Chakuro, depois da perda da Sami.
As cenas começam de uma forma meio cômica, apresentando um pouco mais da nova personagem, membro da Força de Autodefesa.
Eu, particularmente, gostei bastante dela, e da forma descontraída que interagiu com o Chakuro. Talvez seja um pouco estranho uma pessoa tão feliz assim, logo após um massacre em massa, mas pode ser que tenha a ver com a questão de terem que controlar os sentimentos e tudo mais, ou seja a forma dela de reagir a tudo (por mais que não parece ser assim).
De qualquer jeito, o que realmente torna essa cena interessante, é o que vem depois, quando o Chakuro encontra a garotinha chamada Neri.
A sequencia de cenas que vão sendo apresentadas durante esse encontro foram, de longe, o que mais me impressionou no episódio. Começando pelo reencontro com a Sami, e a confissão de ambos sobre o que sentiam um pelo outro, até a forma como simbolizaram alguns eventos da história.
O mais interessante nessa parte, é observar que, enquanto o Chakuro expunha seus sentimentos, o chão ia ganhando vida, com pequenas plantas crescendo a medida em que ele ia falando.
Isso pode ter sido apenas um simbolismo sobre as emoções dele, e da forma como expressou elas, mas também pode, indiretamente, sugerir que o mundo se tornou aquele mar de areia por conta dessa ausência de “sinceridade”, ou que eles teriam a capacidade de fazer algo florescer ali, dependendo de como usarem seus poderes.
As cenas acabam sendo um pouco subjetivas, mostrando coisas do futuro e algumas profecias, como o Ouni coberto de sangue , remetendo aquela questão do episódio passado, e o Suou sendo preso em uma gaiola, como se indicasse a condição que ele estaria, já que o Conselho “trancou” suas opções e, por ter que assumir a culpa por aquela decisão, acaba sendo “queimado”, graças ao fato de ser o atual Chefe, e representante das escolhas.
Já para a parte final do episódio, temos o início da execução do plano para evitar que a ilha seja afundada com todos juntos. Acho que o que mais me chamou atenção aqui, em um primeiro momento, foi a naturalidade que todos se voltaram contra o Conselho. O próprio Suou se rebelou rápido, e os demais também acompanharam o movimento sem grandes questionamentos.
Como comentado mais acima, acredito que isso tenha sido efeito da forma como o anime introduziu a sua proposta inicial, da maneira como as coisas funcionavam na Baleia.
Se pensar pelo lado de que a existência das ilhas são mais para preservar/continuar uma cultura, ou hábitos, comportamentos assim, mais liberais, passam a ser um pouco relevantes.
Eles, provavelmente, não era inibidos de formularem suas próprias crenças (pelo menos, não completamente), e os sentimentos eram mais controlados para evitar o abuso dos poderes, e transformar a sociedade em uma caos. Sendo assim, pelo menos para mim, essa abandono de confiança no Conselho, não se torna tão agressivo.
Entregando um episódio mais focado em desenvolver as relações dos habitantes da Baleia, e em como ficaram após o massacre, Kujira consegue apresentar outro bom episódio, equilibrando bem algumas explicações, sem deixar de criar pontos de interesses para o que pode surgir no futuro.
O final, com o encontro de uma nova criatura, já deve ser motivos suficiente para esperar pelo próximo episódio.
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E você, que nota daria aos episódios?
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