Mahoutsukai no Yome #08 – Impressões Semanais
Está aí um episódio tão repleto de cenas bonitas, que fica até difícil comentar. A cada acontecimento rodeado de uma boa ambientação, bons diálogos e bons desfechos, Mahoutskai molda cada vez mais um universo cheio de sentimentos, sejam eles bons ou ruins.
Dessa vez a fraqueza da Chise não apareceu. Ela se mostrou dura na queda e um tanto poderosa quando irritada. Contudo, algo que aprecio muito na obra é a calma que ela possui em transmitir o lado overpower dela. Se ainda não há uma real necessidade de isso ser mostrado, o enredo acaba o segurando o máximo que pode.
Chegou bem perto, e contemplamos o que uma raiva pode fazer. Mas Elias se mostra cuidadoso o bastante para conseguir impedi-la. De certa forma foi muito coerente, já que ela estava ferida e já tinha sido muito milagroso ter conseguido acordar.
Quanto a agressividade de Elias, ninguém disse que o anime seria pacífico. Ainda mais depois desse episódio, vimos o quão pesado ele pode ser. Isso porque as cenas com sangue não foram o suficiente, colocaram ainda um cadáver para fechar.
Infelizmente, é nessa parte que Ruth e Isabelle entram. A história deles é triste, porém senti falta de ver seu inicio completo. A lealdade e amor dele são mostrados tanto como em forma animal, quanto em forma humana, e sabendo desses dois lados é possível se compadecer e entender de forma geral como a rápida relação dele com a Chise aconteceu.
A semelhança física pode não ter sido tão importante, mas deu um ponta pé inicial. Não o bastante, a Chise precisava de um familiar e Ruth estava preso num passado doloroso. E não é querendo agradecer ao Cartaphilus, mas foi a situação causada por ele que provocou isso.
Todas as pontas começaram a se conectar naturalmente. E a Chise parece já estar confortável ao visualizar as histórias passadas das pessoas com quem ela encontra. Ela se afeiçoa rapidamente por alguém graças a isso, e principalmente por conseguir entender de fato a dor que elas sentem.
Foi assim que a relação deles toma um eixo rápido, porém com profundidade o bastante para justificar seu final. E claro, além de findar com uma cena lindíssima. Mais uma vez a ambientação mudou bastante e boa parte das cenas mais pesadas do episódio estavam com brilho baixíssimo.
Em relação as cenas que chamavam mais atenção, o primor técnico soube destacar tanto as cenas mais coloridas, quanto as mais impactantes. Contudo, de formas opostas. A cena do pacto pode ter uma forte conotação a uma cena amorosa graças aos tons rosados, mas pelo contrário, foram eles que diferenciaram a cena das outras. Além de realçarem as cores dos personagens de uma forma bem diferente.
Quando olhamos para a Chise presenciamos o verde e o vermelho, e Ruth tem uma composição exclusivamente de preto. Ao mudar a matriz para um tom quente a composição deles na cena fica mais impactante. Assim temos cenas mais escuras, mais claras e com coloração sobreposta, cada uma representando um momento diferente.
A exemplo disso também temos a cena em azul do Fogo Azul trazendo Ruth para sua forma de cachorro.
Já passando para as cenas mais creepy as resoluções delas foram muito mais rápidas. Primeiro uma sendo cortada com a presença do fogo azul (ou fofo azul?) e imediatamente sendo alocada num clima mais descontraído.
Mas claro que Cartaphilus não desistiria tão fácil e o episódio terminaria com a aceitação de Ruth sobre a morte de Isabelle. Precisávamos de algo tão impactante quanto o ocorrido. Tínhamos que ter um fim para o arco que fosse tão digno quanto o resto do episódio.
Assim, conhecemos um personagem tão repugnante, mas que sua situação dá um ar de pena bastante pesado. E não é querendo justificar seus atos, mas sua condição o tornou um louco sem objetivos reais.
Ele se perde em suas ações por não saber mais o que deseja, por não saber mais o que é, ou porque está fazendo aquilo. Ele apenas tem um desespero de findar tudo, mas ao não conseguir, segue sendo guiado pela sua curiosidade.
Ainda não sabemos se Elias está em uma condição de imortalidade parecida, mas ele é um reflexo claro de como lidar com a passagem do tempo de uma forma mais branda. Ainda que às vezes jogado com o um vilão, e com um passado sombrio.
No final, Ruth não é só um cachorro, muito menos humano, mas vaga entre as duas formas. Ser um Black Dog fisicamente é semelhante a crença dos Anglo-saxônicos ao associarem os cachorros pretos a coisas ruins. E também ao mito do Deus Anúbis, no Egito, que guiava os mortos até o submundo. Anúbis não possui uma cabeça literalmente de cachorro, mas uma feição parecida.
Além disso, há o famoso cão Cérbero da mitologia grega que guarda os portões do inferno, mas há uma variação em ter três cabeças. Dessa forma, mais uma vez Mahoutsukai relaciona mitologia na criação de seus personagens.
Contudo, a carência e o rápido apego de Ruth, o caracteriza muito fortemente com o sentimento de um cachorrinho, isso não dá para negar. Não o bastante, agora ele se vê “livre” e com um novo objetivo de vida.
Claro que a palavra livre está entre aspas, por conta do peso que um pacto tem e de como isso pode afetar ambos os lados dessa escolha. Esse foi mais um aprendizado de Chise e uma importante decisão tomada por ela.
Portanto, tendo seu quase primeiro descontrole com a magia e fazendo mais uma escolha, vemos não apenas seu crescimento intrínseco, mas também social. Aos poucos ela está construindo uma família, fazendo amigos. E quem sabe derretendo o coração de uma certa pessoa. Vai dizer que não estava óbvio o quão juntos Elias e Chise não ficaram nesse episódio?
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E você, que nota daria ao episódio?
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