Citrus – Impressões Finais
Sinceramente, quando eu bato olho na nota “6.98” de Citrus no My Anime List, insisto em discordar achando alta demais. E quando a obra finalmente acabou, respirei de alívio por não ter que revirar os olhos mais uma semana.
É simples, a obra nunca chegou perto em acertar. Ela errou em quase tudo, se não 90% de toda sua temporada. Mas afinal, porque o mangá continua no auge? Esse é um questionamento de quebrar a cabeça, já que o anime é até fiel.
No fim, percebi que a forma autoral de contar a mesma história no mangá traz um sentimento completamente diferente da direção do anime, além do traço ajudar muito. Simplesmente um erro de direção e animação. A história sequer é revolucionária e conseguiu, em sua adaptação, tornar o gênero yuri ainda pior.
A partir do arco da Matsuri as coisas começaram a ficar cada vez mais insuportáveis. A Yuzu cedia demais e virou mais uma personagem tola, a Mei começou a expressar as coisas de uma forma contraditória e a Matsuri apenas jogou com todas as peças do tabuleiro.
Todas as personalidades estabelecidas inicialmente às protagonistas foram jogadas para o ar, ressaltando a cada uma, sua pior característica. E do nada, o arco termina como se nada tivesse acontecido.
Sem consequências para a Matsuri, apenas ela caindo na realidade. Nada de críticas sobre a Mei ter topado o esquema ridículo do celular, nada. Absolutamente nada. Tudo voltou a paz, em uma breve cena “romântica” de natal.
Ok, o primeiro beijo sincero delas foi de certa forma tocante, a diferença foi óbvia. Porém, a confissão da Mei na noite de natal, foi tudo, menos sincera. Se a Yuzu não tivesse concluído que ela tinha revelado seus sentimentos, eu não teria entendido aquilo como uma real demonstração deles.
Não foi fofo, foi forçado. E fico aliviada da Yuzu não ter levado a frente e ter cortado aquele “clímax”. Parecia mais uma das cenas de assédio e submissão que uma criou com a outra. Querendo “avançar o sinal”, sem romance inicial, sem uma demonstração de carinho real, apenas por causa e consequência, ou obrigação de agradecer a Yuzu.
Tive que começar a comparar mentalmente essa obra com as outras enrolações de shoujo, e nunca ficou tão claro a diferença que os gêneros têm em lidar com os romances. Não tem como fugir, Citrus seguiu a perfeita fórmula do yuri romantizar o aspecto carnal.
E a direção não consegue tornar isso impactante de se ver, apenas uma fórmula que tornou a relação das duas sem graça e repetitiva.
Assim, passamos para o arco final que foi o cúmulo do absurdo. Mais uma vez, do nada aparece uma garota com uma irmã gêmea sem propósito na história. O objetivo era fazer a Yuzu se declarar e a Mei cair na real, usando uma garota desconhecida.
Sara aparece tendo uma personalidade liberal que particularmente gostei, mas em menos de dois dias ela se apaixona, se declara e começa a namorar com a Mei. Enquanto a Yuzu está nos torturando há meses com essa enrolação.
Pronto, a Mei pela primeira vez na vida usa o orgulho que tem e decide ser a teimosa do enredo. Começando todo o sentimentalismo e drama barato em ela querer ser requisitada por alguém.
Toda a compostura de personagem misteriosa e responsável mudou para uma personagem carente e infantil, da pior forma possível.
Piorando, a Yuzu tenta centenas, milhares de vezes se declarar para ela devido a confusão que a Sara causou incentivando a demonstração de sentimentos. Chega uma hora em que não se sabe mais o que está acontecendo e porquê está acontecendo.
O enredo se embaralha em nós sem propósito e lógica, só para no final de tudo ela ter coragem de se declarar e forçar um final feliz. Quando na verdade, só de ter finalmente acabado já foi feliz o suficiente.
A única coisa boa nisso tudo, é que mesmo com diversas decepções, senti que o anime foi feito para dar algo aos fãs do mangá. Tanto que o final com o logo da obra justificou muito bem o público para que o anime foi feito.
Contudo, aposto que os próprios fãs prefeririam apenas continuar sua calma leitura, com um bom desenho e expressões mais tocantes. Enquanto que o anime foi quase uma tortura para se terminar.
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E você, que nota daria aos episódios?
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