Darling in the Franxx #15 – Impressões Semanais

 

O texto abaixo é uma análise do redator Marcelo, enquanto o vídeo acima é do Marco. É recomendado ler/ver os dois, já que as opiniões não são idênticas.

Existe um ditado popular que diz: cão que ladra demais não morde.

Quando se trata de criar tensão sobre o perigo das missões, Darling parece cair justamente nesse quesito. Adora falar, mas quando chega a hora de botar em prática tudo que vinha prometendo, se perde completamente e finge que não estava pagando de “fortinho” há minutos atrás.

Do jeito que é, capaz de acontecer um armagedom e todo mundo sair vivo.

Antes de mais nada, os eventos da missão não têm qualquer relação com o clímax romântico do episódio. Deveria, mas a gente já está no décimo quinto episódio, e eu já aceitei bem que o roteiro do anime vai misturar as coisas, e ignorar muitas outras, apenas para render cenas emocionantes, ou seja, reclamar disso seria ilógico e puro rage.

O meu grande problema como esse episódio, é que ele age como um político brasileiro. Promete, promete mais um pouco, finge que vai cumprir algo enquanto promete mais, e no final, não faz nada. Eu já não tinha qualquer expectativa que fossem ter mortes, mas esse episódio conseguiu me incomodar mesmo assim, pelo simples fato de esfregar na minha cara que eu deveria comprar perigo ali.

Tem um maldito close dramático na Nana enchendo a boca para explicar a tão perigosa missão, e um bando de reações exageradas ao que está acontecendo ali, para não fazerem isso funcionar, e ninguém passar sufoco de verdade, chegando ao ponto de um figurante ser salvo da boca de um Urrossauro, só para cometer suicídio minutos depois.

Era uma operação envolvendo vários latifúndios, mas a sensação de vazio que a batalha tem é tão grande, que nem parece diferente de uma missão solo, em especial, por eles resolverem tudo sem esforço, matando os minions até o monstro principal aparecer, para então a Strelizia resolver os problemas.

No episódio seis até deu para passar, porque ainda tinha uma certa construção em cima do trabalho de equipe do esquadrão, mas aqui, isso já não faz mais diferença, e a maneira como realmente fizeram parecer grande, com vários Urrossauros atacando, só deixa essa sensação ainda mais fraca, porque, mesmo em condição de risco, ninguém sofre nada.

Era só mastigar… Só isso… Mas o Urrossauro falhou…

Mas ok, calma, respira, e vamos pensar no episódio do ponto de vista “certo”.

Como eu disse mais acima, o fato de não ter gostado de como executaram a missão, não significa que tenha achado ruim o clímax romântico que teve, porque ele funciona bem, e cumpre tudo aquilo que foi proposto na semana passada, entregando a tão esperada cena dos dois se reconciliando.

A Zero Two pilotando no modo automático e agindo por impulso, o Hiro roubando o robô de treinamento em meio a crise para ir até ela, assim como os seus monólogos/declarações são coisas que funcionam e te deixam empolgado enquanto assiste, torcendo para que eles se encontrem logo e voltem ao que era antes.

A jogada de mostrar como foi o processo de apagar as memórias da Zero Two foi muito bem usada, porque força você a relembrar todo aquele sofrimento que ela passou quando mais nova, o que por consequência faz com que a empatia aumente e você passe a querer ver ainda mais o sorriso da waifu.

Usar a conexão com o Hiro para dar o fora na Ichigo foi outra coisa que também achei legal, já que foge daquela vergonha alheia de ser dispensada do modo tradicional, ou forçando um drama em cima da personagem, por mais que tenha seus problemas aqui.

Além disso, expuseram bem os sentimentos do Hiro, o que cria ainda mais o shipp, e fizeram a Ichigo aceitar a situação de um jeito adequado (talvez um pouco fácil demais), mas que não chega a incomodar. Provável que alguns não achem que seja uma punição condizente, mas como disse na semana passada, eu não culpo a Ichigo pelo que fez, então achei coerente a forma como fizeram esse fora funcionar.

Depois disso, as cenas seguintes transmitem um sentimento bem legal sobre a relação dos dois, finalizando tudo com um beijo e uma nova transformação para o Strelizia, e seu momento de brilhar, salvando o dia e tudo mais, como sempre acontece.

Porém, existe um pequeno problema em tudo isso, que a princípio soa como um erro tão bobo, que não deveria acontecer a essa altura do campeonato.

O pior é que o anime ainda reforça isso…

O anime vinha deixando claro que o Hiro tinha dificuldades em pilotar com outras pessoas, e reforçando que sozinha a garota não podia se mover livremente por aí, mas parecem ter esquecido completamente disso quando chegou o momento de encaixar o que eles queriam.

A Ichigo perceber os sentimentos do Hiro é bonito na teoria, mas não deveria funcionar na prática, já que ele não consegue pilotar com outras pessoas. O mais irônico em tudo, é que o argumento para isso está dentro do próprio episódio, como mostra a imagem, assim lembrando como a relação dos dois é “especial” por conta dessa limitação, o que soa ainda mais ilógico terem errado logo ali.

Dá para pensar em algumas desculpas para ter acontecido, mas baseado no que o anime vinha mostrando, a Ichigo se mover livremente daquela forma acaba parecendo forçado demais, e criando outro erro no roteiro, mas dessa vez, um bem gritante se não for explicado, ou contextualizado no futuro.

Acho que nem a força de vontade da Ichigo justificaria…

Acalmando os corações de quem estava em pânico com a separação do casal, o décimo quinto episódio de Darling traz o clímax romântico que todos esperavam, com direito a beijo, muitas declarações e a junção do casal, além de acrescentar alguns outros detalhes bem interessantes no meio disso.
Por outro lado, o roteiro derrapa novamente, deixando alguns furos estranhos, e desaproveitando mais uma vez as tão “perigosas” missões de combate.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extras

E os planos continuam se movimentando, agora é saber o que vão fazer com o novo lugar, e como aquela mão se relaciona em tudo.

E as perguntas só aumentam.

Tá liberado, galera, podem voltar com os memes da posição invertida.

Mas agora falando sério… Isso me pegou de surpresa. Imaginava que fosse haver algo de especial no esquadrão Nine, mas não pensei que seria isso, além dos chifres e de um dos pares parecer ser composto por dois garotos.

Não considero suicídio como “mortes” (você entendeu), mas foi interessante jogarem isso para mostrar como os adultos veem eles como ferramentas.

Teorizar é legal e tudo mais, porém, esse tipo de coisa e mais legal como plot twist… Uma pena soltarem no meio de toda a bagunça.

Meio simples, mas não tinha como fugir muito dessa reconciliação.

Treta de qualidade.

Sasuke!

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.