Darling in the Franxx #18 – Impressões Semanais
O vídeo acima é do Marco, enquanto o post abaixo é a opinião do redator Marcelo. Ambos tem abordagens diferentes, então é recomendado ler ambos.
Continuando com o processo de desenvolvimento da relação do Mitsuru com a Kokoro, assim como a estruturação das políticas empregadas pelos Líderes, Darling traz um episódio dividido entre um casamento de esperanças, e um choque da realidade do mundo que as crianças vivem, porém, ironicamente, é justamente nessa realidade que anime toma tons irracionais.
Partindo dos eventos do episódio passado, a primeira parte de Darling tem um tom leve e cheio de romance, continuando com aquele clima de deathflag que vinha fazendo há algum tempo. A proposta do Hiro, de se fazer um casamento, consegue cumprir bem com o propósito de desenvolver essa tentativa das crianças viverem suas próprias vidas, mostrando que eles têm uma visão mais humana, que os próprios “humanos” da história.
Como disse na review passada, eu gosto dos rumos que a relação entre Mitsuru e a Kokoro tomou, e por mais que ainda seja sofrível ver aquele humor forçado em cima do Futoshi, essa primeira parte conseguiu me entreter bem, devido a curiosidade em saber onde aquela paz seria quebrada (por mais que ouvi os rumores, eu não vi o PV).
De quebra, o roteiro também aproveita para trabalhar outros pontos, como aquele sonho/alucinação que a Zero Two tem, indicando que devem criar um drama em cima do seu passado, onde ela usou vários pilotos como fonte de energia.
É uma abordagem interessante, e que se bem usada, pode ficar legal, principalmente pelas constantes provocações que o Nine Alpha faz ao fato dela estar fingindo ser uma humana, quando na verdade é um monstro.
O fato daquela mão estranha aparecer também chama atenção. Pode ser que seja apenas uma impressão forte que ficou nela devido aquele encontro, mas também pode ser que seja alguma tentativa de comunicação, ou interferência por parte da Princesa Urrossauro.
Em adicional, ainda temos a confissão da Ikuno para Ichigo, e a confirmação formal da sua sexualidade, por mais que isso já fosse um consenso há um bom tempo.
Eu gostei da justificativa dela sobre o tapa, e em como isso se aplica na visão dos gêneros dentro da história, já que ela seria uma representante deles. Porém, a personagem é tão esquecida, que o drama dela em si quase não faz diferença.
A Ikuno é tão largada, que eu tenho que pesquisar o nome dela toda vez para escrever aqui, porque ela quase não faz nada relevante dentro do anime para ter destaque.
O maior evento que ela se envolveu foi na tentativa de motivar o Mitsuru a trocar de par, mas fora isso, ela sempre fica de canto, sem aprofundar muito em um passado/objetivo (Futoshi e Miku também caem aqui, mas ambos conseguem expressar existência por conta da personalidade).
Não diria que foi ruim, mas é onde a indiferença com alguns personagens secundários acaba pesando, já que o drama dela é bom, porém, peca um pouco em impressionar, ou causar uma comoção maior.
Por final, temos o desenrolar do casamento, e a intervenção por parte dos membros da APE.
Desde o episódio passado era esperado que acontecesse, mas, ao menos de início, conseguiu ser interessante, e criar uma leve tensão sobre a separação do casal.
O Mitsuru sempre foi meio desanimado e inexpressivo, o que me incomodou um pouco na hora de tentar chegar na Kokoro (parecia que ele nem tinha vontade de fazer isso, do jeito que o dublador interpretou o grito), mas não é algo que vá matar completamente a cena e, ao menos para mim, conseguiu ser um pouco dramático.
A luta da Zero Two também foi bem legal, dando ainda mais movimentação para a invasão que estava acontecendo, e no final, quando o casal é levado, você fica naquela tensão de “o que é que vai acontecer?”, o que deveria ser o ápice do episódio, se não fosse pelos benditos detalhes que Darling ignora.
Antes de mais nada, não confundam o que vou falar aqui com rage em cima do desenrolar do enredo. A situação do Mitsuru e da Kokoro se mantém, e assim como a maioria, eu ainda quero saber como vão resolver essa questão da memória.
O problema aqui é a inconsistência que isso cria, e a falta de lógica em algo básico que, indiretamente prejudica a experiência de quem é mais exigente com roteiros.
Existem dois erros naquele final, o primeiro, e mais simples, seria a permanência dos anéis, mesmo após as memórias apagadas. Eu, particularmente, não vejo lógica em deixar vestígios de qualquer coisa que remetesse as lembranças daquele dia, logo, os anéis, ou qualquer objeto que pudesse ser prejudicial a moral da atual sociedade, deveriam ser apagados juntos da “limpeza” que foi feita.
O motivo disso acontecer provavelmente está ligado com a necessidade de usar os anéis como gatilho emocional no futuro, o que me faz olhar torto para o quão conveniente isso é, mas como disse, esse primeiro erro ainda é simples, e tem algumas desculpas que podem ser usadas aqui (por mais que não seja o suficiente para mim).
O segundo problema, e que acaba sendo o tiro fatal para o episódio, é a volta do casal para o esquadrão depois das memórias terem sido apagadas.
Aquilo não fez o menor sentido em um primeiro momento, e me deixou surpreso da maneira errada, porque pensei que ia rolar um desenvolvimento em cima do sumiço dos dois, e do possível resgate que poderia acontecer por parte do Hiro e o grupo.
Apagar a memória de ambos, mas colocá-los no mesmo esquadrão, certamente levaria os membros a questionarem o que está acontecendo ali, afinal de contas é uma mudança de comportamento brusca e notável, ainda mais quando os dois nem sequer se reconhecem.
Isso dá uma cara estranha para os acontecimentos ali, porque, na prática, você está dando munição para uma revolução acontecer, o que não parece muito inteligente por parte de uma organização que quer ter controle sobre os indivíduos e doutriná-los a sua maneira.
Além disso, o simples fato de todo o grupo ter participado da cerimônia, já deixa uma sensação de inconsistência, porque o mais lógico era apagar a memória de todos e “fingir” que os casamentos não existem mais, já que esse assunto vinha sendo tratado como uma espécie de tabu, tanto que precisou de uma intervenção.
Claro, podem acontecer explicações e justificativas em cima disso, e não é como se não pudesse enquadrar algumas desculpas em “porquês futuros”, ou teorias “de que”, mas em um primeiro momento, a lógica nesse controle de informações por parte da APE parece bem estranha e inconsistente, que mal dá para dizer que alguma informação foi controlada.
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E você, que nota daria ao episódio?
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