Fate/Stay Night: Heaven’s Feel – Filme 1 – Presage Flower | Review
O Vídeo é feito pelo Marco, enquanto a análise/bate-papo é feita pelo Marcelo e Sirlene.
Segue o link para o capítulo que o Marco comentou no vídeo.
Sirlene – Achando que seria interessante continuar com o projeto de uma análise um pouco diferente e mais descontraída no blog, eu ameaçei convidei novamente o Marcelo até porque é mais difícil eu sequestrar o boss para discutirmos a respeito do mais recente filme da franquia Fate, adaptando a rota Heaven’s Feel do Stay Night.
Marcelo – Sim, cá estamos nós, mais uma vez sobre ameaças e torturas, para falar de uma obra bem popular, então… Yorokobe, Shounen! Seus desejos foram ouvidos
Sirlene – Hahaha não exagere, nem te torturei como devia, mas realmente Heaven’s Feel era uma das adaptações mais esperadas da franquia Fate, principalmente por sua atmosfera lembrar um pouco do Zero. Sendo esta rota a que definitivamente puxa mais acontecimentos diretos da Quarta Guerra pelo Santo Graal.
Portanto é inegável que esta narrativa é bem mais densa do que das obras anteriores adaptadas para a TV. E o filme conseguiu transmitir muito bem isto, principalmente pela ausência de uma trilha sonora letrada em toda a sua progressão ou a presença de um instrumental com uma pegada mais heróica como do UBW.
Esta história se foca em destacar a tensão e o desespero de seus personagens, mesmo que a trilha sonora também consiga despertar sentimentos de empolgação em diversas cenas de ação, toda composição puxa para uma ambientação mais sombria, melancólica e definitivamente mais tensa.
Marcelo – É qual a melhor forma de fazer isso? Mandar logo de cara aquela típica cena da chuva, com o instrumental da música tema por trás, para te deixar consciente do clima que o filme vai ter. Eu gostei bastante disso, por sinal. Em apenas alguns poucos minutos, você consegue se ambientar com essa melancolia que a Sakura tenta passar, já que, querendo ou não, essa é a rota da moça.
Sirlene – A Sakura particularmente nunca foi minha heroína predileta de Fate, mas a sua narrativa tem aspectos que não se encontram em outros caminhos da visual novel, já que toda a atenção dada a perspectiva de sofrimento velado da personagem consegue conferir um tom mais sério e maduro para a obra.
Tanto pelo passado e presente traumático da garota, que é constantemente abusada e usada por sua família adotiva, quanto pelo próprio peso conferido a Guerra do Santo Graal que definitivamente é bem mais intensa, sangrenta e obscura que das rotas anteriores.
O espectador consegue sentir que a personagem nesse filme é realmente viva, e não apenas aquela garota com personalidade mais omissa e sem marca alguma para ser notada ou lembrada nas outras rotas.
Marcelo – Isso, para falar a verdade, foi um dos pontos que me fez ficar curioso sobre Heaven’s feel. Ver quem exatamente era a Sakura, coisa que você não consegue fazer pelas outras duas temporadas, já que ela, querendo ou não, é uma personagem bem apagada por conta do destaque nas outras garotas.
Sirlene – Com Heaven’s Feel é bem mais perceptível que ela tem traumas muito sérios e uma amargura e tristeza que são profundas.
Os acontecimentos também caminham para um ponto que o espectador consegue perceber que o Shirou é realmente o único porto seguro da garota, a única porta de luz e esperança que ela pode acessar, então ele é praticamente a pessoa mais preciosa para ela e que definitivamente a moça tem medo de perder.
Isto é transmitido não apenas de forma verbal, mas por escolhas, gestos e olhares da personagem durante o filme.
Marcelo – Maldito, Shinji! Mas sério… Realmente conseguiram passar, mesmo que de forma não tão profunda, que aquela ali é a história dela, e que o foco é nessa dependência que a Sakura acaba criando pelo Shirou, e a maneira como ele mesmo a vê depois disso.
Sirlene – Este tom mais maduro na narrativa acaba sendo transferida ao Shirou, esqueçam aquele personagem totalmente positivo e apegado a suas ideologias, ele quer ser um herói da justiça, mas você percebe que as ações nesta rota o impactam de forma bem mais significativa e ele se indaga mais do que nas narrativas anteriores, ele é literalmente despedaçado em Heaven’s Feel.
Marcelo – Eu espero que isso seja ainda mais aproveitado nos próximos filmes, já que dizem que um dos grandes trunfos dessa rota é uma maturidade maior por parte do Shirou, e as decisões que ele tem que fazer em nome da Sakura, então, por mais que nesse filme em si você não veja aquela senhora mudança, um pouco de expectativas para o próximo acabam surgindo por conta desse clima mais denso do filme.
Sirlene – Particularmente para mim este já é um Shirou diferente, mesmo que ele tenha a mesma construção inicial dada ao personagem nas outras rotas, ele tem uma perspectiva realmente mais humanizada.
E esta perspectiva pode ser observada no fato de suas ações estarem mais atrelada aos vínculos emocionais e suas relações com outros personagens, ele não age apenas por seu ideal de ser um herói da justiça, mas de alguém que quer salvar e ajudar acima de tudo as pessoas das quais ele gosta e se preocupa.
Neste caso, além de querer evitar uma repetição do passado, ele quer proteger e resguardar a Sakura. E para que este vínculo não pareça algo muito repentino e superficial, a narrativa realmente se prende em estabelecer o relacionamento protetor de Shirou com a Sakura.
Sendo assim, o filme acaba resumindo muitos acontecimentos que vimos em outros stay night para se focar realmente nestes momentos mais slice of life e de diálogos entre os personagens, no caso da Tohsaka, um pouco mais estratégicos.
Marcelo – Talvez, um dos principais contrapontos do filme, acabe sendo justamente essa questão de ressaltar uma diferença no Shirou, e transmitir essas mudanças para o espectador.
Para nós, que já acompanhamos as duas outras rotas, e temos um conhecimento prévio dos eventos de Zero, essas nuances sobre a Sakura, e o comportamento do Shirou ficam mais nítidas.
Mas levando pelo ponto de vista de quem pretende iniciar a franquia por aqui, talvez as coisas não ganhem esse ar de profundidade, já que parte dos eventos comuns a ambas as rotas, e que ajudam a ter uma visão melhor dos personagens, acabam sendo cortados.
Se por um lado é bom não ter que passar por todo aquele preparo e aceitação sobre a Guerra do Santo Graal, por outro, pessoas com menos tempo na série podem não sentir essas mudança de ambiente.
Sirlene – Portando, até na adaptação em animação da visual novel, as rotas acabam se complementando já que muitas informações em heavens feel são deixadas subentendidas, sendo claramente necessário ter passado pela experiência de UBW e Zero para se compreender melhor esta rota.
Já que esta história realmente fecha muitas coisas deixadas de lado em UBW e continua as tretas iniciadas no Zero, se aprofundando bem mais no que está por trás da Guerra do Santo Graal e nos objetivos dos Matou.
Marcelo – Mas podem ficar calmos, isso não significa que o filme seja impossível de acompanhar, ou que vá criar uma sensação enorme de perda de conteúdo. Sua experiência certamente seria mais completa sabendo dos acontecimentos passados, mas não há problemas em assisti-lo à parte, porque afinal de contas, a obra consegue entregar um belo espetáculo visual, com aquela qualidade que a Ufotable garante, com lutas e cenas que valem a pena serem vistas.
Sirlene – Como Marcelo deixou claro, heavens feel é um show visual, mesmo que o filme não se foque realmente na ação, já que seu objetivo é desenvolver os personagens e o próprio enredo, os confrontos são cheios de coreografia bastante fluida mesclada a um bom uso de CG e filtros digitais .
Marcelo – Resumindo, para um filme mais introdutório, I Presage Flower consegue abrir a trilogia de Heaven’s feel de maneira bem competente, entregando um bom misto entre a apresentação da Sakura, e as batalhas pelo Santo Graal, porém, deixando claro que aquela será uma história mais focadas nos mestres, do que nos servos, como a participação mais apagada do Archer, e do foco mais moderado na Saber.
Sirlene – Como já explanado, I Presage Flower é uma introdução bastante satisfatória à trilogia de Heavens feel e mesmo que não seja aquela explosão de ação mostrada em seus trailers promocionais, é com certeza uma narrativa bem roteirizada.
Mesmo que seja perceptível que o material original está sendo bastante rushado, o tempo de tela para os personagens principais, Sakura (com foco modesto ainda) e Shirou (mais focado, obviamente por ser o protagonista) é até satisfatório, tendo uma boa administração entre os momentos de ação e os momentos de mais diálogo ou slice of life.
Sua principal característica, como citada pelo Marcelo, é a percepção que esta história está focada em seus personagens, mas mais nos mestres e no Graal, do que nos servos, portanto ao ver o filme tenha em mente que muitos servos serão coadjuvantes ou figurantes.
Alguns perderam sua importância estabelecida em outras rotas , enquanto outros serão um pouco mais focados, sendo realmente a única coisa que lamento nessa adaptação.
[yasr_overall_rating]
#Extras
Coletânea de gifs da Waifu do Filme.
Relacionado: