As Crônica de Arian 2 – Capítulo 7 – Tudo ou nada
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Capítulo 7 – Tudo ou nada
O cavalo de Jon seguia rapidamente pela rua, um pouco assustado com os trovões e vento forte, que pareciam anunciar uma vindoura tempestade. Depois de 5 dias no local, já estava começando a achar o céu sempre nublado da cidade comum, dias com tempo bom é que deviam ser raridade por lá.
Sua perna terminou de ser curada durante a noite por Joanne, mas sua expressão nervosa não demonstrava nem um pouco do alívio que estava sentindo graças a isso.
— É tudo ou nada — disse ele, falando consigo mesmo, enquanto tentava controlar o medo que estava sentindo.
Seu 5ª dia naquela cidade pavorosa seria o último, quer ele falhasse, ou fosse bem sucedido. Primeiro foi o desaparecimento da Kadia, depois Zek, e somado a isso havia Dorian, que não dava as caras desde a noite em que eles foram atacados. O guia havia desaparecido nesse dia também, mas voltou durante a manhã, dizendo que ficou em um bordel por 2 dias seguidos, e só hoje foi saber dos ocorridos. Ele ofereceu ajuda, mas Joanne, que não parecia confiar muito nele, recusou. Lara, como sempre, o olhava com extrema desconfiança, e Jon nem imaginava o porquê.
Arian e Marko foram presos. E de acordo com o sinal que Arian fez com a cabeça, pedindo para eles não interferirem, fazia parte de algum plano dele. Jon não fazia a menor ideia do que era, ou se daria resultado.
Tudo que podia fazer era ficar calmo e juntar informações, e foi o que fez até ali. Talvez em mais 2 ou 3 dias conseguisse resultados, mas não tinha mais esse tempo. A voz que sussurrava para ele nunca esteve errada, todo aviso tinha relação com algum desaparecimento, e o daquela manhã não devia ser diferente.
“Ela se foi… Desculpe… É tudo minha culpa…” — disse a voz de uma garota, enquanto soluçava, como se estivesse chorando — “A outra não vai resistir até amanhã… Rápido…”.
De quem ela estava falando? Kadia? Zek? Não tinha como saber. Sua única certeza era a de que ainda havia pelo menos uma delas viva, e não podia mais gastar tempo investigando, tinha que conseguir as respostas do modo mais rápido que pudesse.
Ele então falou do seu plano com Joanne, Irene e Lara. Joanne discordou, mas foi rapidamente convencida pelo argumento de que não havia outra opção. Ela parecia apreensiva quando ele montou a cavalo e saiu sozinho pela manhã, mas se segurou sem falar nada, e o deixou ir.
Enquanto pensava sobre isso, viu uma figura conhecida. Lá estava lorde Arx, passeando em sua carruagem enquanto cumprimentava os habitantes. Jon passou direto por ele e seguiu para biblioteca. Quando estava próximo, desmontou do cavalo, o prendeu ao lado do prédio e entrou.
Margaret, a bibliotecária, estava sentada em uma das mesas da biblioteca com cara de tédio. Jon podia jurar que seus olhos estavam levemente avermelhados, mas devia ser impressão. Geralmente usava roupas pouco chamativas, e o cabelo preto com mechas brancas, preso, mas hoje estava usando um vestido vermelho e o cabelo solto. Até ontem parecia uma tia de uns 50 anos, mas hoje, com maquiagem e um vestido que realçava as curvas de seu corpo, passava facilmente por uma mulher atraente de 40.
Na verdade, reparando melhor, as mechas brancas do cabelo haviam sumido. Comparando mentalmente a imagem dela a primeira vez que foi ao local, teve certeza que, ou ela estava ficando mais nova a cada dia, ou usando uma maquiagem milagrosa.
Por que estava tão produzida? Será que estava aguardando ele chegar? Do nada, ela virou o rosto e soltou um sorriso de todo tamanho ao avistar Jon.
Se Jon estivesse certo, o verdadeiro nome daquela mulher era Marin Fargot, mais conhecida como a Bruxa de Lein. Jon não a reconheceu porque seu desenho era bem diferente dos livros que relataram suas atrocidades. Mas a verruga estava lá, na mesma posição. Quando viu a ilustração do barbeiro, com uma leve sujeira em uma parte que lembrava uma verruga, a ligação veio. Só isso, obviamente, não seria o bastante, mas o resto também batia. Comportamento, gostos, e mais importante, explicava os desaparecimentos.
Só havia um padrão neles, todos que desapareciam eram jovens, nunca alguém de idade avançada. Isso batia perfeitamente com o padrão da Bruxa de Lein.
Mas nada disso dava a resposta que interessava Jon: onde estavam Zek e Kadia? Se ela as pegou, onde as levou? Cogitou invadirem o local, mas a descrição da Bruxa de Lein dizia que todas as tentativas de capturá-la falharam e nada garantia que o caso deles seria diferente. Ela simplesmente desaparecia sempre que armavam uma emboscada, segundo os relatos.
Como estava desaparecida há 50 anos, muitos pensavam que deveria estar morta, seja de velhice, já que no último registro ela tinha perto de 40 anos, ou alguém a tivesse matado. Como então ela agora parecia ter entre 40 e 50 anos?
Seria ela a filha da verdadeira bruxa? Talvez o negócio de ser impossível capturá-la fosse um mito também, mas não podia arriscar, era sua última chance de obter respostas rápidas.
Marin ficou famosa por seduzir centenas de jovens de 10 a 20 anos. A maioria sumia, e outros voltavam para seus pais parecendo cascas sem vida, com o cabelo esbranquiçado e incapazes de falar. Ela abusava deles e depois os roubava a vida, diziam os relatos. Tanto homens, quanto mulheres, parece que qualquer um servia, embora tivesse uma preferência em homens.
Então por que mulheres de cabelo curto agora? Era um disfarce, para não notarem que era ela? Seja como for, com 17 anos, Jon ainda estava dentro de sua linha de interesse. Os olhos parecendo que queriam comê-lo, a boca salivando, o interesse e proximidade anormais, sua falta de tato para essas coisas tinha limite.
— Oi, Jon. Suas amigas não vieram hoje? — perguntou Margaret, andando rapidamente até ele.
— Não, estão ocupadas com outros assuntos.
— Entendo…
Ela não estava escondendo muito bem sua satisfação com isso, pensou ele, ao reparar no semblante de felicidade da mulher.
— Bem, o que deseja ler hoje? Mais jornais antigos?
— Não, na verdade gostaria de escutar as informações que puder me passar sobre a cidade. Você disse que poderia me contar sobre, lembra?
— Claro.
Jon já ia se sentar, quando ela fez uma sugestão:
— Já que vamos conversar, não precisamos das mesas. Não gostaria de ir até o segundo andar? Têm poltronas bem mais confortáveis lá em cima.
— Não tem problema? Vai ficar sem ninguém para atender os visitantes.
— Isso é uma Biblioteca, quase ninguém vem aqui, as cidades têm elas por formalidade. Mas se acha um problema, vou fechar por hoje.
Dizendo isso, ela foi até a porta e a fechou, logo depois trancando com uma chave.
— Pronto.
— Tem certeza que isso é uma boa ideia?
— Relaxa, Arx me deve muito, posso tirar uma semana de folga e ele não vai falar nada. Vamos, me siga.
— Então tá…
Óbvio que era uma armadilha, mas não tinha tempo para ficar as evitando.
Lara, Irene e Joanne chegariam um pouco depois dele e ficariam aguardando ele fazer um sinal por uma das janelas. Se ele não fizesse isso até escurecer, o plano devia ter falhado e elas teriam que invadir o local para resgatá-lo. Se as informações sobre a Bruxa de Lein estivessem corretas, ela prometia realizar um desejo das pessoas, e então pegava algo em troca. Jon, portanto, teria algum tempo para coletar informações antes dela tentar fazer algo mais radical com ele.
Os dois subiram para o segundo andar que dava para uma sala bem decorada, cheia de coisas em vermelho vivo. De um lado havia uma porta que dava para a cozinha, do outro um quarto bastante espaçoso. Marin pediu a Jon para ir para o quarto e ficar à vontade enquanto ela fazia um chá na cozinha. Ficar na sala seria menos suspeito, o que levou Jon a contestar porque ela estava sendo tão apressada em seu óbvio plano de fazer algo com ele. Mas não tinha tempo para enrolar. Quanto mais à vontade ela estivesse, mais provável dele conseguir as repostas que queria.
Ele entrou no quarto, que parecia de um nobre, em contraste a construção rústica do local, e se sentou em uma poltrona vermelha que ficava perto de uma cama de casal. A cama também tinha uma fronha vermelha, e a mesma cor estampava as cortinas, o que deixava bem clara a obsessão da mulher por vermelho. Nervoso, Jon se levantou e olhou pela janela que dava para a frente do prédio. Joanne e as outras já estavam do outro lado da rua, fingindo estar batendo papo de forma normal. Jon respirou aliviado e voltou a poltrona. Pouco depois Marin entrou no quarto com uma bandeja de biscoitos e um bule de chá.
Ela serviu uma xícara a Jon, que ficou admirando o objeto bastante decorada. O contraste entre a construção rústica da casa e as coisas que tinha dentro era enorme. Jon achou que estava tudo indo bem, até Marin passar pela janela, dar uma leve risada e então ir até a porta e trancá-la.
— E então Jon, quando descobriu? — questionou ela, esboçando um sorriso quase sádico.
O coração dele quase parou. Mal tinha começado seu plano, e ele já havia falhado. Não existia um plano B, e certamente se corresse para tentar fazer um sinal pela janela a bruxa faria algo antes. Sua mente ficou nebulosa e a respiração acelerada. Corria? Gritava por ajuda? “O que eu faço?”.
Nesse momento, o rosto de Zek veio a sua mente. As pessoas achavam sua falta de expressão angustiante, mas para Jon, era ali que estava o maior chame da garota. Ela parecia fria e sem emoções, mas se você a conhecesse melhor notaria que todas as emoções estavam ali, escondidas para quem fosse atento o bastante para reparar.
Se ele falhasse, não só sua vida acabaria, mas a dela também. Pela primeira vez em sua vida outros dependiam dele, e isso dava uma sensação angustiante, mas também uma motivação e coragem que nunca antes sentira. Não podia falhar, como disse a ele mesmo antes de chegar ali “é tudo ou nada”. Jon respirou fundo, e tentou fazer a expressão mais confiante que conseguiu.
— Um folheto me deu a dica ontem. Seu comportamento, em especial, é muito similar ao descrito, e bate com os desaparecimentos na cidade de Lein, que te deixou bem famosa.
— É tão bom ouvir esse nome de novo! — disse a mulher gargalhando. — Faz 50 anos que não me chamam assim… Mas acho que se equivocou em uma parte…
— Qual?
— Digamos que está me dando crédito demais…
— Eu provavelmente vou morrer daqui a pouco, então respostas mais claras seriam uma gentileza bem-vinda.
— Eu acredito em trocas, Jon. Eu lhe dou algo que você quer, e você dá o que eu desejo. No seu caso, quer respostas bem simples sobre o paradeiro de seus companheiros, imagino. Infelizmente, existem alguns complicadores, então o máximo que posso dizer é que vai ter que fazer as perguntas certas…
— Como quais?
— Isso cabe a você descobrir. Vou te dar até o anoitecer. Pergunte o que desejar.
Marin então sentou na beirada de sua cama, e agora seus olhos realmente ficaram vermelhos, enquanto ela parecia saborear Jon a distância. Ele tentou ignorar isso e voltou a interrogá-la.
— O que sabe sobre os desaparecimentos?
— Tem que fazer as perguntas certas, lembra?
— Sabe onde minhas amigas estão?
A mulher olhou para ele meio desapontada. Claramente aquelas não eram as tais “perguntas certas”. Tinha que ir por outro caminho menos direto.
— Qual a sua relação com o lorde da cidade? Ele disse que não fala com ele há anos.
— Digamos que ele me contratou para ajudar na construção daquela torre idiota.
— Precisou usar magia nela?
— Arx é bastante neurótico por proteção em seu castelo. Passei 20 anos enchendo o local de feitiços que o protegesse contra intrusos.
Ela se levantou e foi até uma prateleira, de onde tirou uma pasta marrom, cheia de papeis dentro. Ela então foi para as costas de Jon, se debruçou sobre ele, e colocou a pasta em seu colo.
— Esse é o projeto da torre.
Jon começou a folhear rapidamente, enquanto tentava ignorar os peitos da mulher pressionados sobre sua cabeça. Pelo que pode constatar do projeto, só os últimos 3 andares da torre tinham real utilidade, e era onde ficava o túmulo dos corpos de sua esposa e filha, os andares abaixo, em sua maioria, possuíam magias elaboradas feitas para bloquear intrusos, assim como a parte externa.
— Passei anos estudando portais de transporte até conseguir criar o método que ele queria para subir naquele local maldito, e o ingrato nem para me dizer um “obrigado”.
— E por que ainda está aqui?
Marin saiu das costas de Jon e voltou a se sentar em sua cama, de frente para ele.
— Suponho que tenha lido sobre isso ontem…
“O contrato para morar na cidade”. Pelo jeito ela havia feito também, mas, por quê? Estava começando a ter uma vaga ideia do que poderia perguntar, mas precisava de mais testes.
A bruxa cruzou as pernas lentamente, uma ação que deixou Jon perplexo. Era como se estivesse tentando o deixar curioso sobre o fato dela estar ou não usando calcinha, o que ele não estava nem aí no momento.
— Você não devia ter pelo menos 80 anos?
Foi esse o pensamento que o deixou confuso no dia anterior. Mesmo que a conclusão parecesse correta, a mulher devia ser muito velha, o que claramente não era o caso da Margaret que conhecia.
— 80? Fico lisonjeada, mas a verdade é que já tenho mais de 300…
Jon ficou incrédulo por um momento, mas se conseguia manter uma aparência de 40 com 80, ter mais que isso não era impossível.
— Como parece tão jovem?
— Acha que eu ia atrás de pessoas jovens apenas por capricho pessoal?
— Então você rouba mesmo a vida delas…
— É um termo bastante errado… E você é inteligente, então ao menos uma vez vamos tentar corrigi-lo. — Ela se levantou novamente, foi para trás dele, se abaixou e sussurrou em seu ouvido. — Me diga, por que entramos em pagamento?
— É um sistema de defesa da nossa alma. Quando deixamos de consumir o excesso de energia espiritual que nosso corpo gera diariamente, passamos a consumir nossa própria alma. Para nos avisar desse perigo, nossa alma reage nos causando um efeito colateral.
— Exato! Mas e se você não parar de usar energia espiritual e começar a consumir sua alma?
— Bem, segundo li, algumas pessoas morrem e outras…
Marin completou a frase para ele, novamente sussurrando em seu ouvido.
— Viram corpos sem vida, corpos sem alma, cascas vazias.
“Era a exata descrição do que acontecia com as vítimas dela”, pensou ele.
— Isso não faz sentido, bruxas se autodestroem em poucos anos. Mesmo drenando outras vidas, como pode uma humana ter permanecido lúcida ao drenar energia da dimensão negra por tantos anos?
Inquieta, a bruxa começou a massagear lentamente os ombros de Jon.
— Na verdade, existem alguns casos raros de bruxas que não perdem o controle, mas eu não sou um deles. Seu equívoco é um pouco maior. A pergunta aqui é, quem disse que eu sou uma bruxa, Jon?
Jon ficou sem saber o que dizer por um momento, enquanto Marin voltava a se sentar em sua cama com as pernas cruzadas, se divertindo com a confusão dele.
— O que as pessoas denominam como bruxas são garotas que nascem com afinidade muito alta com a dimensão negra. Eu nasci como uma humana normal, sem afinidade com dimensão alguma.
— Então como…?
— Sua pergunta não está errada, mas essa é uma parte da minha vida que não gosto de lembrar ou falar. Se você der sorte, no entanto, vai ter suas respostas sobre isso de uma forma ou de outra, assim que… nos conhecermos melhor.
Ela deu um sorriso de prazer e novamente cruzou as pernas, bem lentamente. Jon engoliu a seco, e continuou.
— Em suma, era você capturando as garotas de cabelo curto que aparecem na cidade e drenando sua alma para se manter jovem?
— Faça as perguntas certas, Jon…
Frustrado, ele então voltou a fazer diversas perguntas, variando dos mais diversos temas, dos banais a assuntos mais íntimos. Até que finalmente entendeu o padrão.
— Então é isso… Os desaparecimentos… Não pode me dar nada de útil sobre eles.
— Sabe, Jon, eu sempre tive uma queda por homens inteligentes. Existem muitos homens fortes e poderosos nesse mundo, mas inteligentes são muito raros.
— Vou encarar isso como um sim. Mas me diga, por que veio para essa cidade?
— Há 50 anos eu exagerei na cidade de Lein, o que me tirou de uma mulher desconhecida responsável por alguns desaparecimentos em cidades diferentes, para a famosa bruxa de Lein. Isso gerou uma caçada infernal pela minha cabeça, graças ao Rei anterior do Sul. Felizmente, consegui refúgio aqui, e nunca fui descoberta, até agora…
— Mas não faz sentido, o contrato que vocês assinam diz que se fizerem algo ruim seriam punidos. E é óbvio que…
— As perguntas certas, Jon. Não me decepcione agora.
Aquela frase bastou para ele ter uma ideia do que estava havendo.
— Não foi você… Mas então…
— Histórias têm várias versões, como já deve saber, criadas por equívocos na interpretação de algumas partes, ou falta de informações importantes por parte de quem fez o relato. Seu erro foi tentar deduzir tudo com falta de informações. Mas não se culpe, a história que gerou o desaparecimento das mulheres nessa cidade, tem pelo menos 4 versões, e estão todas erradas.
Jon ia fazer uma nova pergunta, mas antes disso Marin se levantou e colocou o dedo de leve sobre os lábios dele.
— Infelizmente seu tempo acabou. Como pode notar, já está escurecendo. Mas admito que foi divertido, não tenho uma conversa honesta assim há tempos.
A mulher se virou e olhou novamente pela janela. De acordo com o plano, as garotas deviam invadir o local a qualquer momento.
— Matar você vai ser um desperdício… — disse a bruxa, suspirando. — E devia ter tomado o chá. Ele é muito bom.
Ela se aproximou, pegou o chá de Jon, o qual ele deixou ao lado da poltrona, e tomou rapidamente, enquanto o garoto olhava para ela confuso.
— Achou que eu ia te envenenar? Pelo jeito não entendeu como as coisas funcionam por aqui… Te vejo daqui a pouco.
Jon estava ficando zonzo, mas não fazia ideia do porquê. “Rápido, Joanne”, pensou. Ele então tentou se levantar e ir até a porta, mas caiu no meio do caminho, enquanto Marin ria de seu esforço. Logo depois, a escuridão tomou sua mente, e ele desmaiou.
Pouco depois, seus olhos se abriram lentamente, enquanto tentava mexer seu corpo, sem resultado. Estava nu, com as pernas e braços amarrados na cama de Marin, enquanto a mulher passava a mão lentamente por toda a extensão de seu corpo. Ela estava completamente despida . Para uma mulher que aparentava mais de 40 anos, tinha um corpo incrivelmente firme, e seus vastos seios e quadril com curvas bem marcadas chamavam atenção. Felizmente, Jon estava com medo demais para ficar excitado com a visão.
“Andem logo…” pensou ele.
— Esperando suas amigas? Acha que não pensei nisso? O local todo está bloqueado por magia, ninguém vai conseguir entrar, a não ser que seja mais forte que eu. Conhece alguém mais poderoso que uma Bruxa classe SS de 300 anos? Elas já tentaram entrar faz algum tempo, mas desistiram e agora estão paradas na frente da porta. Devia desistir também, ninguém vai vir.
Segundo os livros, a classe dela era de um S muito forte, o SS devia ser um blefe.
Mas ela realmente não parecia preocupada, enquanto apalpava cada parte do corpo de Jon e lambia os beiços repetidamente.
— Ah, você vai se dar muito bem com a Lara, vocês duas tem um ego enorme…
Jon tentava se manter o mais calmo que podia, mas seu coração palpitando a toda velocidade não estava colaborando.
— A sacerdotisa que destruiu o hotel? Não me subestime, Jon, não estou viva até hoje por ser descuidada. Sou muito mais forte do que os demônios e espíritos que ela matou.
A mulher então subiu na cama e se posicionou em cima dele. Ficou em pé sobre ele por um tempo, como se estivesse admirando uma refeição, e dando uma visão que Jon nunca experimentou antes. Marko provavelmente o estaria parabenizando, se aquilo não estivesse ocorrendo em uma situação tão ruim, e não houvesse um estranho líquido negro escorrendo lentamente do meio das pernas daquela mulher.
Ela então se deitou sobre ele e começou a lamber e dar leves mordidas na área do seu peito e pescoço. Tudo isso enquanto arrastava seu corpo sobre o dele lentamente. Jon fez força com os braços e pernas, sem resultado, a força de um humano normal não era nem perto do bastante para arrebentar aquela corda. Sua mente estava procurando desesperadamente por uma saída daquela situação, mas seus hormônios tinham outras prioridades, para seu profundo descontentamento.
— Agora sim. Nada excepcional, mas não está ruim também — disse Marin com um sorriso de satisfação, ao observar a forte reação entre as pernas do garoto. — Só fique quieto e deixe que eu faço o trabalho. Prometo que antes de morrer vai ter a experiência mais prazerosa de sua vida.
Vendo o que viria a seguir, Jon desistiu de tentar se fingir de calmo.
— Joanne! Irene! Lara! Alguém! — gritou ele, começando a entrar em desespero.
A cena começou a correr em câmera lenta em sua cabeça. A mulher agarrando suas partes, enquanto descia lentamente sobre ele. Estavam muito próximos de concretizar o ato. Nesse momento, escutou um barulho vindo do lado de fora do local. “Finalmente”, pensou. “Elas vão entrar e impedir a bruxa”.
O pensamento, no entanto, rapidamente morreu, quando seu corpo e o da mulher concluíram a união, com ela fazendo uma cara de prazer indescritível. Em seguida, Jon sentiu uma dor alucinante e toda parte de baixo de seu corpo queimar, enquanto a mulher a sua frente soltava um sonoro gemido e começava a ficar mais jovem. Jon, por outro lado, ficava cada vez mais pálido, conforme a vida deixava seu corpo.
Próximo: Capítulo 8 – A Bruxa de Lein
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