SAO Alternative – Diversão ou masoquismo?| Impressões Finais

SAO Alternative foi uma estréia que inicialmente me agradou de forma considerável por apresentar os primeiros episódios mais táticos,  mesclando este lado mais estratégico de jogos FPS com momentos de mais ação e por isto acreditei que prometia ser um anime que poderia render uma trama pelo menos mediana e divertida.

Sendo sincera, eu não acreditava que o roteiro seria algo espetacular, no entanto eu cria que ele conseguiria apresentar uma historia que me envolveria e me faria me importar com os seus personagens.

Mas infelizmente, o anime começou a decair e muito, principalmente por se esquecer de se manter coerente e apelar para uma ação desenfreada com muito protagonismo e drama forçado.

Um anime de ação, obviamente que se caracteriza por apresentar um enredo mais movimentado e cheio de confrontos e conflitos entre os personagens, mas se estes conflitos ou momentos de tensão não serem consideravelmente bem construídos ou pelo menos razoáveis, são apenas um monte de eventos supérfluos.

Então além da ação, nunca podemos esquecer o que dá corpo ao que o público esta assistindo que é o roteiro ou enredo de toda a animação. O enredo de SAO Alternative chega a ser uma ofensa ao seu antecessor.

Isto porque, mesmo que SAO não apresentasse a melhor historia já escrita e personagens extremamente complexos, eles não eram tão superficiais e não agiam sem pé ou cabeça como o elenco desse spin-off.

Por mais que Kaiaba Akihiro fosse um completo maluco ou o Sugou um belo filha da puta que não tinha nada mais para justificar suas ações do que ser um filha da puta, estes personagens pelo menos te convenciam a odiá-los ou respeitá-los.

Ao contrário do elenco de Alternative, que mesmo não apresentando antagonistas como os supracitados acima, tenta engatar um clima de tensão esdruxulo com motivações dignas de um principiante.

Se o que levou Akihiro a matar mais de 2000 pessoas dentro de um jogo online já não é a melhor motivação já construída (um desejo obsessivo nascido de um sonho dele), os motivos para os personagens de GGO se confrontarem é extremamente exagerado e ilógico.

Tudo bem que nem toda a ação humana é logica, muitas vezes só agimos por puro desejo,  mas elevar isto ao extremo como o autor de Alternative fez é esquecer que o ser humano é capaz de pensar.

Pratiocamente todo o elenco de alternative é caricato, tirando a protagonista feminina que é o ser humano mais normalzinho dentro da historia. O resto dos personagens tem uma construção desmoderada, extravagante e um tanto clichê.

Percebam que uma personalidade clichê ou muito excêntrica não estraga uma historia, o problema é quando o elenco todo é assim e o autor não faz nada para remediar as personalidades clichês ou extravagantes.

E em suma, o que mais me incomodou em toda a historia foram as ações e caretas super trash de Pitohoi que é uma personagem baseada no principio de female fatally, que não seria um problema desde que o autor soubesse desenvolver sua personalidade excêntrica.

Mas o que ele apresenta é apenas um casal de birutas que deveriam ser trancados em um hospício e nenhuma pessoa na face da terra simpatizaria com personagens assim, e se simpatiza… é tem gosto pra tudo.

Olha e eu gostaria muito que os problemas dessa animação só fosse os personagens e suas motivações, mas o anime também apresentou uma serie de problemas relacionados a previsibilidade e uma sequencia de conveniências.

Entre elas, o fato do time que a LLhenn venceu ser um grupo de garotinhas que sempre passava por ela e o desfecho de quem seria a Pitohoi, que já estava obvio demais, sendo algo bastante simplista e com final genérico.

Outro problema é deixarem algumas coisas parecendo furos, como a supervelocidade de LLhenn, que na verdade nem precisaria de um diálogo super complexo para ser esclarecido, bastava mostrar a distribuição de atributos dela.

E isto é agravado quando não aparece outros jogadores com as mesmas características de agilidade, então, o erro não esta na supervelocidade, mas no autor fazer aparentar que esta característica seja algo inerente apenas a protagonista, quando provavelmente não é.

Também posso citar a sorte da protagonista que fica parecendo algo sobrenatural, já que ela incrivelmente consegue escapar de situações em que normalmente ela deveria ser morta por razão do autor simplesmente querer, como a arma dela praticamente travar para ajudar ela.

Como se a arma falar já não era bastante bizarro para se adicionar o fato de aparentemente ela realmente ter consciência. Se fosse em uma obra de fantasia ou apresentassem o fato que neste mundo as armas também possuem uma consciência artificial, tudo bem.

Mas em momento algum se cogitou algo assim e para um jogo que deveria ser ambientado em um mundo futurista um pouco mais realista, é querer descaracterizar a própria obra, ou melhor, um universo que já foi estabelecido em uma obra anterior.

E observem que coisas como a presença de sabres de luz e deles poderem desviar projeteis que seria algo que não condiziria com o foco mais realista, pelo menos eram explicados minimamente para não apresentar muita incongruência.

Então se você quer apenas diversão ao ver SAO Alternative, compreendo que algumas pessoas não são exigentes e não ligam para tantos detalhes assim, mas quando uma obra apresenta uma serie de furos e mais erros que acertos, o entretenimento consequentemente deve decair.

Já que existe um limite claro do que uma pessoa, por menos exigente que ela seja, acaba relevando as coisas. Portanto, quando algo é muito absurdo ou apresenta uma sequencia de falhas visíveis, não tem como serem ignoradas.

Sendo que gostar de uma obra não é motivos para fechar os olhos para os problemas dela e confesso que me diverti vendo SAO alternative , mas não é um anime que impacta ou que possa ser memorável, já que seu enredo é fraco e os personagens não conseguiram constituir uma presença marcante.

Nota Final

Animação – 6/10

Trilha sonora – 7/10

Direção – 6/10

Roteiro – 5/10

Entretenimento – 6/10

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