Hanebado! #09 – Impressões Semanais

Bem, particularmente, esse episódio de Hanebado! foi um pouco “coisado” para mim. Ele não foi ruim, mas também não me agradou muito em certos aspectos, o que no final me deixou com essa sensação…

Teve aquela coisa lá… Daquele jeito… Fazendo aquilo…

Primeiro vamos respirar fundo e começar pelo que me desagradou, o que em outras palavras, nada mais é do que a primeira metade do episódio.

Se lembra da review da semana passada, então lembra que eu não sou lá muito fã dessa nova versão da Ayano e seu olhar 43. A questão não é a forma como praticamente abandonaram qualquer traço disso nos minutos iniciais, para dar lugar a um comportamento infantilizado, mas sim o cenário geral criado por essas decisões de drama.

Eu consigo entender que o estado mental da Ayano é relativo as quadras, e que não tem por obrigação se estender para a vida particular (por mais que dê para discutir um pouco sobre isso), e consigo aceitar sem muito problemas que aquele lado infantil dela faz parte da personalidade.

O próprio fato de ter passado anos jogando badminton, com o intuito de recuperar a mãe, poderia cair nessa questão de inocência e infantilidade, mas eu já não consigo pensar o mesmo quando jogamos o fator Connie no meio, e toda aquela história de irmã mais velha, criar família e viver juntas.

Uma tentativa de drama meio desesperada demais para o meu gosto…

Só para deixar claro, desesperado não significa que foi forçado e exagerado. Dentro dos meus padrões o drama proposto ainda é aceitável, mas acaba caindo como uma bomba em um momento que não é dos melhores.

Dá para entender que essa relação de família deve ser usada nos momentos finais para buscar um pouco mais de drama em cima da Ayano, mas eu achei muito repentino essa tentativa de vender uma irmandade entre as garotas.

As ações da Connie podem ser justificadas pela personalidade tsundere dela, mas não deixa de me soar “perdida”, assim como a própria aceitação da Ayano em se juntar a ela com a desculpa de comprar um novo chaveiro.

O intuito de tudo ali é bem interessante, e de maneira alguma eu diria que é desnecessário, mas o timing para isso acabou criando um quebra na intensidade dos eventos que não me agradou muito.

Me pareceu uma tentativa de render tempo até o final, o mesmo tempo que aceleravam o desenvolvimento de algo.

Agora, deixando de lado o passeio das irmãzinhas, vamos para a parte positiva do episódio, que acaba sendo até maior do que as negativas, se eu parar para pensar melhor.

Por mais que a aproximação da Connie tenha sido meio súbita demais para mim, e o comportamento da Ayano tenha sido “desligado” por alguns minutos, eu ainda gostei da atitude que ela teve em resposta a proposta de ser uma família com a Connie.

Essa história da mãe dela ainda é meio contraditória (eu achava que ela tinha abandonado a Ayano, mas não foi bem assim, então voltamos ao possível “mamãe sempre te amou”). Mas independente de qual seja a verdadeira personalidade da Uchika, essa firmeza, ou frieza no caso, que a Ayano adquiriu foi bem usada aqui (ou dentro dos meus gostos, para não parecer que estou dizendo que a bad Ayano do episódio passado era errada).

A Connie não estava agindo de má fé, e parecia estar sendo sincera sobre se aproximar da Ayano, mas ela ter tomado uma postura mais agressiva me agradou, e deixou o desenvolvimento do drama mais sério, ou que pelo menos me leve a acreditar que tudo não vá terminar em pizza no final.

Eu não vou ser pessimista, então vou fingir que não pensei no oposto do que acabei de falar ali em cima…

Além disso, a Connie deve a apresentação que merecia desde o início, mostrando um lado mais humano durante os flashbacks, e se desprendendo daquele estereótipo de personagem criado apenas para fazer o enredo andar da maneira que precisa.

Admito que não seja algo grande, ou com tanto impacto como aconteceu nos últimos episódios, mas terem mostrando um pouco da infância dela, junto dessa tentativa de buscar a aceitação da Ayano, acaba contextualizando melhor o propósito dela ali.

Fora isso, olhando de uma perspectiva isolada, o desenvolvimento da Connie foi bom. Apresentou o passado dela, junto da relação criada com o esporte, os porquês de ter agido daquela forma, e finalizou tudo com um toque agridoce, onde ela não conseguiu o que queria, mas em troca descobriu uma nova visão do seu desejo.

O personagem que ela assumiu não é muito fácil de simpatizar, mas não que tenha sido ruim esse foco nela.

Em resumo, a primeira parte do episódio não foi do meu agrado, me dando uma sensação de desespero em criar algo grande na relação da Connie com a Ayano que acabou funcionando na linha oposta para mim, o que claro, não significa que seja ruim.

De forma lógica, a construção do episódio segue o principio básico para um bom drama, “adoçando” a vida da Connie enquanto expõem seus ideais e objetivos, para então a colocar em uma situação de crise e finalizar tudo com os resultados gerados pela suas decisões, sejam eles positivos ou negativos.

Já a segunda parte conseguiu manter o mesmo padrão que o anime vinha entregando até aqui, reforçando as escolhas que a Ayano tem tomado, e trazendo o desenvolvimento condizente com a situação da Connie,  e ainda fechando com um gancho curioso para semana que vem.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra

Sinto que vou ser trouxa, mas esse gancho repentino me deixou curioso pelo próximo episódio.

10 pontos pelo uso da frase clássica.

Alguém me diz que tem um segundo cour anunciado, ou que serão 24 episódios, porque não é possível que vão enfiar um drama com ela faltando 3 episódios para o final.

Deixo aí para quem gosta dela.

Uchika queria ser treinadora pokemon, mas não dava, então decidiu sair colecionando filhas pelo mundo ¯ \ _ (ツ) _ / ¯

Depois dessa Aragaki tryhard, aposto vintão no esforço >> talento.

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.