Kishuku Gakkou no Juliet #01 e #02 – Impressões Semanais

Nota do editor: Breno é o novo redator em fase de testes no blog, ele vai fazer as impressões de Slime e Juliet nessa temporada.

Uma obra com as essências da mítica história escrita por William Shakespeare? Basicamente, Kishuku Gakkou no Juliet utiliza muitas nuances que provém de Romeu e Julieta, porém, com aquele “toque escolar” que um anime de comédia romântica necessita.

Julieta, ó Julieta!

Primeiramente, gostaria de comentar sobre uma peculiaridade presente na animação da obra. O estúdio LIDENFILMS costuma ser bem regular tratando-se da parte técnica; não costuma fazer coisas muito abaixo da média, de mesmo modo, também não entrega nada espetacular (há exceções como Hanebado, que tinha uma animação muito acima da média).

E o trabalho em Kishuku no Juliet representa bem um pouco disso. Há cenas muito bem detalhadas, desde o character acting até mesmo ao background. Todavia, há maioria das cenas de transição apresentam um padrão minimamente aceitável. Achei curioso como o nível de detalhes varia tanto dentro de cada episódio.

Quando ao enredo, primeiramente, há o detalhe do amor proibido e de como ele foi trabalhado nesses dois primeiros episódios. Inuzuka (que não é o Kiba) parece ser mais um daqueles protagonistas carrancudos, porém, um contrassenso a sua personalidade logo nos é apresentado (a paixonite escondida dele pela Juliet) – tornando o personagem carismático.

Partindo desse ponto, há a feliz (ou não) escolha do roteiro. Vamos impactar com tudo logo no primeiro episódio. Em histórias de amor proibido, há a opção de simplesmente enrolar. A exemplo, poderiam muito bem deixar o Inuzuka todo “bobão” apaixonado por uns 4 ou 5 episódios com a Persia menosprezando ele; e se apaixonando somente depois. Esse seria o caminho preguiçoso, datado e previsível.

Sobretudo, a estratégia foi catar o público com uma cena típica de último episódio logo no primeiro. Entre declarações e pedidos de encontro, vemos uma Juliet que, aparentemente, não reluta frente aos sentimentos de Romio. De fato, o passado dos dois juntos colaborou muito para que isso não ficasse incoerente; afinal, não é todo dia que você se declara para 10/10 e ela fala “beleza, vamos lá!”.

“Não aguenta cinco minutos de porrada comigo!” – Juliet para Romio

Agora, expliquemos o contrassenso. Por que ele poderia ser ruim? Repetitividade. Não sou contra obras de romance que o ship dá certo logo no primeiro episódio, muito pelo contrário; mas convenhamos, acaba perdendo aquele sentimento de expectativa que todo fã tem em relação a casais. Quer dizer, para onde o anime vai agora?

Tudo bem, há a questão deles não poderem ficar juntos por causa da briga dos white cats contra os black doggies; a missão que a composição de série tem agora é mostrar como eles vão lidar com isso daqui para frente.

O episódio 2 começou a nos dar um vislumbre disso. Um presente que não dá certo, os sentimentos de Juliet ficando mais evidentes e algumas pessoas já suspeitando (coisas que já eram esperadas).  Porém, sinceramente falando, se não houver uma história paralela ou algum personagem secundário para desenvolver, cairemos no looping da repetição de acontecimentos (sempre alguém atrapalhando os momentos do casal).

Tipo esse prego aqui

Felizmente, o episódio 2 apresentou, nas entrelinhas, uma personagem que chega a partir do próximo para abalar as coisas. Além dela, há ainda os monitores – que, se bem-explorados, podem gerar um plot interessante. Além disso, conseguimos ter um vislumbre de uma relação familiar do passado de Juliet. A grande pergunta que fica no ar é: como isso poderá afetar na relação dela como o Kiba  Inuzuka?

Em linhas gerais, Kishuku Gakkou no Juliet dispõe de um grande potencial e, até o momento, mostrou-se bastante divertido. O único detalhe que a obra não pode pecar é transformar seu atual trunfo em sabotagem.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Breno Santos

Editor, Filmmaker, 22 anos, amante de astronomia, café e cultura otaku no geral; além disso, é fascinado por cinema e pelo trabalho executado por uma staff de animação.