Seishun Buta Yarou wa Bunny Girl #03 – Impressões Semanais

 

Terceiro episódio de  Seishun Buta entre nós, e podemos finalmente dizer que, em apenas um arco, o anime conseguiu fazer bem mais do que alguns romances que apareceram esse ano.

Se apenas com a construção da relação, vulgo shipp, entre a Mai e o Sakuta muita gente já estava quase dando pulinhos da cadeira, imagino que depois dessa confissão a obra tenha atingindo patamares homéricos.

Mas calma lá.  Antes de liberar espaço para os comentários de “melhor casal”, seria legal dar os devidos destaques para o  enredo do anime. Sendo assim, segurem o espírito shippador por um pouco mais, e vamos ver o que a juventude pode nos reservar.

Sem pressa.

Por mais que o ícone desse arco acaba sendo o coelho, ou melhor, a nossa bela senpai coelhinha, a verdade é que o grande protagonista em tudo é ninguém menos do que um Gato.

Erwin Schrödinger propôs esse experimento há um bom tempo, e desde então tem chamado atenção – e intrigado –, muitas pessoas por aí com essa dualidade entre existir e não existir. O gato estaria vivo ou morto?

Seishun Buta passou dois episódios fermentando esse conceito em cima do problema da Mai, tentando desdobrar a ideia de forma que levasse a situação em que Sukata não poderia nem mesmo dormir, já que com isso ele deixaria de ser o observador da Mai.

De fato, essa parte do episódio consegue levantar um lado mais tenso da história, onde acompanhar essa luta do protagonista em se manter acordado para não perder o último fio de esperança que a existência da Mai carrega, acaba sendo interessante.

Mas para mim, tudo isso vai muito além de apenas achar curioso uma pessoa ficar acorda por tanto tempo ao ponto de ficar parecendo um zumbi.

O legal em tudo ali é notar como o autor conseguiu relacionar esse conceito de: “A existência, ou não existência de algo está ligada a necessidade de um observador” com o contexto escolar dos personagens de uma forma simples, que não te força a ter que ler vários artigos sobre física para entender o ponto em que ele quer chegar.

A aplicação é um pouco mais simples do que parece.

A Mai sofria uma espécie de bullying, onde foi isolada dos grupos e deixada de lado por conta da sua aura que afastava as pessoas, e por conta disso acabou criando um clima onde negasse sua a existência.

A relação com o Gato acaba se dando em cima desse fato, e em como as pessoas são as responsáveis por decidir o que enxergam, ou deixam de enxergar, o que consideram como valido, ou como não valido, aquilo que merece ocupar uma existência no seu mundinho, ou aquilo que não deve.

O anime materializa esse ponto na forma da Síndrome da Adolescência, abusando de um lado sobrenatural para que faça sentido, claro, mas não deixando de referenciar uma situação realista na sociedade.

A cena do Sukata correndo, logo após recuperar as memória, ficou bem legal, não só pelo monologo carregar essa forte crítica ao hábito humano, como pelas imagens indicarem a normalidade em que as coisas estavam na vida dos alunos da escola.

Em algum momento deixamos de ser o observador e nos tornamos o gato dentro da caixa.

Toda essa questão de enxergar os problemas, ou deixá-los de lado para encaixar no grupo eram importantes para, não só entender como a Mai acabou naquela situação, como também para que a solução fosse encontrada de uma forma mais lógica.

Como Mai estando sempre sozinha, e se misturando com esse clima de indiferença a ela, não tinha como continuar existindo na escola, ou até mesmo fora dela, então a solução do Sukata, ao criar um novo rumor com base nós dois juntos, acaba sendo uma solução inteligente para o problema.

É basicamente como se ele tivesse colocado a caixa esquecida da Mai dentro de uma nova caixa e pedido para as pessoas a observarem, o que por tabela, faz com que as duas caixas sejam notada, acertando o problema de indiferença.

Não somente isso, as ações do Sukata são importante para fazer o arco se fechar de uma forma bem legal, desenvolvendo o romance entre os dois em um ponto que vai bem além de um “talvez”.

Já dá para dizer que os dois estão juntos, e mesmo que a Mai tenha pedido um tempo para que o Sukata realmente confirme os sentimentos dele, esse encerramento acaba dando uma boa levanta nas expectativas para o futuro da história, já que somado a química do casal, esse novo passo pode trazer coisas ainda mais interessantes.

Por um mundo com mais pisões… Não, pera.

Seishun Buta pode ser relativamente simples na sua proposta, mas consegue desenvolver conceitos interessantes. O casal de protagonista consegue ser novamente o grande destaque, trazendo um desenvolvimento romântico que não perde tempo, e já estrutura boa parte da relação entre os dois.

Vamos ver como vai ser o próximo arco, e se teremos mais momentos como esses.

[yasr_overall_rating]

 

E você, que nota daria ao episódio?

[yasr_visitor_votes size=”medium]

Extra

Eu acabei me empolgando nas ideias do Gato de schrödinge, então vamos falar de um ponto de vista mais crítico aqui…

Como uma adaptação, esse primeiro arco foi bem satisfatório para mim. Conseguiram apresentar os personagens, até mesmo algumas mais secundários, como a Futaba e a Kaede, além de estruturar bem o mundo da série e, claro, entregar um belo desenvolvimento no casal.

Naturalmente, como  a maioria das adaptações, ou quase tudo que existe por aí, tem certos pontos que poderiam ser melhores, como algumas cenas mais emotivas, ou situações que se beneficiariam mais com uma direção aprimorada. Porém, isso não significa que o anime fique devendo em algo, e no geral, esses três episódios conseguem ser bons ao que se propõem ser.

O próximo arco envolve outro experimento mental com base em física.

Caso alguém não conheça, o Demônio de Laplace é uma ideia que basicamente consiste em imaginar uma existência(demônio, ou coisa do tipo), capaz de, através do controle das naturezas do universo (velocidade, massa, posição), consiga atingir um nível de onisciência, onde saberia de todas as coisas, desde o passado até o futuro.

É um ideia interessante, e que me faz ficar curioso para saber como vai ser usada no anime.

Cara de pau demais xD

Como já dizia o grande filosofo Piton…

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.