Irozuku Sekai no Ashita Kara #12 a #13 – Impressões Finais

Uma das principais razões para ter me apegado a Irozuku logo de cara, foi a possibilidade de poder acompanhar uma história sobre aprendizagem e autodescobrimento.

A condição da Hitomi – com a falta de cores e o seu jeito inexpressivo –, entregava um cenário poético sobre a perspectiva de felicidade, onde coisas bem interessantes poderiam surgir, mas a verdade é que, aos poucos, esse sentimento de expectativa foi morrendo em mim, e após esses dois episódios, a confirmação de que o potencial da obra não foi totalmente aproveitado acaba sendo evidente.

Não foi uma completa decepção, mas podia ter sido bem melhor.

Assim como boa parte do anime, o décimo segundo episódio funciona de forma a tentar vender a ligação do grupo com a Hitomi.

Esse deveria ser um dos aspectos principais da narrativa, mas que foi aos pouco perdendo força e se mostrando o verdadeiro problema para o anime emplacar de vez algo que realmente pudesse chamar a atenção.

Os episódios dedicados em mostrar o dia a dia do clube não eram ruins, mas, ao menos para mim, nunca conseguiram criar aquele sentimento acolhedor que a Hitomi deveria estar sentido para que sua aprendizagem acontecesse.

Não sei se culpar exclusivamente a falta de carisma dos personagens seria a forma mais correta de agir, mas as coisas em uma sentido geral fazem com que os membros do grupo não funcionem na história em todo o seu potencial.

Em certos casos, quando se busca essa evolução existencial do personagem, é comum autores materializarem essa aprendizagem que o personagem deve passar através da personalidade dos personagens de apoiou porque assim fica mais fácil para o espectador entender.

O Chigusa e a Kurumi, por exemplo, poderia remeter a uma amizade descompromissada que a Hitomi buscava, assim como o Sho e a Asagi serviriam para demonstrar os processos que gostar de alguém poderia ter, e a Kohaku estaria ali como um exemplo de espontaneidade e positividade, o Yuito, por sua vez, também teve seus momentos onde conseguiu entregar uma abordagem sobre objetivos e expectativas para o futuro.

Cada um ali poderia servir para ensinar algo para a Hitomi, da mesma forma que ela poderia deixar sua marca neles enquanto conviviam, mas o anime não conseguiu fazer isso muito bem, e a aprendizagem dela se torna algo superficial, onde você sente que ela aprendeu mais por ter chego em um ponto da história onde aprenderia algo, ao invés de realmente ter conseguido entender algum coisa.

Faltou um pouco de profundidade nos coadjuvantes para ficar realmente bom.

No caso do décimo segundo episódio, para não fugir ainda mais do ponto, isso acaba sendo um pouco melhor apresentado por conta de já ter um drama estabelecido, e o foco ser maior no romance, então acaba deixando mais fácil de se interessar pelo o que está acontecendo.

Dá para sentir um clima mais pesado de despedida entre os membros do clube, e a forma como apresentam as atividades do festival cria aquele ambiente slice of life gostosinho de ver.

O encontro com o Yuito não tem nada muito grande, mas cumpre seu objetivo de reforçar uma das maiores perdas da Hitomi ao ter que voltar para o futuro.

E os fogos de artifícios fecham com um belo espetáculo visual, carregado de um pouco de drama, já que a Hitomi finalmente entendeu o conceito de amizade, e conseguiu enxergar as cores, o que faz com que seja um episódio mais calma, porém, com um bom apelo ao espectador por conta dos momentos finais.

Para os últimos momento da Hitom, até que foi interessante.

Por outro lado, o episódio final já foi mais complicado para mim, até mesmo para falar sobre é difícil organizar o que eu posso dizer que gostei, e o que não gostei.

Como disse mais acima, o anime não conseguiu me vender os personagens como apoio para Hitomi, então aquela despedida acabou sendo… Hum… Digamos… Boba.

A ideia em si podia ser até legal, mas não deu para sentir um verdadeiro clima de amizade ali. O Chigusa foi de longe o pior, porque quase não fez nada na história, e ainda diz algo tão genérico, que a melhor reação para definir o que senti seria vergonha alheia.

O mesmo vale para os outros. Eu até entendo o sentimento por trás da cena, mas parecia para mim que eles estavam apenas lendo um roteiro básico para situações como aquela, e sem um apelo maior, as coisas ficaram ainda mais sem graças, até mesmo a Kohaku, por justamente ser a Kohaku, não conseguiu me impactar muito com suas ações no final.

Pois é…

Já aproveitando para falar dos pontos negativos desse episódio, a viagem do tempo terminou daquele jeito peculiar que estava torcendo para não ser.

Se a Kohaku precisou encontrar a Hitomi no passado para criar a ideia de cultivar uma magia por tanto tempo, ela não teria como ter essa ideia pela primeira vez, porque, primeiro, parece muito exagerado imaginar que na adolescência ela decidiu criar uma magia do tempo para enviar uma das suas possíveis netas ao passado, segundo, porque o anime não disse nada sobre ela ter esse desejo, indiferente da participação da Hitomi.

Se por exemplo tivessem mostrado ela querendo produzir uma magia do tempo antes da Hitomi aparecer, daí já seria outra história.

A Hitomi influenciou a Kohaku, mas não foi a responsável pelo surgimento da ideia. Do jeito que o anime deixou, acaba ficado aquela paradoxo onde não dá para explicar como a primeira Hitomi foi para o passado, já que para ir para o passado a Hitomi precisaria ter ido ao passado.

Uma pena.

Mas nem tudo é desgraça, então vamos os pontos positivos desse final.

Eu achei legal a participação do Yuito na crise que a Hitomi criou durante a magia da Kohaku. Um fanservicezinho de beijo seria o ideal, mas como eu não me importo muito com isso, acabou sendo um confissão bonitinha por parte de ambos.

Os últimos episódios conseguiram construir um pouco mais do romance, então acabou sendo recompensador para mim a forma como eles se despediram, deixando a volta da Hitomi mais agradável.

A história por trás do livro do Yuito ficou legal, por mais que não tenha uma boa explicação para o motivo da Hitomi só ver as cores lá, sendo que não tinha tido qualquer contado com ele ainda, mas a ideia em si é boa, e junto daquela narrativa, faz com que o final ganha um lado mais dramático.

E para completar, temos o final romântico que conseguiu salvar tudo para mim!

Isso, nada de final covarde.

Eu queria uma boa explicação para viagem do tempo, mas ainda consigo aceitar esse paradoxo ao ponto de não prejudicar muito a minha experiência, mas se tivesse forçado algum romantismos barato ali, com os dois arrumando um jeito de ficar juntos, eu teria pegado muito mal.

Ainda bem que a direção teve coragem de manter uma tom mais realista e não inventar alguma coisa para deixar os dois juntos.

Pode ser frustrante acompanhar um romance que não termina em romance? Pode, mas as condições da história nunca foram propicias a isso, então essa resolução acaba sendo bem melhor, além de puxar um drama mais interessante para a Hitomi.

Foi até gratificante ver esse final com cara de bad ending.

Resumindo, Irozuku Sekai no Ashita Kara não foi uma experiência ruim, mas também não foi uma experiência maravilhosa.

Daria para fazer um post a parte falando sobre cada um dos pontos que poderiam ter sido melhor aproveitados, e como a história tinha potencial para ser grande, mas, de maneira geral, acaba sendo uma obra mediana.

A parte técnica é de longe o que mais se destaca, e por mais que a história tenha seus problemas, para quem gosta de Slice of Lifes, pode até ser interessante.

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E você, que nota daria?

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Extra

Se tivessem jogado essa história no primeiro episódio, para então me fazer relacionar com os personagens agora, teria sido bem legal.

A ideia da cápsula do tempo foi inteligente.

O clube continuou fundido… Por sinal, seria legal se tivesse mostrado os personagens envelhecidos encontrando a Hitomi.

Mesmo que não tão impactante assim, a jornada da Hitomi foi concluída.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.