The Promised Neverland é impressionante e merece seu sucesso | Review

 

Com a publicação no Brasil finalmente comecei a ler The Promised Neverland, e fiquei tão viciado que sai do volume 3 direto para ler online, não aguentei esperar lançarem o próximo por aqui.

A história acompanha um grupo de crianças de um orfanato, onde eles vivem felizes, apesar de algumas limitações de não poderem sair da área do orfanato e serem obrigados a prestar testes de inteligência diários. Em determinado dois dos protagonistas saem da área permitida a volta do orfanato, e acabam descobrindo algo assustador. A partir dai eles começam a bolar um plano para fugir daquele local com seus amigos o mais rápido possível, só que quanto mais descobrem sobre o local, mais impossível isso parece.

Quando o autor me entregou o maior twist da série no começo eu fiquei em dúvida quanto a sanidade dele, mas não é que ele consegue te manter cada vez mais interessado mesmo depois disso? Aquilo é só o começo, basicamente, eles tem muito mais o que descobrir, e a cada capítulo surgem novos obstáculos e surpresas que eles desconheciam, ou não previram.

Falando em “prever”, não tive como não ler essa obra sem pensar em Death Note. Para ser honesto já gosto mais dela que dá anterior, mas o que eu comparo das duas não é o plot, que é bem diferente, mas a abordagem voltada ao suspense e constante embates psicológicos e de inteligência (os 2 protagonistas me lembram lights miniaturas e mais do bem), com um tentando prever os próximos movimentos do outro.

Neverland também foi a única obra de suspense depois de Death Note a conseguir virar um hit na Jump, um gênero complicado de vender ao público mais novo em que a revista se foca. Na verdade, outra comparação é que a obra lembra mais um Seinen, assim como Death Note, já que tem coisas muito pesadas que mostram ali. Então quem se pergunta o por que dá comparação, é por isso tudo que falei, não pela história em si, que é bem diferente.

Acho que a única coisa que achei meio estranha até onde li (arco 1 completo), é o fato das crianças de 11 se comporem como adolescentes superdotados e maduros. Eu entendo que sejam inteligentes para caramba, mas aquele nível de maturidade e frieza em crianças de 11 anos que viveram em um local inocente a vida toda é parece exagerado e meio conveniente para fazer a trama funcionar. Fora isso, é só elogios. O autor não enrola a história, e o primeiro arco acaba até antes do que imaginei, sendo que a cada capítulo existe uma clara progressão do enredo.

E o que falar dos ganchos? É um em cima do outro, e a cada final de volume do mangá você está desesperado para saber o que acontece a seguir. Se o diretor do anime souber usar isso direito vai deixar todo mundo que assistir o anime doido, por sinal. É uma obra com um enredo super criativo, mostrando que as boas ideias não se esgotaram, e ainda é possível criar excelentes histórias sem copiar tudo de obras anteriores só porque a formula daquele autor X deu certo e tentar algo novo é mais perigoso que copiar.

O autor se arriscou e conseguiu algo muito legal com essa obra, que embora tenha uma coisinha aqui e ali que até dê para pegar no pé, são coisas tão pequenas comparadas ao quadro geral que você rapidamente acaba deixando para lá, encantado com as qualidades oferecidas. Até agora estou impressionado como o autor consegue humanizar tão bem alguns ‘vilões’ da história, ainda que um twist relacionado a um deles tenham parecido jogado do nada ali (sem pistas anteriores que dessem a entender que o autor tinha pensado naquilo a tempos).

É sem dúvidas uma excelente história pra quem curte um suspense dark cheio de reviravoltas. Eu não lia nada mais sério que me causasse uma impressão tão boa a tempos.

Promissed Neverland está sendo publicado no Brasil pela Panini, e pode ser encontrado para compra na Amazon.