Tate no Yuusha no Nariagari #03 – Impressões semanais
O vídeo acima é review do Marco, o abaixo da redatora Sirlene.
Uma obra boa nas mãos de um diretor bom se torna uma adaptação bem feita, uma obra boa na mão de um diretor inspirado se torna algo memorável. E uma adaptação boa na mão de um diretor mediano? Uma obra mediana.
E nisto que eu resumiria este episódio de Tate, uma adaptação apenas decente do material original, porque ela não consegue realçar em nada as ideias contidas na novel.
Levando em conta que o estúdio desse anime é o Kimera Citrus, eu não esperava que o produto fosse algo constantemente acima da média, mas que tivesse pontos chaves da animação acima da média.
Mas pelo visto, superestimei o diretor, já que neste episódio no qual ele definitivamente poderia mostrar sua capacidade de criação e imaginação para realçar detalhes e eventos de uma obra.
Este apenas entregou um storyboard mecânico, seguindo quase que fielmente a descrição da novel, sem acrescentar quase nada de novo ou bom no material sendo trabalhado.
Em suma, não foi uma adaptação ruim e mau produzida, mas não teve quase nenhuma cena, ou sequência de ação, que realmente se destacasse.
E nesses momentos em que a direção de um anime pesa muito, já que é ela quem define quem serão os animadores em cada episódio, quais os ângulos dos quadros que serão mantidos, como será finalizada a movimentação em uma cena, etc.
Compreendendo isto, o storyboard do terceiro capitulo do show não soube empolgar quando deveria, e nem dar mais brilho ao sentimentos dos personagens como poderia.
Conotando apenas uma narrativa que cumpre com o seu propósito, mas que não se torna algo marcante, ficando apenas a sensação que o público assistiu algo divertido.
A ação que deveria ser o ingrediente chave para apimentar o clima se demonstrou algo quase sem sabor.
Isto porque, apesar dela ter muitas situações com uma concepção legal que garantia movimento ao enredo, não foram potencialmente exploradas.
A exemplo, posso citar a situação da própria vila dos aldeões encurralados. O diretor poderia explorar melhor a ideia central desse evento que seria a urgência de tentar evitar que a onda devastasse aquele lugar.
Em suma, ele poderia ter feito uma comoção maior e emocionado mais com os esforços do Naofumi para evitar danos piores e mais vidas perdidas.
Assim como destacar mais os pensamentos do Naofumi de por que Diabos eu estou arriscando minha vida por estas pessoas que me desprezam?
Além disso, outra coisa que acaba prejudicando esta passagem de sensação de encurralamento e de desespero são as cenas quase estáticas e a falta de mais realismo em alguns quadros.
A exemplo, quando os aldeões estão cercados pelos mortos vivos, a cena se resume apenas a eles parados sem esboçarem ação nenhuma com os zumbis igualmente inertes.
Se alguém aqui já jogou, ou viu seriados de zumbis, sabe muito bem que deveriam estar tentando rechaçar os bichos e os bichos continuando a avançar sobre eles.
Mostrar mais das criaturas invadindo, e os aldeões não conseguindo controlar, também colaboraria para dar um salzinho a coisa toda: em suma, expor mais dos danos que a onda estava causando na vila.
Já que a ideia é realmente esta com a primeira onda, por mais que os adds e o boss fossem fáceis, como posso diminuir as consequências dessa invasão, como posso ajudar as pessoas comuns que não tem como se defender? Como posso evitar colocar mais cidadãos em perigo?
Algumas cenas trabalhadas também poderiam ser desenhadas de uma forma melhor, ou com mais movimento.
A exemplo, a parte do Naofumi pular da torre que poderia ter mais fluidez ao invés de ser apenas um quadro estático, com a ação apenas dele invocar a corda e do impacto no chão.
Ou a cena do ataque com chuva de fogo, que poderia ter um efeito maior se realmente mostrasse zumbis ou pessoas queimando, ao invés de mostrar apenas o cenário sendo incendiado.
Contudo , não posso ser injusta e dizer que o episódio foi uma total decepção, já que ele conseguiu manter o que estava sendo apresentado por seus anteriores.
Uma animação mediana com uma boa consistência e alguns cortes visualmente mais bonitos e bem acabados.
A exemplo, uma sequencia com Naofumi e Raphtalia em meio a batalha com os zumbis que teve um movimento de câmera interessante ao seguir o movimento corporal dos dois com um ângulo mais aproximado, que deixou o ato bem legal.
E a cena com Raphtalia declarando ser a espada de Naofumi e o seguir a qualquer lugar, achei interessante usarem o nascer ou pôr do sol para iluminar a face e evidenciar a determinação dela.
Além do simbolismo com esta cena, já que realmente pode sugerir o renascimento dela ao encontrar o herói, e a nova expectativa e visão que ela ganhou com ele.
Em suma, Naofumi deu um sentido e razão para Raphtalia não desistir de viver, já que a garota provavelmente antes de seu encontro estava em desespero e depressão profunda.
Tá, mas ela é escrava dele Sirlene, só porque este dono foi bom, ela vai se declarar e se comprometer dessa forma com ele?
No meu ponto de vista, ela é escrava dele, mas se tornou livre ao ser , porque, basicamente, ela estava presa em seus traumas e psicológico quebrado.
Acima da liberdade social aparente, não adianta nada um indivíduo ter a suposta liberdade se esta liberdade, na verdade, é algo superficial e ele não tem um sentido ou propósito de vida.
Pessoas não são propriedades de outras pessoas, mas a situação dele requer manter ela como escrava.
Mas realmente espero que tenha algum questionamento sobre escravidão em alguma parte da história e não usem isto como algo banal para juntar os dois protagonistas.
Em vista disso, acredito que este evento além de denotar o problema real que são as ondas e em como elas afetam a população daquele reino.
Serve acima de tudo para expor abertamente o desenvolvimento da personagem apresentado no episódio anterior com o incidente das minas.
Basicamente Raphtalia enxerga seu dono como o seu salvador e não apenas proprietário dela, o que dá respaldo ao que ela disse para ele neste episódio.
Um desenvolvimento mais interessante disso seria ela ganhar mais independencia e determinação ao ponto de não precisar mais dele como sua pedra de escape ou farol de sua vida.
Mas infelizmente acho que a autora não vai caminhar neste sentido, mas no de dependência conjunta.
Que não é ruim também, como dito no review anterior, o ser humano depende de outros para viver em sociedade ou ter alguma mudança de direção ou ganhar alguma compreensão diferente da sua realidade ou da própria vida.
Só que convenhamos, a autora não precisava dá um envermelhecimento e amadurecimento tão drástico a personagem.
E neste caso estou falando realmente do físico, já que ela praticamente tornou a Raphtalia uma adulta quase que no passe de magica pra adequá-la ao protagonista porque seria tenso ele ser um lolicon
Quando uma passagem de tempo com um crescimento mais gradual seria o ideal, até para dá mais base e reforçar mais a relação dos dois.
Sendo que o diretor foi até sábio nesta questão ao dá um design mais adolescente a Raphtalia ao invés de torná-la uma mulher completa da noite pro dia, diminuindo um pouco do impacto dessa transformação repentina.
Contudo, o episódio foi bastante agradável já que a interação da Raphtalia com o protagonista e o ferreiro consegue passar uma boa dose de simpatia.
A personalidade dela também ajuda e muito já que não é demasiadamente forçada para algo extremamente otimista ou alguém extremamente sério.
Diria que ela tem um comportamento um pouco mais condizente com de uma garota real sem problemas de se socializar.
Desse modo, por enquanto o anime esta sendo uma boa experiencia de entretenimento, apesar de ainda possuir problemas advindos de uma direção apenas regular, a narração consegue te deixar curioso com o progresso da história e possíveis desenvolvimentos de seus personagens.
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E você, que nota daria ao anime?
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#Extras