Dororo #05 – Impressões Semanais
A guerra pode esconder surpresas, surpresas essas que nem sempre significam algo bom.
Dororo já vinha mostrando uma forma bem intensa de retratar a brutalidade dos campos de batalha, e em como isso impactava no cotidiano dos cidadãos que vivem por lá.
Nessa semana, consegue repetir o feito, apresentando uma situação que exemplifica de forma simples, mas precisa, a violência do mundo da obra.
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Antes de ir para a parte mais complexa do episódio, acho que vale a pena perder um tempinho falando sobre as questões relacionadas ao desenvolvimento do Hyakkimaru, e do progresso da história.
Como cheguei a comentar meio por cima na semana passada, eu queria ver um melhor uso dessas mudanças que o corpo do protagonista tinha passado e, felizmente, foi exatamente isso que eu recebi nesse episódio.
Foi muito bacana a forma como ele ficou quase indefeso depois de recuperar a audição, e de como isso já causou um impacto no desempenho dele durante as lutas.
O uso do sistema nervoso era o que eu mais tinha vontade de ver em prática, porque acaba impactando mais no personagens, mas esse bombardeio de informações que a recuperação da audição causou também ficou legal.
É um mundo novo que o Hyakkimaru estava descobrindo, então terem perdido esse tempo mostrando como a vida dele ficou, acaba sendo bem interessante, e trabalhado o personagem além de um matador de demônios.
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Outra coisa que achei interessante, foi que os efeitos da jornada do Hyakkimaru estão começando a pesar cada vez mais para o seu pai.
Isso já tinha sido mostrado, mas é bom o anime manter essa atualização de status sobre a situação da província, e de como as coisas estão sendo revertidas por conta dos demônios que estão sendo mortos pelos Hyakkimaru.
Eu achei interessante isso, porque pode ser que a história tome um rumo bem mais legal do que só criar um confronto entre o protagonista e o seu irmão.
Com a província sendo atingida pelas desgraças, o filho do Lorde teria um motivo mais palpável para querer derrotar o Hyakkimaru, e fazer com que o pacto que seu pai fez continuasse estável.
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Dito isso, vamos ao ponto chave do episódio, que consiste na apresentação da Mio e o grupo de crianças.
Não sei se foi de propósito, ou apenas coincidência na adaptação, mas a maneira com o anime simplesmente colocou as crianças em cena, como se fosse a coisa mais natural do mundo, acabou me impactando mais do que se tivessem feito algo grande por trás.
Essa naturalidade em que os personagens olham para aquilo e parecem simplesmente pensar: “Isso é a guerra, né? Fazer o quê?”, me deixou meio desconfortável, principalmente por se tratarem de crianças mutiladas.
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Se não bastasse isso, ainda tem a situação da Mio que… Ok, era previsível, mas acho que foi isso que deixou tudo ainda mais difícil de digerir.
Dá para saber pelas nuances o que ela fazia. Estamos falando de um período de guerra histórica no Japão, onde não existia muito bem o conceito de tavernas e coisa do tipo, então as opções de um trabalho noturno são limitadas, mas é aí que está o problema.
Talvez eu tenha aberto o episódio com o lado filosofo meio aguçado, mas perceber essa condição que defini para a personagem, faz com que o episódio seja ainda mais complexo, porque essa imposição feita por mim, não seria exatamente o que a história queria representar?
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A Mio não tinha opções, ela foi condicionada pelas circunstanciais do lugar onde estava, para que assim pudesse viver e cuidar das crianças.
Não precisou de uma demonstração de abuso de poder, ou constantes repetições do ato para que me deixasse indignado, bastou apenas me fazer perceber como o mundo é o mundo.
O momento em que a Mio se cobre, ao descobrir que o Hyakkimaru pode ver a alma das pessoas, é algo que te faz pensar muito sobre tudo o que está acontecendo ali.
Ela se sente impura pelo que faz, mas, por mais cruel que seja vê-la fazendo aquele tipo de coisa, não há nada de errado ali, já que as condições estão além de uma questão moral.
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Esse episódio de Dororo me agradou bastante. Primeiro por trazer um desenvolvimento mais direcionado a condição do Hyakkimaru, ao invés de apenas se focar nos confrontos entre os demônios.
Segundo, por apresentar a Mio de uma forma que realmente te faz refletir sobre aquele universo, e as formas como a história tenta o representar.
Espero que o anime continue seguindo esse ritmo, e que o desfecho da Mio seja positivo, porque simpatizei muito com ela.
Extra
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E você, que nota daria ao anime?
[yasr_visitor_votes size=”medium]
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